ENGANO LEDO
 HOTEL
chegado ao aqui e agora
toco o gado dos pastos,
pensamentos para a Hora
arrastam-se de rastos?
experimento experiência,
escrever qualquer coisa
feita sem grande ciência,
onde o silêncio se oiça
junto palavras varrendo
letras caídas dos dedos,
sou vassoura correndo
sou vassoura correndo
a loucura sem medos!
herói de meu enredo
personagem de cordel,
deixo o engano ledo
e cego aqui no Hotel...
ESPÉCIE DE RELIGIÃO
«Ao consolidar-se, a poesia dos Tang [dinastia Tang  (618-906)] expressa a essência do espírito chinês e assume-se como uma espécie  de religião. É a fonte de percepção do maravilhoso, do misterioso, da depuração  da alma, da mística contemplação da natureza, do entendimento e da união com a  beleza cósmica. Em inúmeros poemas de Li Bai avançamos muito para além das  palavras, ficamos suspensos em ressonâncias que não sabemos explicar e nos  deixam a pairar sobre, entre, por detrás do que o poeta diz», escreve na p.33 do  prefácio, António Graça de Abreu. Volto na p.47, Nota à 2ª edição
«A vida dos livros tem, frequentemente, algo de semelhante à existência dos  homens. (…)»
«Por detrás de um livro existe sempre um homem, uma mulher,  uma imensidão de seres. São construídos com palavras, espelhos límpidos ou  embaciados onde se reflectem os sentimentos, vivências, mentiras e verdades  comuns a quase todos nós», António Graça de Abreu.
“Poemas de LI BAI”, Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª  edição. 
Sem título
gu feng nove
Zhuang Zi sonhou
                 ser uma borboleta,
ou a borboleta sonhou
                 ser Zhuang Zi?
Tudo se transforma.
Tudo se transforma.
                 Em nós
Tudo é presente,
                 Infinito e nada.
Li Bai
Li Bai
Francisco!
ResponderEliminarVocê é mesmo um mestre! Essa experiência de escrever qualquer coisa, é séria. Quantas vezes, a idéia na cabeça, o desejo de escrever sobre algo e as letras se embaralham e nos enganam!
"Tudo é presente, infinito e nada"!
Maravilha!
Beijos, poeta!
Mirze
Mirze,
ResponderEliminarA mestria é de Li Bai, desculpas minhas de não ter posto a autoria de forma conveniente.
Também me chama a atenção, de forma muito particular:
«Tudo se transforma.
Em nós»
Beijos,
Francisco