domingo, 31 de outubro de 2010

31

Se o leitor/a souber tanto como o autor, o que fica por contar? Esperança, havemos de lá chegar, esperemos.

«Dormiu com a certeza, acordava com a dúvida»*, p.92 de "Cangaceiros" de José Lins do Rego, edição «Livros do Brasil» Lisboa.
"As frases valem o que valem", como esta e outra e a próxima, qualquer frase. Tudo muda quando, da compreensão da frase, resulta a compreensão do todo.
Hoje, nem ontem nem amanhã, precisamente hoje, acaba mais um mês. Durante o próximo mês publicarei s_obras do mês que acaba hoje: poemas, contos, frases, coisas soltas formando o todo ainda informe, um mês publicado em dois.
Fica a faltar a união dos dois meses num só, um terceiro mês?  A ideia desse "terceiro mês" é, em si mesma, uma ficção: fixar e definir das partes o todo.

REMOALDO & IDALINA
Remoaldo recebera o nome em menino e não tinha pais vivos a quem perguntasse donde vinha a inspiração, nem avós conhecia para tentar tirar a dúvida. Ouvida a dúvida por uma taróloga de nome artístico Zila, apenas receberia por resposta «Há segredos que nem as cartas revelam, devemos viver com eles sem os ignorar».
Querendo e podendo, podemos pedir à imaginação que nos conte uma história. Desejando, a sua história está impressa no nome, como se o mesmo fosse premonitório: Remoaldo, aquele que remói. Fica matutando sobre o que desconhece, porque desconhece o que não conhece do que conhece, o conhecimento da aceitação das coisas tal como elas são:
Remoaldo, um nome ao calhas! Sem qualquer razão? Não, um remoinho a remexer, do centro para a periferia, uma espiral, a procura duma inspiração.
- Remoaldo se for menino, disse o pai;
- Idalina se for menina, disse a mãe.
Zila, como quem se confessa, diz: - Os nomes vêm-nos à cabeça, como se percebe e intui, geralmente por alguma razão. Querer conhecê-la é válida ideia mas, quando esquecida, a resposta tem de ser dada de forma a obter satisfação, não com a ignorância, também não com a certeza, é quando a dúvida pode desempenhar o seu papel.
Remoaldo era o nome dum personagem misterioso, apresenta-se com este nome, talvez o tenha inventado, fugindo a ter um outro qualquer conhecido: uma invenção.
Zila ofereceu uma bebida forte, aproximou-se dele, começou a despi-lo. Enquanto tirava o lenço que usava como turbante, inclinou-se de modo a ele só lhe ver a nuca e foi dando à língua um uso diferente quente e apaixonado. Quando se deitaram para descansar, disse chamar-se Idalina. Coincidências...
(do Tarot para a vida)

* Esta frase aplica-se na narrativa de "Cangaceiros" ao irmão mais novo dum cangaceiro famoso, o rapaz, em muda de idade, após a morte da mãe, pensava: «Mudava de nome e, longe do sertão, viveria a sua vida, fora de todos os perigos» dá-nos a pensar o narrador.

Acredito que já estou a dormir recostado, "Falta só apagar a luz, não tarda, não faltará nada". 

sábado, 30 de outubro de 2010

30

SORRISO

com um sorriso
aguardo ver-te chegar
sorrindo

a poesia vem
para mim

leve como a levo sonho
Assim

RIO A RIR

caudaloso sentimento
nascente ao mar
faz-me amor

esse teu jei...
tão leve

num eito: amor=voar!
Mim
Dou por R a Registar um email, dou por mim a ver, ler, ter, a percepção de ser possível fazer a contrafacção de tudo. Como evitar?
Respondo o quê? Se nem a entrega tenha do que julgo... saber! A saber, o quê? O que fez o R? Imagino tenha feito de Assim e Mim, mas sei como a imaginação pode ser enganosa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

29

lavado e perfumado

Se lavas teu cabelo
                em água perfumada,
não esfregues teu chapéu.
                Se lavas teu corpo
em água fragante
                não sacudas tuas vestes.
O mundo odeia o que é claro e puro,
                o homem sábio oculta o seu fulgor.
Na margem do rio, um velho pescador.
                Eu e ele regressaremos juntos.

