quinta-feira, 31 de março de 2011

MATAR O TEMPO


MATAR O TEMPO

todos os dias
apetece matar o tempo
talvez fazê-lo a tiro

atiro a ideia
experimentando

o efeito imediato: feito!
R

PROCESSO

Rotina não deixa na retina imagens novas, persegue-as sem pressa, por descarga da consciência. A ciência é nenhuma, vem com o processo incluído.

quarta-feira, 30 de março de 2011

MAR MOR

ESTA COISA

aprendo o poema
apreendendo o silêncio
em silêncio

é uma forma de dizer
uma escrita

esta coisa dos versos
R

MAR MOR

Redactor = actor em Rede; de redactor a actor, a Rede está cheia… Net!
Depois dos versos, ensaio a prosa. Esta que uso sem rebuço, dando-a às palavras, nas palavras que se dão a ela. É um encontro e uma entrega, uma espécie de história de amor onde o amor não é Amor e pode ser no tanto faz como fez do Era uma vez…
Esta coisa das histórias que fazem história sem precisar entrar na História, por falta de propensão. Apenas a propulsão, uma vocação onde se convoca a acção e se dá à voz a escrita. O registo do silêncio, feito como um canto do canto, onde o canto não chega. Não chega aos versos, não se procura a récita duma Poesia, a Prosa é mesmo prosa, básica e essencial como palavras pensadas para serem pensamento a ocupar o momento. Depois de pensar, sabe-se lá?... Fica o agir agido, movido, como mó parada junto da farinha moída ou, quiçá apenas, farinha feita.
A matéria dos sonhos acordados tem cor de dados sem marcas nem pedras onde fossem marcados, simples figuras de retórica, onde a sorte se joga branca no branco da cor da tinta, se com tinta se escreve ou imprime. Quanto ao que se exprime, é o actor e o acto: ator e ato. Ato o ato ao ator: nu que se exprime, despindo as palavras, vestindo-as de sentido, dando-lhe sentidos, sentindo-as.
Disse, exprimiu-se.
Digo-me R a Rir, o que corre como um rio. Haja mar e amor, a correr do ri(s)o.
Mar Mor, o mar maior.

terça-feira, 29 de março de 2011

ENSAIO SOBRE A REALIDADE

Se tivesse de ter uma tese, em tese tem-se sempre uma tese, a tese seria a seguinte: a realidade muda a cada mudança, é uma dança muda, em silêncio dita o que não diz, pensa-nos, deixa pensar, mora na percepção, vive da perspectiva.
Toda a leitura coabita com as leituras, com o que sabemos, não sabemos, imaginamos, criamos, desejamos, trás consigo [leitor(és)] a novidade de "novas" pleonásticas: novas = novidades.
"A" ainda não acabou, vai entrar, encontrar o "ENTRETEXTO": ENTRETEXTO.

A realidade é como a poesia dos poemas, ela fica à guarda, guardada nos poemas. Um verso não tem leitura, se não for visto pela vista e todos os outros sentidos. 
Assim
O leitor, mesmo não sabendo nada de mim, já sabe tudo que necessita para me perceber. Precisa sempre de personagens, estarei crónico na crónica. (...)
O que for escrevendo... aqui continuo.
CRÓNICO

Penso que um livro tem uma função importante, ser para quem o deseja! Tendo em conta a sua importância, nunca me importei muito com os livros, embora me aconteçam com regularidade. É o que estou a procurar fazer, no caso, passar a limpo...
PASSAR A LIMPO 

Não hoje, provavelmente a partir de amanhã, tal_vez... chegue fazendo/tendo um "clique". Provavelmente, poderá ter um clique, hoje mesmo. Basta  clicar em PUBLICIDADE!
PUBLICIDADE

Escrever um livro pode ser tão fácil, mas vejam como pode ser difícil, começa por depender da leitura onde ele perdure. Vou ler e transcrever, mais um poema do primeiro poema, continuando A. A primeira letra do abecedário, onde julguei ver emergir uma ilha... na ilha onde o escrevi.
PERDURAR 

