quarta-feira, 31 de agosto de 2011

TANTO MELHOR QUANTO MELHOR

O texto é uma construção tanto melhor, quanto melhor permitir a sua desconstrução, de modo que a leitura possa ser infinita [e, i. é (isto é), fique] nunca acabada.

Este era para ser o comentário a deixar ao texto que manuscrevi, quando o transcrever comento, deixá-lo-ei para quem quiser ler. A_braços!!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

DO QUE SE É

Por favor não responda ou, se responder, saiba que eu não vou responder. Vou sempre escrever desta maneira, como se não existisse motivo nenhum e não existe. Nenhum motivo é motivo para ter essa importância que pode ser desmesurada, sem medida. Na medida em que as medidas têm de ter um padrão, ora a verdade é não haver nenhum padrão capaz de quantificar o ser. Do que se é fala o que escrevo, é pelo menos isso que quero dizer quando em silêncio respondo ao que correspondo. Sendo bem certo ser incerto, tudo tornando ainda mais incerto. Ser o ser alguma coisa, é como podeR ser eu, tu, ele ou ela, nós, vós e eles ou elas consoante seja ele ou ela o eu, tu, nós ou vós, é tudo igual. O que muda, é só ele ou ela, eles ou elas. O sexo tudo condiciona, mesmo se nada determina. Condiciona, já não é pouco. Querer um motivo melhor para escrever uma história, pode haver mas não existe. Trata-se duma impossibilidade, sendo impossível, tudo é possível. Sabe-se lá com o que podemos sonhar, enquanto nos dá sono de tanto repetir a mesma interminável paráfrase do parágrafo.
R(i)

http://manufatura.blogspot.com/2011/08/do-que-se-e.html

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CONTO AMBICIOSO

Está visto, basta ler um livro, sabe-se que a história dum livro ou de qualquer coisa escrita pode não ser a história do seu autor. Nem sempre o autor pode escrever a sua história, embora seja coisa que pode fazer de muitos modos…
Para a narrativa de factos onde o autor conta a sua vida, ou partes dela, damos o nome de biografia, juntando na mesma palavra, bio: vida e grafia: grafismo, escrita…
O nome a dar aos momentos em que o autor se escreve, já que ao escrever não escreve sobre mais nada, escreve sobre si mesmo como um cão... fazendo "a cama para se deitar".
Lembrei ser essa esta história, sendo, depois de pensar, este fazer da cama para me deitar. Pensando, desejando, ambicionando… adormecer e sonhar o conto que acaba por não ter uma história muito ambiciosa. Principalmente por duas razões: a primeira por ser ambicionada muito devagar, quase palavra a palavra, a segunda não é muito diferente, é a mesma razão a ser feita, frase a frase.
Nu fim. Só falta uma frase, é quando, imagino, o autor dá vida à história! Pega no barro… dá um berro, um sopro de palavras atiradas boca fora, diz:
Está feito o conto ("é… foi… será… a minha vida")!

domingo, 28 de agosto de 2011

VIAJAR

Depois do ontem é o hoje, quando hoje acontece. Amanhã, depois de ontem, em relação a hoje, que dia é? É amanhã.
amanhã > hoje, passa a:
amanhã + 1 > hoje + 1 (hoje + 1 dia, é amanhã) = amanhã + 1 > amanhã
O hoje afasta-se do que irá acontecer, como há-de ser?
Depois de ontem, o amanhã é hoje, em relação ao dia de ontem não falha, sem falha!
Concluindo… hoje é hoje, tendo por pressuposto que ontem foi ontem, amanhã será sempre depois e antes de depois de amanhã.
Enquanto me amanho com estas considerações, vou ajeitando a ideia de deixar duas ligações de ontem ou já de hoje.
Se isto dá uma história ou se já deu, depende do que devemos entender por história. Neste caso, uma história é tudo que nos conta um caso. Neste caso, este é um conto verdadeiro, se agora apresentar as duas ligações. Em todo o caso, é sempre um projecto de ficção: "VIAJAR"
F®ase onde possa deixar as ligações, aqui e aqui.

