quinta-feira, 12 de abril de 2012

ESPETADOR

Um espectador do Novo Acordo Ortográfico acordou, deu conta de como retirar o c mudo da palavra a mudava, com consequências transformadoras!
Espetou, expectou… experimentou, foi experimentar ser um experi-mentador, até se tornar "espetador".
A nova grafia fazia-o entrar numa tourada, virava campino, munido de vara: espeta_dor!...

Hipólito

13 comentários:

  1. NU PERÍMETRO

    experimentar
    depois de se tornar
    experiência

    é a experiência
    excelente

    não tem de ter fim!
    Assim

    NO PERÍMETRO

    à volta
    a experiência
    tem toda a ciência

    no perímetro
    do ser

    onde tudo acontece!
    Mim

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    1. Sábios. Retornar a

      o mesmo lugar é sempre enriquecer-se de coisas que não foram vistas antes...
      No amor, viver com mesmo par as experiências de renovar-se dentro do mesmo gosto, do mesmo cheiro, do mesmo parceiro é algo que me parece realmente com Amar de verdade.

      Eu os adoro, Assim e Mim são o (meu) ideal.
      Um beijo.*.

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  2. Coitado do Hipólito! Eu bem sei a dor que é para a Língua perder um "trema" por exemplo... O acordo fez um desacordo na vida dele, coitado.
    Ficou um conto engraçado, mesmo que para ele tenha doído.
    Hipólito, hilário!

    Um beijo.*.

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  3. Boa tarde!Pobre do teu campino vítima do acordo!Já me ri! Está demais!!!
    Nu perímetro/No perímetro do ser de Mim e Assim.Do ser amantes,à redescoberta juntos! Linnnnnndo! beijinhos jacira

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  4. A ilha
    Festeja
    Esta tarde
    Sumosa
    A transbordar luz
    Por todos os vales
    A primavera
    Que entontece
    Os sentidos
    E o oceano
    Atlântico
    Pacífico
    Parou
    Estupefacto
    Para mirá-la
    Amante deslumbrado
    Perante a sensualidade
    Da amada...

    Em homenagem à ilha e ao teu par amoroso;jacira/saudades

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  5. Bem, a tourada do Novo Acordo Ortográfico ainda vai no início.

    E esses espeta_dores ainda estão no início!

    Um grande abraço
    Jorge

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  6. Não sei para que tanta mudança... desda a outra reforma, aqui continuam fazendo ab_surdos com o português.

    Beijo.

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  7. Não há mais complacência para com os grifos, as aves de rapina.
    Não há mais coração aberto para acreditar.
    Não há mais pétalas para debulhar e enfeitar.

    Abril sufoca nas gargantas secas dos homens secos que perderam o rasto dos poemas que o próprio Abril gerou.
    Trinta brincos de príncipes e princesas que deixaram de florescer.
    Abril vai caindo moribundo nas mãos ásperas e devassas de homens sem asas nos olhos descarnados.
    Abril jaz.
    Nada se faz.
    E ficou tudo por fazer.
    Portugal deixou de ouvir a verdadeira voz dos que cantam com as entranhas.
    Poetas
    Músicos
    Escultores
    Pintores...

    Abril jaz
    Nada se faz
    E ficou tudo por fazer.
    Ai, Portugal que é feito de ti e dos teus limbos?
    A próposito do 25 de Abril de 2012(excerto)Ecrevi-o porque me sinto terrivelmente defraudada ... um bj jacira/boa noite, poeta!
    14/04/2012