Quando me apercebo, começo a trabalhar as pausas, a descobrir o ritmo, descubro este rito. Um ritual onde me rio comigo mesmo de haver tristeza, mais ainda de conhecer o seu ri(s)o a desaguar sons no silêncio. Vou da nascente à voz onde mudo de mudo ao modo de modelar o casulo do silêncio a criar crisálidas, desvendo-as vendo a transparência tornar-se lúcida da sua opacidade, libertando luz: translúcida.
SONS NO SILÊNCIO

Uma história onde nada sabemos e vamos ficando a saber o que nos é contado, o normal dos contos. A menos que nos remetam logo no inicio para uma história conhecida, permitindo acrescentar algo ao que nos é dito, com o que já sabíamos. Nesta história, fica dito e escrito que só eu sei o final da mesma, tendo esse facto dado incentivo à ideia para poder escrever: Algo Que Só Eu Sei.
ALGO QUE SÓ EU SEI

Cada dia em que vá acrescentando um poema do meu poema ao poema, é um dia do poema. Afinal os livros de Poesia não fariam sentido se não fossem sentidos como poesia. Quanto ao modo, fiquemo-nos pela maneira, procuremos ficar nus. Esta ideia só peca por tardia, quando tarda a despir-nos até nos deixar... nu(s)
PAPOPOÉTICO

A pergunta parece ter caído fora do mundo, gravita, é satélite, vou-lhe chamar: Lua.
LUA

Se tivesse de ter uma tese, em tese tem-se sempre uma tese, a tese seria a seguinte: a realidade muda a cada mudança, é uma dança muda, em silêncio dita o que não diz, pensa-nos, deixa pensar, mora na percepção, vive — da perspectiva.
ENSAIO SOBRE A REALIDADE

segunda-feira, 28 de março de 2011

LUA

Ele tinha um sonho, mas perdeu-o quando olhou a obra feita. O sonho era escrever um livro, depois de escrito, o sonho estava acabado. Então, um novo sonho se tornou necessário, reinventar o que poderia ser lido no livro. Já não se tratava do livro, antes um depois do livro, ler no seu interior.
O misterioso leitor do livro era poeta, o livro poesia, a leitura: um misto de mistério e poesia. Daria para um conto se fosse contado, um conto teria de ser escrito. Estava escrito que não seria um conto simples, uma história coerente com princípio e fim. Antes era o depois, depois desse antes onde agora se escreve a duração.
A dura acção deve durar não mais que uma história sem fim, não menos que um conto bem contado. Temo pensar que não seja possível, no fim dele, recomeçar o começo sem ser de novo assaltado por uma dúvida “como era o sonho”?
A pergunta parece ter caído fora do mundo, gravita, é satélite, vou-lhe chamar: Lua.
LUA

domingo, 27 de março de 2011

PASSAGEM

PASSAGEM

veio do ontem o dia de hoje
e fica para amanhã
o dia que vier

outro será sendo
diferente

deste deixo esta passagem
R

sábado, 26 de março de 2011

PAPOPOÉTICO

Cada dia em que vá acrescentando um poema do meu poema ao poema, é um dia do poema. Afinal os livros de Poesia não fariam sentido se não fossem sentidos como poesia. Quanto ao modo, fiquemo-nos pela maneira, procuremos ficar nus. Esta ideia só peca por tardia, quando tarda a despir-nos até nos deixar nu(s)...

Este poema (para quem seguir o link) fez-me hoje adormecer tarde, fez com que ontem (17/03/2011) acabasse mais tarde, fez... Fez-se. Filo, filei-o... quando o escrevi como com_um... comentário incomum. Poetizando a resposta, num blog:
http://papopoetico.blogspot.com/2011/01/evocacao-da-militancia.html

Interpretação para o poema 7 do poema A :
beijando teus olhos escrever como vejo teu sorriso, tentando tocar-lhe, com os lábios sábios "no nu" de captar as sensações onde despertam os sentidos que dão significado. Nu, dando os lábios à Língua, sabor_e_ando…
PAPOPOÉTICO

