PARA UM DIA QUE COMEÇA E NÃO ACABA
(este é o final
de um poema
que declamei
a sonhar e
é Assim)
eu
um ateu
convicto partilho
os teus, os meus, os nossos
ideais: os teus, os meus,
os nossos, todos
os ideais!
é demais
disse
Assim
[este aparte
é como se fosse
um outro poema
(à parte)]
este é o poema
de um heterónimo
que inventei um dia
e ainda hoje em dia
existe
(é tudo
e não foi
pouco
…)
sabem
porque também
disse isto?
sim, não ou quem dera
…
disse
[(aberto…)
um último
e final
parêntesis]
(posso ser indiscreto
e fazer uma pergunta
que exclui todas as
outras: quem, daqui…
é ateu?)
pela última vez,
disse!