
Ninguém tem dúvida, só pode ser mágica. Para melhor se poder aferir esta certeza, com certeza irei contar como foi, o que foi, aquilo cuja reprodução em palavras é possível.
Entra a nossa história na Filosofia, ao interrogarmo-nos sobre "O que é possível as palavras dizerem?".
Facilmente me esqueceria da vassoura, não fosse a Filosofia insuficiente para compreender o que aconteceu, ficar-me-ei pela descrição da ocorrência.
Eu, como acontece com muitos homens, talvez ainda aconteça mais aos casados? Pouco ajudava em casa, no Natal a minha mulher deu-me uma vassoura, toda bem embrulhada, de presente. Com uma dedicatória, colada abaixo do cabo, "Para um final de ano diferente, esperando um Ano Novo igualmente diferente, a novidade de ajudar a limpar a casa".
Recapitulando, antes mesmo de desembrulhar, já adivinhara qual era a prenda. A nossa filha única já tinha 7 anos e riu da minha cara, na minha frente, com a expressão que terei feito.
Como não costumo fazer rir ninguém, só esse riso... vai-me ajudar a contar de vez a história.
Desembrulhei a vassoura, pousei-a e fui dar dois beijos à minha Maria, num abraço carinhoso e nata_lí_cio... breve. Logo de seguida, peguei na Mariazinha ao colo, dei-lhe dois beijinhos e perguntei: - Ajudaste a Mãe a comprar esta prenda? Resposta: - Fui eu que a escolhi, tem a cor do teu clube de futebol.
Vamos lá... não vou deixar crescer mais o conto, conto já o fim.
Perguntei à minha Maria o que devia fazer com a prenda: - Mulher que devo fazer com a minha vassoura? Ela prestou-se a exemplificar, segurou na vassoura pela parte da escova, deixando pender o cabo até ao chão sem lhe tocar: - Usas primeiro a vassoura como um vedor, para ela te indicar onde deves varrer. Respondi: - Está bem! Peguei na vassoura e o cabo ficou caído na vertical, hesitando escolher qualquer direcção, imóvel. Disse-lhe, deste-me uma "vassoura indecisa". Ela sorriu e respondeu: - Eu bem tento, tive esperança que pudesse ser mágica! Abraçámo-nos os três: Maria, Mariazinha, de novo aproveitando colo, e eu.
Todos rimos juntos, a vassoura sem fazer parte do clube.
Depois do Ano Novo, começarei a usar a vassoura, decidido!
25.09.10
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