sexta-feira, 22 de julho de 2011

A GRADE

Aguarde até ao fim, vamos ver como acaba. Maria é a portadora do nome que gosto mais, é o nome dela. Claro, gosto do nome e gosto dela. A tentação de me perder nos pormenores de “a grade” e aguarde… predem-se com os por maiores das pequenas coisas que fazem da escrita um ritual delirante. Esta dança ao som do batuque quando, como é o caso, em silêncio… vou escutando o som das teclas.
A grade fechou-se, ao som da música, sou a dançarina drogada dançando a sua última dança ou a primeira. Cada coisa como se fosse a última, viver como se me despedisse da vida em cada momento que passa e não volta. Maria move-se felina, dança gesticulando uma ginástica macia como os sonhos quando penetram até aos ossos na maciez da carne com a tensão dos músculos e as cartilagens em zonas de articulação, com alta precisão.
O que faz Maria, fecha os olhos e abandona-a à música. Fico a seguir a música hipnótica sem qualquer melodia, os dedos tocam e são tocados “o que está em baixo como o que está por cima”, a química emprega a alquimia. Quando a grade abrir, Maria será um sonho liberto, um voo de ave-do-paraíso, faisão de grande beleza abandonando a prisão da história que se abre, ao mundo maravilhoso da fantasia.

1 comentário:

  1. Que prazeroso momento, seguir sem melodia até completar a perfeita mistura.Um mundo de fantasia inebriante!Amei o que fez o Poeta,amei o que fez Maria. Beijos no coração!

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