UM POEMA

um poema existe
como estes versos brancos
escritos no branco

feitos em alto contraste

a preto e branco

entre a tinta e tudo que pinta
Assim

POEMA UM

quando te leio
a realidade é breve

como os sonhos que faço

duram a poesia
enquanto assim verso

esta minha leitura dos versos
Mim

O POEMA ESCRITO
(NO NU)

só,
iso-
lado
nas palavras,
o poema escrito!
Assim

SABER

o poema inexiste
para a poesia
da Poesia

sem a leitura
onde apura

o sabor
Assim

VERSA

poesia existente
tua existência
penetra-me

toca-me até
ao útero

fecundantemente
Mim

A realidade é como a poesia dos poemas, ela fica à guarda, guardada nos poemas. Um verso não tem leitura, se não for visto pela vista e todos os outros sentidos.
Assim ⃝ 26/03/2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

ALGO QUE SÓ EU SEI

Uma história onde nada sabemos e vamos ficando a saber o que nos é contado, o normal dos contos. A menos que nos remetam logo no inicio para uma história conhecida, permitindo acrescentar algo ao que nos é dito, com o que já sabíamos. Nesta história, fica dito e escrito que só eu sei o final da mesma, tendo esse facto dado incentivo à ideia para poder escrever: Algo Que Só Eu Sei.  
Pareceu-me ter tido uma ideia interessante para o título, só faltando agora dar a ler e comprovar o ineditismo do final. Deixá-lo acontecer como elemento-chave, pedra de fecho da cúpula duma abóbada, onde imagino possa ser projectado o céu: o Universo.
ALGO QUE SÓ EU SEI

sexta-feira, 18 de março de 2011

SONS NO SILÊNCIO

Quando me apercebo, começo a trabalhar as pausas, a descobrir o ritmo, descubro este rito. Um ritual onde me rio comigo mesmo de haver tristeza, mais ainda de conhecer o seu ri(s)o a desaguar sons no silêncio. Vou da nascente à voz onde mudo de mudo ao modo de modelar o casulo do silêncio a criar crisálidas, desvendo-as vendo a transparência tornar-se lúcida da sua opacidade, libertando luz: translúcida.

Agora passo um poema que escrevi e publiquei em livro, há quase vinte e seis anos.

quinta-feira, 17 de março de 2011

PERDURAR

HASTEIO FLOR(ES)

faço flores de palavras
recortadas pelas letras

procuro um poema
para quando o leres


desejando eu vê-lo
a teu peito imaginado
 
sobre o relevo belo
de tuas formas (!)

seguro na haste 
duma exclamação !

flor aberta na planta
construo (o) projecto 

Este poema foi escrito depois de ler comentários recebidos, também por email :) Comentários que me deram vontade de comentar, conversar com eles. Só que é uma vontade envolta no sono onde me vou embalando antes de abalar para descansar.

PERDURAR

Escrever um livro pode ser tão fácil, mas vejam como pode ser difícil, começa por depender da leitura onde ele perdure. Vou ler e transcrever, mais um poema do primeiro poema, continuando A. A primeira letra do abecedário, onde julguei ver emergir uma ilha... na ilha onde o escrevi.


UM MOMENTO

http://saboreamo-nos.blogspot.com/2011/03/um-momento.html

Para a prosa se encontrar com o silêncio cavalga uma poesia sem versos onde se agarra às crinas sentindo os dedos nas mãos levando o sonho do corpo entregue ao movimento onde se integra e interage com o universo num todo mudo onde a voz modela a fala da escrita e dita este diálogo surdo onde mudo da noite para o dia na alegria dador de coloridos doridos de todos os excessos entregues à escassez capaz de ditar a penúria exótica duma normalidade excelente para absorver a loucura dando-lhe cura numa suave melodia onde canta a cotovia ou viaja onda no mar dum continente a outro até circundar a ilha nua onde se despe o tempo ao deitar nu um momento.
{Ficou faltando di_vulgar... este: momento}

quarta-feira, 16 de março de 2011

A MOTE

A MOTE

A MOTE 1

1 - Amo-te!

como se não sobrasse
nada para as palavras

2 - Amo-te!

como se todo eu fosse
ou ficasse nu que digo

3 - Amo-te!

como se...
o poema acontecesse!

Acontece assim o poema,
e é a prosa...
dos nossos sentimentos e emoções

Andamos à procura
duma forma
para dizer... a Rosa

Acreditamos,
cada um
acredita... no que quer

4 - Amo-te!

o mote está dado
a poesia
cada um têm da sentir

5 - Amo-te!

descobrir a verdade
que acontece
quando fazes um gesto

6 - Amo-te!

meia dúzia de vezes
será sempre
uma metade da dúzia?

