sexta-feira, 8 de julho de 2011

ANÁLISE CRÍTICA

ESQUECIDO?
“poderia ter esquecido alguma coisa importante, ou alguém”

Um texto não tem de ter nome mas, não tendo pede, para referência, exige estratégias. Nos poemas geralmente o primeiro verso, na prosa, “Entre aquelas folhas amareladas…”, uma primeira frase ou o seu inicio.
Depois de lido o texto, dei por mim a pensar o que escrevo, a escrever o que penso. Pensei no título, na sua ausência. Criei um título, onde vale a afirmação e interrogação, lançando a dúvida como vida prévia ao dúbio destino do escrito: ao que nos levará? Nada pior, opção p(i?)or, destacar o seu inicio: “Entre aquelas folhas amareladas…”
Quanto ao texto, ele aceitaria bem Shakespeare citado por William Fawlkner, em torno da ideia do texto viver entre a hesitação e o sentido e etc. Daria para entrar no mundo das referências, onde se fazem as pontes que permitem passar da bidimensionalidade, à tridimensionalidade, à quarta, quinta e todas as dimensões. Verdadeiramente a arte exercita um poder de auto e hetero hipnose, sua melhor hipótese para um estado alterado de consciência sem recurso a químicos orgânicos ou sintéticos. Produto natural da nossa mente onde, procurando o artificio, o oficio do artista é: atingir a Arte. Sinónimo de perfeição levada ao superlativo (loucura!), significado do sentido do sentido, no mais prefeito entendimento entre o corpo sensível e a alma sobrenatural. Se não é assim, também não faz mal, deve ser o que o entendimento der e pedir. Se o intelecto nada pedir e o corpo nada der a sentir, a alma, para a perfeita ignorância, é perfeitamente ignorada, é nada.
Tentando ainda voltar ao texto, o pretexto desta leitura, vive dentro dum contexto. Neste caso, este texto é o desenvolvimento de "o que se perde enquanto os olhos piscam", o título do texto? Entremos nesse espaço de automatismo no uso da razão, onde estamos impossibilitados de parar o coração e cada um leia e frua. Dizer o quê? Fazer juízos de valor? Procurar o fio condutor, onde o que há é um condutor que se deixa conduzir pelo texto onde se transporta? Resisto, mas não resisto, vamos lá… Há uma ela, sem remorsos ou culpa e um rosto de culpada, meio sorriso e um “poderia”, a mata ao sol, mistérios e histórias à mesa, verdades descartáveis, aventuras juvenis a reviver o passado, esquecer o quê? É-nos dito que não saberemos, e ficamos bem com isso «Cremos, a partir de então, que tudo [se havia perdido]»... Qual a receita sugerida? A que é dada, inventá-la [a ela]!
Quem seguir William Fawlkner como referência, poderá encontrar menção ao fluxo de consciência e patati-patatá, já está.
Claro, é uma leitura, é o que todo o texto pede. 
Tive como referência prosa de Marcos Maxnuk.

6 comentários:

  1. Se o intelecto nada pedir fica dificil, mais dificil fica quando a alma em nome da arte tenta justificar a loucura.E de loucos todos temos um pouco, nunca ao ponto de perdermos os sentimentos.Esquecer pessoas e coisas importantes é a loucura em alto grau.Seria facil as verdades descartaveis, assim como as mentiras, não sao, ou sao verdades ou mentiras.
    Mistérios, historias à mesa, reviver aventuras pasadas a mim não fazem sentido, Há cenas em nossas vidas que marcam, mas jamais revividas.
    Tivesse validade minha receita seria o presente com suas todas dimensoes.Patati-patatá sempre nos inventamos cravados no que realmente somos.Os adornos cabem aos poetas, a essencia é do Ser.Claro, uma leitura individual que a hipnose nos permite. Beijos no coraçao!

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  2. «Há cenas em nossas vidas que marcam, mas jamais revividas.»
    Porque não dizer:«as cenas em nossas vidas que nos marcam são as que voltam, continuam revividas»?
    Sem reviver, a memória o que seria? A memória é entidade viva, por isso ela muda.
    Beijos do coração!

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  3. bbrian, foi uma "análise crítica" a uma frase. Beijos do coração!

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  4. Sim, entendi.Patati-patatá relembradas sim, revividas jamais, água que passou vai pro mar.
    Beijos no coração!

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  5. FLUTUANDO...

    Esta abordagem das palavras é muito interessante, está relacionada com a sua margem de influência: a flutuação da sinonímia. Se tocarmos este sino, ele mia? Não, nenhum sino mia, quem mia são os gatos, podendo o miado ser dado de empréstimo a outros mamíferos que produzam barulhos semelhantes. Fica contudo a dúvida, se tocarmos “este sino”, ele mia?
    Agora poderia desconversar e imaginar a existência dum gato ou gata Sino, sin(t)o muito! Vou levar a argumentação mais a sério, para analisar a linguagem como uma realidade viva. Falo da fala articulada e verbal, a desenvolvida pelos humanos. Valeria a pena pensar se, uma palavra conhecida e revisitada, lembrada, equacionada?
    Uma palavra, esta, a que vem a seguir, a que veio antes, uma que visualize a cima, outra que visualize a baixo. Agora, fechando os olhos, visualizo como já antes, também, pensei: imagino. Este verbo, imaginar, como se liga melhor – com a realidade de vivenciar as palavras, das sentir, ter e viver, em presença de – duas palavras distintas (usadas como sinónimas?): relembrar, reviver?
    Pela leitura que dou à forma como as vejo usadas, relembrar parece uma coisa actual, quotidiana, normal. Reviver parece coisa reservada à crença bíblica dos voltar da Morte, um ressuscitar.
    A verdade é que, tudo que para mim é mais importante, ou ganha mais importância, tem de ser, se da memória vem, vem revivido. Volta a ser vivido, é a experiência de voltar a uma experiência antiga. Quando já não é revivido, provavelmente não se detém a ser lembrado.
    Foi o que me lembrou comentar, com o meu coração agradecendo os beijos recebidos :)

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  6. Penso que é assim Poeta, reviver nao revivemos um minuto atrás mas relembrar é muito quotidiano. Beijos no coração!

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