sábado, 27 de agosto de 2011

ANFITRIÃO

Estranho era se não andássemos por cá e andássemos, andando bate tudo certo, estamos plenamente de acordo. Deste modo começa mais um conto, uma destas histórias onde, desta feita, a ironia funciona como trave mestra duma divisão onde procurarei erguer as paredes da frente para trás ou vice-versa, dum lado ao outro, deixando a divisão sem teto… neste chão.
Gosto de me deixar surpreender pelas histórias, não tenho a mais pequena dúvida que esta me surpreende. Então, tendo esta certeza, estou convencido que me prende o suficiente para a levar até ao fim. Desenvolvo a trama, teia onde tento apanhar o que se apreende de tudo isto.
A ironia dificilmente nos deixa indiferentes, desde que seja detectável. Ela tem essa particularidade, só é verdadeiramente boa quando não é "boba". Trata-se duma problemática que é… problemática, virada para a sensibilidade.
Esta é daquelas histórias que, mesmo até ao fim, não sei como acabam. São as que têm mais ironia, o que faz da ironia uma espécie de tempero semelhante ao sal, elimina o insonso. Sondei o insonso, para agora pensar em voz alta "Se cheguei ao fim, estou plenamente de acordo com quem chegar até aqui". Aliás… a minha obrigação, como anfitrião, não é outra!

Este conto nasce dum comentário

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ANJOS E CIBORGUES

 

ANJOS E CIBORGUES

Vou passar um mês a escrever pequenas histórias, quando o tiver feito, todas as histórias darão uma história, muitas histórias. A melhor de todas deverá ser sempre a próxima que ainda não aconteceu, no convencimento da melhor ser a que está a acontecer.
Tudo se passa assim num hino a anjos e ciborgues, onde escrever é uma borga. Uma brincadeira de crianças, feita por adultos. Crescer é a ideia mais magnífica com que se pinta esta realidade…
Vamos lá pôr os anjos a ter coitos angélicos jogando à “cabra cega”, onde contam 1, 2, 3… partem à procura, fugindo e batendo no coito, todos cantam “Quem está livre, livre está!”
Os ciborgues, esses seres cibernéticos, os transformers e mais outros parentes, andam a fazer anúncios de televisão. É uma visão redutora, até diria triste, mas não há dúvida que derrota qualquer espécie invasora alienígena. Infelizmente também nos derrota a nós, criando uma mentalidade idiota pronta a viver da moda, à procura do que não muda, enquanto não enjoa.
Então, um anjo lindo, a moça perfeita, pega no ciborgue com carinho e dá-o a uma criança. A criança agradece, o anjo afasta-se… A criança fica sozinha, mete o ciborgue na boca, engasga-se, morre. Atónitos, vemos a cena passar-se no telejornal, não acreditamos.

Isto começou no dia 1.
Vou ver se publico algo que escrevi ontem, abrindo o dia de ontem.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

POIS SIM…

Uma história para escrever um conto grande, para um pequeno não iria buscar a informação toda que vou passar ao leitor. Desisto, só gosto de histórias do meu tamanho. Foi isso que me atraiu, a minha personagem sentia-se sempre sozinha e já tinha sido prostituta. Eu sou seu filho, estou para nascer “filho do pai”!
O que faria a história grande, seria dizer tudo que minha mãe gostaria de ser, estudar ou fazer. Ainda não tenho objectivos próprios, os impróprios são todos os outros. Para minha pequena história, daria muito jeito um desses, qualquer um, um bom tema!
Bastou ter essa ideia uma vez, agora não quero outra vida. Começo a ter vida própria, eu sou e serei meu tema. O meu primeiro sonho, o meu primeiro sono filmado para ser reproduzido acordado. Minha mãe a ser balançada, debruçada no alto dum castelo e eu sendo… gerado!
Zerada mais uma ideia… Tenho ideia que, quando a história estiver acabada, todas as ideias serão possíveis. Vamos lá, só falta chegar aí. “Ai, diz a marquesa, vou ter um filho e não sei quem é o pai”, este é elemento de anedota. Escrevê-la? Pois sim, pois não?

A anedota, em quarta mão, aponto-a com o pé…
“Ai Jesus, diz a marquesa, vou ter um filho e não sei quem é o pai!” foi a redacção do Zequinha, Joaozinho, Luizinho, um desses. Surge por ação duma professora insegura que não segura o menino, tendo ido fazer queixa à Directora:
Senhora Directora, tenho um menino que consegue destabilizar qualquer aula.
Irei assistir a uma aula sua, veremos se a consigo desmentir.
Tentarei fazer de modo que a realidade me desminta, crente que não teremos essa sorte.
Combinada hora e dia, no dia seguinte a professora dirige-se à turma tendo ao seu lado a Srª Directora. 
Hoje vamos mostrar como a turma é ordeira, quando quer… e olha para o menino reguila, ele sorri. Um sorriso bonzinho de... “Já vais ver!”
Hoje, para estarem muito atentos e sossegados, devem fazer uma composição versando três temas: a religião, a nobreza, a natalidade e ter uma incógnita. Quem acabar primeiro, vem mostrar e ganha uma bolachinha.
A professora tinha levado um termo com chá quente, duas chávenas e bolachinhas. Estava a sentar-se para servir o chá nas chávenas sobre a secretária, levanta-se o menino:

Já acabei senhora professora!
Levanta-se a Srª Directora:

Quem quiser faz de Directora, menino... a professora vai tentar ficar quieta e calada. Fui.