Sabemos que nada é
nada e tudo
é nada

Só não sabemos
verdadeiramente tudo
o que sabemos

Nem que acrescentemos
uma dúvida à nossa
certeza?

Amo-te!

incertamente
de todo o meu coração!

A MOTE 2

amo a minha mãe
amo o meu pai
amo...

amo e nasço
do amor

amo e sou amo

A MOTE 3

dono duma verdade
sem dono
sou

refém destas palavras
para te dizer:

- Amo-te!
Assim

terça-feira, 15 de março de 2011

SONORIDADE

SONORIDADE

se me disserem "hoje é dia
de homenagear um poeta" oiço
sentindo eco: sonoridade

o marulhar da língua viva
sentindo sabor a linguagem

onde viajo (o) verso em poesia
Assim

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia 14 de Março

Versos
nus n(um)o
Dia Internacional da Poesia

Francisco Coimbra

teus são os versos que escrevo
viajando das emoções ao mundo
e de toda a gente a quem devo
toda a partilha onde me fundo

tenho uma alma nua e diáfana
viajando no tempo a tempo de ir
ao encontro do momento ufana
faz da beleza este seu sorrir

corpo vivo sem lhe dar valor
desafio no silêncio nu diálogo

onde todas as coisas do amor
se deixam contagiar por algo

Com o colorido e a formatação usada, deixo a poesia encontrada para fazer Poesia, procurando celebrar Dia d'Ela. A Poesia é, em si mesma..., um dos melhores atractivos dos poetas. 
Não voltei a abrir "A (POESIA) E E.U", sem falta... amanhã será! Abraços!!

sábado, 12 de março de 2011

DISPERSOS

DISPERSOS

queria captar
o movimento do trigo
movido na aragem

seguir a alegria
na direcção do vento

saltar soltando versos
Assim

segunda-feira, 7 de março de 2011

PUBLICIDADE

Não hoje, provavelmente a partir de amanhã, tal_vez... chegue fazendo/ tendo um "clique". Provavelmente, poderá ter um clique, hoje mesmo. Basta  clicar em PUBLICIDADE!
Se efectuar um depósito de 12€ no Montepio Geral na conta de NIB: ... e enviar comprovativo para o email franciscocoimbra@hotmail.com será enviado um livro, registado nos CTT, recebendo o registo do envio por email e o livro pelo Correio. A embalagem e o registo estão incluídos, trata-se dum livro de Poesia.
Isto é como a "publicidade", vende-se... a ideia "livro de Poesia". Mais do que vender uma ideia, ando a mostrar um livro de Poesia, aquele que vendo?... Só vendo! Não será, para já, o que ando a publicar.
Esta deve ser uma forma revolucionária de fazer publicidade, não mostrar o produto, dar a ideia em género, genérica. Serve perfeitamente, tenho consciência que a maioria dos livros que os leitores compram é pelos autores. Serei autor da venda, respondo por ela. Quanto à Poesia, a 1 de Abril, farei eco das impressões que receber dos livros que vender!
PUBLICIDADE

PROMETO A FIDELIDADE

do que disser fique o que escrevo
sendo eu escravo do meu sentir
perante o qual sinto ser um dever
voltar à Poesia nu poema a pedir

às sensações feitas pura emoção
meu sentimento onde só prometo
acompanhar completa evocação
do que sem emenda será soneto

levado às palavras canto do fado
onde me intrigo com sua picardia
a me tornar mudo sabendo dado

a fabricar para mim uma fantasia
onde dum círculo faria quadrado
se fosse melhor forma na poesia!

Publiquei em:

Os endereços não são adereços, segue-os quem quiser, não os segue quem dos Descobrimentos só se lembra das caravelas e se fica... naufragado? Seja a viagem e o sonho, desembarque a viagem na imagin_ação!...

domingo, 6 de março de 2011

PASSAR A LIMPO

Penso que um livro tem uma função importante, ser para quem o deseja! Tendo em conta a sua importância, nunca me importei muito com os livros, embora me aconteçam com regularidade. É o que estou a procurar fazer, no caso, passar a limpo...
Vou passar o segundo poema, o poema 2 de uma série cujo nome é A, refiz um dos poemas, o poema 1 para publicar no Poema Dia.

