segunda-feira, 3 de outubro de 2011

DÚVIDA III

estarei
vivo ou morto
amanhã?

Vindo de Fim da viagem

2 comentários:

  1. As dúvidas só têm alguma importância quando são importantes. Dar importância a uma coisa para a qual se tem resposta, é uma situação estranha. Desligar do que é conhecido, esse é o fenómeno conhecido.
    Saber se hoje estou vivo, até agora já tem resposta, até logo... veremos. Se conseguisse guardaras impressões de tudo que se prende com a resposta a saber se estarei vivo amanhã, quando voltaria a pensar no assunto?
    Fenómeno, assunto, coisa e tal... não fço ideia de como continua o texto escrito, estamos a 3, vamos no III. Ontem registei para hoje:

    Aos três (III) é de vez… vou publicar o que escrevi como comentário a I. O que me leva ao dia 1…
    Leva-me ao dia 1 deste mês, ao dia I de tudo isto!

    ResponderEliminar
  2. Mantenho os comentários mais atuais...

    O VERDADEIRO CONTISTA

    O verdadeiro contista vive obcecado pelo segredo, pelo seu desvendamento. Geralmente espera pelo final, serve-o com exagero ou com requintes de simplicidade. Procura a contradição como se ela fosse o perfume da história, convidando-nos a seguir a história de olhos fechados, aspirando a ouvir das palavras a voz com que nos conta… Isto?
    Estava o conto neste ponto, resolvi fazer parágrafo espiando o que o silencioso narrador faria. Continuo a escrever, como se não fosse nada com ele. Percebi então que não ouvia nada, o que me dava toda a disponibilidade mental para emprestar a minha própria voz à leitura. Parei, iria começar a ler em voz alta!
    Tornara-me teatral sem dar por isso, no exato momento em que dei por isso. Estou pois a ler em voz alta o que está escrito, sem poder dizer mais do que isto. O fim, embora próximo, trata-se dum conto curto, ainda tarda a chegar. Sem sentir pressa, embalo-me na minha própria voz ouvindo-a, como se procura-se adormecer uma criança sentindo-me feliz por a ver.
    A criança adormeceu, o conto ainda não. Continuo? Nada a fazer, continuo. Como se fizesse companhia a um sonho infantil, a história é agora muito mais simples. Deixo de ler e falo coisas sem sentido, frases em voz baixa, onde me atrapalho com a minha figura triste.
    A criança abre os olhos, sorri :) como se estivesse divertida e diz: – Já estou a dormir. Percebo, acabo de ser despedido: – Já estou calado.
    Ergo-me, fecho a luz, saio de mansinho.
    03.10.11

    ResponderEliminar

Os comentários que receber serão pessoais, para receber resposta pessoal. Só divulgarei se contiverem esse pedido, justificando o seu motivo. O meu motivo é este, transformar a comunicação numa intenção íntima e (bem) pessoal.