Elementos inspiradores:

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DUETO

Devaneios d'uma Quimera!/ Duas Quimeras
Luli Coutinho/ Francisco Coimbra
 
Um olhar que dura uma eternidade/ reflete-se como imagem em espelho
De tão profundo um mel de ternura/ escorre espesso doce grosso quente
Mais parecem dois lapidados jades/ diluídos no prazer novo nunca velho
Iluminados devaneios d'uma quimera/ outra se junta a trazer o que sente!

Tão cheio de saudade e ideais/ solta ais como um poeta maneirista
A espera do outono que vai chegar/ exagerando até mais já não querer
Trazendo um crepúsculo acolhedor/ de cores acrílicas e gosto modernista
Enlaçado aos ventos colher folhas pelo ar/ captando ao Outono um colorido ser

Onde a vida dos sonhos se sustenta/ na mudança da estação mais requintada
Translúcido entra no meu coração a vagar/ de gostos suaves em sumarentos tons
Fechando os olhos, abro os braços e espero/ onde aconchego dum chamego é dada
No corpo o apelo que a saudade seja perto/ nota certa no timbre próprio aos sons

Tempos dourados, quentes alaranjados/ a linguagem viaja no corpo seu sangue
Mágicas luzes por todos os lados/ aquecendo da magia o magicar poético
Ah, o meu amor espera!/ onde dueto se aproxima e vem profético
Um outono de neblinas quisera!/ filtrado ao ar espessuras de ser langue…

26/03/11
24/08/11
São Paulo – SP
Açores – PORTUGAL

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E SE POR ACASO…

«se por acaso, prometer o poema para daqui a pouco»
E SE POR ACASO…

De certeza há uma história para o poema que ontem escrevi, há de certeza uma história para o poema… interessam-me muito mais as palavras que as histórias, os sons. Gosto de fechar os olhos e filtrar as cores pela memória, verdadeiramente, são assim as minhas histórias.
Voltando à história do poema, nem preciso de me lembrar dele, basta lembrar-me dele, saber que existe, que existiu. Logo aí, aqui, neste momento, agora, o poema existe e, se por acaso, prometer o poema para daqui a pouco e disser: Vou mostrar o poema!?...
Não me sinto minimamente inclinado a fazer o que disse, pois sobre isso é que estou a escrever. Precisamos de uma base, essa é a nossa verdade. Não, não se trata de imaginação, é a imaginação. Quanto mais real, mais verdadeira. Concordo com esta verdade, será real?
O problema do real, não é um problema, funciona como um trampolim. Impulsionamo-nos no real e saltamos na realidade, pode ser tudo fantasia. Nesta altura voltamos atrás, ir atrás da realidade, ir atrás na realidade… A verdadeira beleza anda por aqui, à espera de ser criada, de servir.

Tenho 21, 22, 23… tenho estes dias por fazer.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O LIVRO

«a prosa para o que ela serve, tomando notas sobre o que queira»
O LIVRO

Ontem nem abri o dia, apenas escrevi no bloco-notas. Acho que foi o primeiro dia que deixei sem história(s). Sendo assim, hoje volto às histórias. Começando pela mais prosaica delas todas, a prosa para o que ela serve, tomando notas sobre o que queira escrever.
Era uma vez um narrador que escrevi que escrevia, que costumava escrever histórias. O que vemos, sendo uma história, diz-nos ser a mais prosaica das histórias «a prosa para o que ela serve, tomando notas sobre o que queira».
Ontem li, hoje quero ver se continuo. Com a persistência necessária, talvez acabe o livro. Ando com vontade de me atirar à “Guerra e Paz”, ando a ler grandes calhamaços, usando as férias para descansar e dedicar-me a este prazer do que sejam as Letras.
“O Livro”, este poder encantatório do objecto onde a leitura surge. Pronto, não tarda… faço ponto… final. Será este o conto, “o livro” que nos fala da escrita como ela fala de quem a faz, deixando-se fazer por quem a procura e esse já serás tu ou você como queiramos… Sendo que espero estar em minoria, basta-me imaginar um leitor, comigo dois e pronto, está feito!