A
um
vértice
começa
numa ex-
tremidade
ou acaba
respira
como
uma
antena
fixa
no horizonte
transporta o im-
prescindível à esfera
das formas percorre
todas as figuras
geométricas

Trabalhando poema de A/POESIA) E E.U

sábado, 5 de março de 2011

CRÓNICO

O leitor, mesmo não sabendo nada de mim, já sabe tudo que necessita para me perceber. Precisa sempre de personagens, estarei crónico na crónica. {Crónica dum bloguer... uma blag!}
Tenho formação matemática, sendo falivelmente falível tento dar significado a tudo e tudo representar de modo preciso. Quando uso chavetas, imagino que houve um parênteses curvo () fecundo como vagina atravessada pelo magma da imaginação, houve um parênteses recto [] capaz de dizer o que possa faltar, uso então um comentário como quem morde batata frita estaladiça.
Vamos a um parênteses... crónico no Brasil escrevem crônico, como fica com o novo acordo ortográfico? Há sempre um tempo que faz parte e é o tempo da crónica, Crónico tem como ideia ser escrito todos os dias até ficar sem mais dias, quando atingir os cem? Vamos a ver, como diz um cego quando se refere ao que não tem a certeza, fazendo uso da Língua da mesma maneira que eu.
E.U. - apresento o personagem "eu", eu que publiquei "A (POESIA) E E.U." quando o meu primeiro livro impresso aconteceu. E. de Eduardo, U. de Urbano, alguém que vive na urbe? A ideia foi um pouco outra, incluir no título o princípio e o fim do livro: começa em A, acaba em U. Um livro muito simples na sua estrutura, dois livros juntos num só. O primeiro livro A (POESIA), o segundo E.U.
O que for escrevendo... aqui continuo.
CRÓNICO
http://diariodedetrasii.blogspot.com/p/cronico.htm


Maria João disse...

"(...) na poesia de amor e amizade / onde sem idade vamos ficando"
Francisco Coimbra

Há vida nos caminhos
que o Tempo desenha no rosto
E assim se fica "sem idade"
"Vida que não passa
na vida que passa"
claridade intemporal
que nos acende o leme
e nos alimenta
de incessantes perguntas
e nos leva a escavar
as aparentes respostas
com a violência do hipérbato
e a lucidez da vertigem.

Maria João Oliveira





Grato por em teu poema fazeres eco de dois versos meus! Ainda não houve um dia este mês em que não tivesse um comentário e isso me anima, muito a medo, vou tentar uma tentação, iniciar mais uma página: publicar um livro de Poesia, fazendo-o partilhar a sorte de ir blogando.
Verdadeiramente não quero publicar "um livro", quero ir publicando de um livro. Sou dos que acreditam que nada substitui um livro, podendo o mesmo ter vários suportes.
A Poesia é a mais pessoal das construções artísticas e, radicalmente, a mais única. Animais já fizeram Pintura, fazem Música, a sua Poesia não é, de todo, conhecida a esta data. Escultura, Dança, tudo que é construção física os animais fazem! Podemos imaginar que fazem, não é a mesma coisa, dá no mesmo: imagem e acção!
Vou passar o primeiro poema.

quinta-feira, 3 de março de 2011

GRANDE METÁFORA

(A) GRANDE METÁFORA

metade do nada é a minha meta
na mata que circunda a tua entrada
onde encontro a porta do prazer
pronta para nosso transporte interior
à realidade do amor feito contigo

brinco acariciando com um dedo
impressões das quais vivo acordando
este momento de imaginar escrito
um registo onde se rege uma emoção
na sensação que me trás em versos

experimento a Língua para te sentir
fazendo da experiência meu exprimir

Fui ao dia de ontem e... peguei (o) poema! Gosto de ser pescador e atirar chumbo e anzol para trás do Sol posto, espero seja a gosto a pescaria!
Kiro, grato sempre por teus comentários. Perplexo, bem vindo. A língua, uma Língua omnipresente, atravessando o oceano, os oceanos! Abraços
Deixando mais uma ligação, onde ontem li quando escrevi (A):
«
Antes que a Alma possa compreender e possa lembrar, ela deve estar unida ao Orador Silencioso, assim como a forma pela qual a argila é modelada se une, primeiro, à mente do oleiro.
Porque então a Alma irá escutar, e ela lembrará.
E então falará, ao ouvido interno -
A VOZ DO SILÊNCIO
E ela dirá:
Se tua Alma sorri enquanto se banha na luz do Sol da tua Vida; se tua Alma canta dentro da sua crisálida de carne e matéria; se tua Alma chora dentro do seu castelo de ilusão; se tua Alma luta para romper o cordão de prata que a liga ao MESTRE 4, então fica sabendo, ó Discípulo, que a tua Alma é da terra.
»