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    1. Partiu uma vez. Uma vez entre tantas que virão. As viagens, as jornadas, as touradas fazem parte de uma parte substancial do tempo. O cósmico e o outro, que é muito maior do que o sonho. Partiu. E viaja em busca de si próprio, sem se encontrar plenamente. É como um veleiro à deriva em torno do seu próprio mastro, sem mestre ou mestria para voltar ao cais. Viaja quase sem perceber que viaja.
      Parte-se para se legitimar a chegada, parte-se porque há quase sempre a chegada. Entre o ir e o vir há sempre uma massa enorme de coisas novas. Entre o adeus e o bem-vindo há uma infinidade de espaços novos, que se vão alcançando e amealhando nos anais da memória. Partir e chegar são como dois sinos; o tocar de um faz o outro estremecer de curiosidae,de expetativa, de ansiedade. A viagem compromete-se com o tempo e o espaço que alimenta, purifica e aprofunda o ser e o dizer. O dizer e o sentir. Numa extremidade a ilha na outra o continente. Numa margem um calhau na outra margem um rio. E tudo flui e tudo conflui para que ele cresça como o pé de milho cresce, ligado à terra sem pressões ou atavismos.
      Orgulhosamente só a maçaroca exibe os frutos cheios do amarelo sol, radiante, radioso, no verão ou fora dele.
      Partir é o primeiro passo, a primeira decisão, a primeira nota para se regressar.
      Quisera eu o entendesses como as ondas franzinas, enroscando-se nos grãos infinitos, o entendem. Quisera eu percebesses a sensação única de fazeres companhia a ti próprio.
      E, nas tuas viagens encontrasses toda a espécie de seres vivos, desde os golfinhos até aos camaleões, passando pelos circunspectos cavalos marinhos.E que te admirasses com tudo à tua volta. Extasiado, levitando aqui e ali. Relaxado como se o tempo de deixasse todo o tempo das clepsidras. Vagarosamente.Deliciosamente. Num mundo novo a três dimensões, onde tu interagisses de espanto em espanto. De ruína em pedra. De rua em campo...
      Partir como o poeta sem saber se quer voltar. Ou continuar, pelo menos. Solto, devagarinho. Soltando as presilhas dos homens que te dificultam a jornada. Soltando sopros de tangerinas rasgadsa pela brisa das manhãs abortadas pelos tanques virtuais. Soltando o pardalito ou a águia que se entranhou nas tuas veias, nos teus músculos.
      Partir é sempre uma escolha peferível, meu filho!
      Viajar em busca da génisis da tua personalidade e do teu coração belos! Enormes! Viagem generosa, vagarosa, não faças nada com pressa. jacira

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  8. Pois é, Jorge. A procissão ainda vai no adro e os foguetes da incompetência já queimaram bastante a nossa Língua. Tem de ir à urgência hospitalar, pois ela já se magoou muito na arena, com a agravante de terem feito o funeral à etimologia das palavras. Porém, não há "médicos" que a salvem. Estão em greve. E há quem esteja a dormir, na almofada do (des)acordo, o sono dos "justos", pois trata-se de um "fato" que de "fato" lhes serve, muito bem, pois está à medida dos seus obscuros interesses...
    Um grande abraço para ti Francisco, outro para ti, Jorge, e um forte aplauso para as Mulheres que tenho lido aqui e que valorizam este espaço com tão belos comentários.

    Maria João Oliveira

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  9. Não há o que espetar em feridas já abertas. Espetar chagas expostas é por demais desumano, indigno de poetas.
    Beijos no coração! bbrian.

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  10. Poeta Francisco, já não há o que espetar em feridas abertas.Espetar chagas abertas é por demais desumano, indigno dos poetas.
    Beijos no coração! bbrian.

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  11. Estou passando, para encontrar os autores... em Contos Breves, para actualizar os dias de Junho que vão passando!
    Ainda não considero os comentários "bem lidos", mas a minha resposta é também ser leitor deles e agradecer sempre a presença, generosidade, amizade, tudo e mais... com que são e sejam feitos!
    Abraço, a_braços!!
    Sempre de braços abertos, mesmo para quem queira ser anónimo ou si_nónimo... do que sente em Si (dentro de si)...
    Espetador/espectador... sempre quero poder ser, reserv(and)o-me o direito de o ser.

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