domingo, 21 de agosto de 2011

A VIDA (.&.) A VIDA

21.08.11    Domingo

naquele dia,
àquela hora, neste
momento

onde nada mais
interessa

toda a vida verso
Assim

A VIDA VERSO
VERSO A VIDA

sem esperança,
nem espera, espero
por nós

onde mais nada
interessa

verso a vida toda
Mim

Pensa que há um momento em que não podes andar nem para a frente nem para trás, és do momento, mesmo sabendo que ele vive para morrer. Deve, é assim, deve ser assim.
MOMENTO

sábado, 20 de agosto de 2011

EMOÇÃO VITAL

EMOÇÃO VITAL

a escrita olha-me
com os olhos
vemo-nos

porém no porão
vê coração

essa emoção vital
Assim

Poema de agora (d’a Hora, do Assim), deixado junto com comentários recebidos aqui:

de NAMORO & MORENA, Assim & Mim

MORENA

dou-te do sol calor
deixado na pele
para o amor

meus beijos
eu vivo

fazendo-os a língua
Mim

Resposta da Mim ao Assim, aqui:
http://diariodedetrasii.blogspot.com/2011/08/namoro.html

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DATA-VALOR

DATA-VALOR

Acabo de publicar, com data-valor, os dias anteriores ao de hoje. Num desses dias pensei fazer, desde o princípio do mês, a recuperação de todos os dias. Hoje escrevo este belo texto! :))

PRINCÍPIO

escrevo um verso
como quem chega agora
para meter conversa

o dia começou
vai ainda no começo

o fim: recomeçar sempre
Assim

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

OI

OI

ou lá, ou cá, oca, ouça,
escute e olhe, veja,
sinta, percorra

os sons até entrar
nas palavras

saindo delas, ou não…
R

RUÍDO DE FUNDO

Ra_di_ante por voltar a experimentar um assimetro, assim este, junto ao próximo passado.
R, deve ter escrito para ele, não dá nada a perceber, entendesse o que ficou escrito sem se perceber o que foi dito. Terá sido?
R

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NAMORO


nascem-me nas mãos
as palavras assim
escrevendo-as

mas há a música
e o silêncio

eu sou desse namoro
Assim

terça-feira, 16 de agosto de 2011

LUA NOVA


LUA NOVA

1
a Poesia
visito-a  como este lugar
onde o canto se desenha em letras
no momento encantado em que é cantado
dado a cantar

2
como se pode contar
a quem contar com isso para
parar na continuidade onde se dá
continuidade à música

3
fazendo uma contagem
decrescente até chegar a Lua Nova
onde o circulo vazio brilha

4
mostrando no seu interior
o significado

5
uma mão cheia de significados

sábado, 13 de agosto de 2011

OS QUATRO ELEMENTOS

Hoje volto um pouco atrás, aqui… COIMBRA. Isto por me ter sido enviada a ligação, indicando a presença de Coimbra, assinalada no mapa. É um projecto a, quem quiser, participar e partilhar! A_braços!!

Há sempre novos desafios, fios que se cruzam, linhas em prosa ou verso.


FOGO

incendeie a matéria volátil
do gás dum pensamento
dando-lhe em palavras
o alimento dos versos

TERRA

semeie esse fogo Poesia
deixando aceso momento
onde a matéria é plena
cheia de leitura e de canto

ÁGUA

deixe cair das nuvens
as ideias correndo simples
numa cortina de água
caindo por todos os lados

AR

o vento sopre e leve
nuvens e chuva, trazendo
uma outra luz, a preencher
o céu e a terra, acesa poesia!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DESABOTOAÇÃO

Ontem publiquei um poema meio, meio...
Hoje vou-me esforçar um pouco mais, vou desenvolver a ideia de "meio, meio..."

DESABOTOAÇÃO

Para que serve a certeza?
Na incerteza vivemos
Os casos, as situações,
Todos os acontecimentos.
São para sermos felizes neles:
A poesia como acontecimento!

Ah, talvez seja postiça
A minha alegria
Sem forro, é uma camisa
Solta e desabotoada...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FACTO

estava de facto de fato
não tinha de mudar
o seu facto, de facto
continuaria a ter fato
usando a palavra facto

da série EPISTEMOLOGIAS

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PENEDO DA SAUDADE + Ú~?

PENEDO
DA SAUDADE

quando morrer
deixem ficar
esta memória
exposta assente
sobre a pedra
de penedo bom
para vos saudar
em versos livre

dos versos livre
serei só Poesia!