PRODÍGIO

Depois da leitura de PRODÍGIO (deixo lig_ação... na palavra) quis escrever Poesia, para libertar poesia acumulada na leitura. Deixo poema, como se fosse resposta a carta, estou de_vendo...

PRODÍGIO

tirei do envelope a tua carta
alisando os vincos das dobras
onde teus dedos embalaram
a folha que me fizeste chegar

quadra-se com a simplicidade
sensibilidade e personalidade
de ti impressa sem pressa se
não me engano ao interpretar

tuas palavras escrita serena
onde deito a cabeça no regaço
de teu colo amigo e generoso
onde inspiro... a mítica Rosa

na poesia de amor e amizade
onde sem idade vamos ficando
@

Maria João disse...



Estava eu no jardim, junto da estátua de um poeta, ainda insubmisso, que se queixava da falta que lhe tinha feito um "sindicato para autores lidos à pressa", quando me lembrei de que me tinha esquecido de visitar o sótão. Voltei atrás, subi as escadas, a correr, mas ouvi vozes lá dentro:

- "Para que estás a olhar como se quisesses cair pelos meus olhos, encontrando o buraco por onde a Alice caiu?"
- E quero mesmo! A queda é sempre o princípio da aventura.
- Queres cortar a cabeça à Rainha de Copas?
- Não só, mas também... O mundo que ela quer dominar, pertence-me. Não imaginas o que vai acontecer!
- Sou teu leitor, há muito, sabes? Gosto de quem cria minhocas no asfalto.
- Estás à espera que eu te agradeça? Mas... se posso, não devo! Vá, abre os olhos. Vou cair no buraco, "porque sim" e com "(...) uma realidade vasta"/ rica de relevos (...)".
- Podes entrar, porque tu és capaz de ver o caminho e de usar os teus próprios olhos.

Naquele momento, ouvi um grande estrondo. Preocupada, abri a porta do sótão. E fiquei estupefacta com tamanha desarrumação. Para cúmulo, o mocho estava sozinho...
- Não te preocupes. O poço é muito fundo, mas ele tem a chave.
- ...
- Aqui, tudo é possível. E só quem não tem ideias é que pode ter o sótão bem arrumado.:0)

Um abraço
Maria João Oliveira

@


Kiro Menezes disse..



Eu fico sem palavras quando entro aqui...
Olha, não tinha que comentar:
http://diariodakiro.blogspot.com/2011/03/primeiras-palavras-diario-de-letras-ii.html
Então publiquei-te!!!

^_^•


Oi Kiro,
Grato pela atenção, nos vários sentidos da palavra!
Faltou só o título "SMILE", onde não sei se reparaste na ligação deixada, uma piscadela de olho para a poetisa amiga a quem estes versos foram dedicados.
Mas, claro, outra "piscadela de olho", os versos, os poemas, são dedicados a quem a eles dedica atenção. Mereces que te dedique um smile :)
Ah, o roubar... bela forma de valorizar!
Beijos

quarta-feira, 2 de março de 2011

PRIMEIRAS E ÚLTIMAS

Apanho as primeiras palavras de hoje a saírem-me da boca, ah!... Ainda estou na fase do espreguiçar; pronto, apanho-as, deixo-as ficar.

Penso as últimas palavras de hoje: - Amei amar-te! Digo-as, vou agora deitar.

+

deixa beijar as suas palavras
dizê-las para mim bem devagar
coisas ao coração me tragas
para eu assim dizendo-o trovar

beijos bons todos de música
feitos como flor de minha pele
coisa com sonho e tão única
é aperto de pressa sobre papel

quadras feitas num improviso
à medida do desejo deste dizer
onde nada mais quero ou viso
apenas poder agradar teu ser :)

SMILE