Li Bai (séc. VIII)

{p.57, “Poemas de LI BAI”, ICM, 1996 }

Questionando: «o homem sábio oculta o seu fulgor» ou «O mundo odeia o que é claro e puro»? Qual destes versos suscita mais dúvidas? São os dois verdadeiros? Precisávamos dum sábio, disposto a fulgurar… uma resposta… de sabedoria.

Tenho pendente o “Problema de Einstein”.
1º Analisar o problema! Para responder à pergunta: - Qual a nacionalidade de quem tem por animal de estimação um peixe? Recebemos informação em 15 tópicos que dão a conhecer 5 nacionalidades, 5 cores para as suas casas, 5 animais de estimação, 5 bebidas, 5 marcas de tabaco e as relações a verificar.
2º Criar uma grelha com 25 casas...
3º Ler com atenção, determinando as informações mais completas.
4º Determinar os elementos de maior dificuldade, as informações menos completas.
5º Preencher a grelha até, por exclusão de partes, obter a casa onde estará o peixe.
Deixo o enunciado, para o próximo mês darei a solução.

PROBLEMA de Einstein
 
Existem cinco casas de cinco cores diferentes. Em cada casa mora uma pessoa de uma diferente nacionalidade. Essas cinco pessoas bebem diferentes bebidas, fumam diferentes marcas de tabaco, e têm um animal de estimação.
Nenhuma delas tem o mesmo animal, fuma o mesmo cigarro ou bebe a mesma bebida.
1… O Inglês vive na casa vermelha
2… O Sueco tem cachorros como animais de estimação
3… O dinamarquês bebe chá
4… A casa verde fica à esquerda da casa branca
5… O dono da casa verde bebe café
6… A pessoa que fuma Pall Mall cria pássaros
7… O dono da casa amarela fuma Dunhill
8… O homem que vive na casa do centro bebe leite
9… O norueguês vive na primeira casa
10. O homem que fuma SG vive ao lado do que tem gatos
11. O homem que cria cavalos vive ao lado do que fuma Dunhill
12. O homem que fuma Marlboro bebe cerveja
13. O Alemão fuma Winston
14. O Norueguês vive ao lado da casa azul
15. O homem que fuma SG é vizinho do que bebe água
Questão: Quem tem um peixe como animal de estimação?
Este problema foi escrito por Einstein o qual afirmou que 98% da população mundial não o consegue resolver.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28

AUTENTICIDADE

o que pôde ser
deve ser ao que pode

quando pode ser
já devemos escrever
toda a admiração

nada como um poema
para abordar o real

quando começamos
a bordar uma realidade
chega o enfeite

o que pôde ser
deve ter autenticidade

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

27

EU QUERO

I
nosso amor eu quero
no aqui e agora
dos versos

quando palavras
nos vêm nus

até ao fim dum poema

II

quanto prazer posso
dizer desse gozo
além Gaza

até viajar tudo
no vieram

do Mais-que-perfeito

III

pretéritos ritos nossos
até ir ao tutano
nu corpo

dum dizer feito
da nudez

onde a beleza é 1000

IV
 
nosso número da sorte
é um quarto só
para nós

toda imaginação
do mundo

um tempo para gozar!...

V

mão cheia de nada
outra de coisa
nenhuma

a memória
guarde

nossa história num Futuro

terça-feira, 26 de outubro de 2010

26

PROSA & VERSO

Há uma canção que embala o mar, cantada pelas rochas para lhe agradar.

conheço uma canção
capaz de embalar o mar
cantada pelo mexilhão
para as ondas agradar
R

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

25

Muito da nossa vida se passa numa preocupação de saber quem vai ser o primeiro, de quem vai ganhar, de quem chega ao final na frente. Com base nisso, preocupei-me ontem a escrever DUAS POSIÇÃO e A REVOLUÇÃO. Na ficção, seja da Poesia, seja da Prosa, não há definições prévias, embora aí se encontrem, por vezes, as definições mais impressionantes. Mas, a minha ficção é mesmo esta, escrever. Hoje, comecei por redigir (pensei em R; gostei do resultado): A PRIMEIRA.