Francisco Coimbra

“obituário poético” + “utilitário poético”: Útil...?* 

http://diariodedetrasii.blogspot.com/2011/08/coimbra.html

Ú~?

aqui aprendi o amor
desde o so-le-trar
onde era bem maior
querer que saber

até poder descobrir
que nada opinar
não deixa mentir
nem esvazia caber

ainda no útero
já sonhava sonhar? 


*
«Beleza é algo de que não podemos duvidar, pois ela não existe se não for criada. Sendo criada, temos da servir. É um sentimento amoroso por tudo, por nada, entranhado na estranheza; beleza é poesia, essência de toda a Arte: ciência, sabedoria e transcendência, da sensibilidade - medida em emoção. Interagir é a boa razão, aquela que estabelece as moções que podem ser postas em discussão para dar boas conversas.»
http://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=38943#38943

terça-feira, 9 de agosto de 2011

FRAG[MO]MENTOS

FRAG[MO]MENTOS

palavras, inúteis,
abandono, nadas

palavras inúteis
abandonadas…

da série POEMAS DO CÁRCERE

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

NESTES DIAS

«
Segunda-feira, 8 de Agosto às 21H30
SEM COMPANHIA de JOÃO TRABULO (2010)

Julgados e condenados por vários crimes, Ernesto e Gaspar estão detidos numa prisão de alta segurança no norte de Portugal. SEM COMPANHIA é um filme sobre a juventude perdida de Ernesto e Gaspar e a longa caminhada que os espera quando saírem da prisão. João Trabulo trabalha sobre a fronteira entre o documentário e a ficção, partindo da realidade longamente observada no interior da prisão (a rodagem durou 13 meses) para construir a história do filme com a participação activa dos dois protagonistas e de outros presos, encenando por vezes alguns aspectos da suas próprias experiências em tempo de reclusão. As rotinas na prisão, as conversas entre estes homens e as consequências da lenta passagem do tempo sobre eles. 

“O desafio foi filmar o incorpóreo e o movimento selvagem destes homens face à sociedade, guiados apenas pela imaginação e pela utopia” (João Trabulo).
»

Com base nesta informação, começo a fazer o meu filme antes do filme. Primeiro decido ir ao cinema ver “SEM COMPANHIA”, depois… logo se verá. Tendo por tema um filme, o que o autor diz da obra, o que s_obra?
O sabor da escrita, filmar o momento, desde dentro, realizando o poema. Por aqui… questiono-me sobre o que é diferente na Poesia, a linguagem própria da língua dispondo-se ao verso:

NESTES DIAS

quando fui preso
sabia que tinha morto,
se me desculpava
não esperara o mesmo
de quem lesse da Lei

quando vim de cana
comecei a ler Poesia,
pois podia ler e ficar
a pensar sem pensar

o tempo passa,
todos os dias voltam
na volta do continuar

agora faço poesia,
sentindo os versos

volto a eles nestes dias

“POEMAS DO CÁRCERE”... de quem nunca foi preso mas imagina, com facilidade, a nostalgia da Liberdade!

domingo, 7 de agosto de 2011

COIMBRA

No meu nome mora esta terra onde nasci, a ela volto sempre, com ela sempre ando. Tirá-la do pensamento mostra a linguagem no seu melhor, enorme viagem! Tirar como quem esquece, nunca. Sigo ideia de topografia própria, onde a cidade ainda não banha margens do Mondego, nem se avista do Pátio da Universidade com a enorme varanda mostrando-a a toda a volta… caminho na Baixa, peão na zona pedonal do centro, mergulho no Jardim Botânico, com autorização para entrar na zona vedada ao público, desço na mata e depois volto e passo pelos Arcos do Jardim, acabo este texto sentado numa das esplanadas da Praça da República. Viva a Académica e a academia, o espírito inconformado da juventude, volta à poesia onde se procura pRosa! Sobre este local (só "in loco" ou em qualquer parte, a imaginação se faz pArte) é o que gostaria de dizer.

sábado, 6 de agosto de 2011

RIMAS

RIMAS

a deriva é feita
no sentido da corrente
tendo em verso
a ondulação

modula o canto
dando à voz exactidão
ritmada a cor

sei quase de cor
como é a sensação

aprendo no ritmo rimas

Depois de Assim escrever:

CORTE E RECORTE

trabalhando as imagens
no corte e recorte
dos versos

até desentranhar
sua beleza

não se estranha espanto
Assim