A PRIMEIRA

Queria ser a primeira a chegar na Segunda-feira ao emprego, estavam todos avisados da presença durante o dia do Inspector Geral. Passou a noite a sonhar com a ocasião, coisas de mulher, pensou. Só conhecia o Inspector de fotografia, parecia-lhe imponente e gostaria de atrair para ela o seu olhar. Talvez pintar-se, pelo menos as colegas olhariam para ela, talvez o Inspector quisesse ver o que elas viam e também ficasse a olhar. Ela viu-se a fazer uma vénia, como se tivesse na cabeça um chapéu em forma de cone coberto de longo véu medieval.
Deve ter adormecido na altura do toque do despertador. Depois de muito debater consigo mesma, não se decidira a alterar a hora habitual de despertar. Por esse motivo, mantivera-a, sempre a mesma, durante toda a semana. Agora lembrava-se do despertador tocar, já não sabia quando nem porquê. Julgava tivesse sido um sonho, ela a ver se estava tudo em ordem para despertar.
Acordou estremunhada uma hora depois, no minuto em que deveria estar a chegar. Acordou muito tranquila, iria só de tarde! Decidiu. Justificar-se-ia perante o chefe, iria passar pela ginecologista que lhe passaria certificado de presença em consulta. Lavou-se, pintou-se: até achar que estava espampanante. Quando, à tarde, ia a entrar no edifício de escritórios, deu por si a rodar como tola na porta giratória da entrada. Entra um senhor apressado, chocam, dão uns passinhos juntos, saltam da porta para o vestíbulo: era o Inspector Geral. Só agora vinha, chegava de surpresa, queria ser pontual: na hora de entrada da tarde.

§

Uma história contada por imagens, contando história de fotos.

Havia um cálice partido, em torno da sua forma e presença, fazer uma composição. Coloquei um porta sobre dois cavaletes, em frente de janela rasgada até ao chão da sala que dá para o quintal, foi a primeira foto.
Em relação à primeira, aproximei o foco, ficaram os objectos mais próximos. Já dá para ver a dobradiça da porta, a qual está reposta na ombreira onde funciona.
Fotografei apenas o cálice, enquadrado na folha à esquerda (na imagem) da porta-janela.
Fotografei o saca-rolhas sem o cálice, fazendo o enquadramento em relação à folha à direita da porta-janela.
Voltei ao enquadramento inicial, pelo que vejo sem nenhuma preocupação... tirei mais uma foto.
À meia-dúzia, apresento a foto composição realizada: "CUIDADO".

Em relação à história do quê e porquê da foto-composição, essa seria uma outra história.


 

domingo, 24 de outubro de 2010

24

DUAS POSIÇÕES

I
ABRINDO versos

em cima dum monte
uma árvore vive
mergulhada
no céu

II
ao FECHAR

uma porta aberta
para um terraço
bate... agora


Dando sequência ao dia de ontem, na Prosa, um conto 

ambicionando escrever um Fim: A REVOLUÇÃO

{Estou a deixar os dias incompletos, vai ser... trabalho para Novembro}

sábado, 23 de outubro de 2010

23

AO DIA 2 3... 23

Aos dias 2 3... 23, junto 1.

(ligação da nova página para o dia e deste para este dia onde foi publicado - na nova página e no próprio dia - o dia 1)
É uma viagem no tempo, sem sair do mesmo espaço, aumentando-o: tempo e espaço; da escrita fica este embaraço duma definição precisa, pois apenas na leitura se personaliza.
É altura de viajar: 1, 2 3... continua.

O blog tem mais uma página 1, coincide com o dia 1 deste mês. Quem quiser passar da página 1, entra na história pelo dia 1, vindo dar ao dia de hoje. Onde, como?
É esta história das coisas escritas, a singularidade da escrita, atrai-me: história fazendo História.
História com H grande, a procura da verdade através dos documentos onde a mesma é/fica documentada/feita: o ficar junto ao fazer a documentar (este aquele e aquele este), de Este (Nascente) a Oeste (Poente), de Norte a Sul, a Rosa, dos Ventos, transportada por um zéfiro amoroso, enche-nos do aroma de a podermos imaginar Rosa - lavada com sabonete de rosas:)
Claro, já ia para lá de Klimane... "Onde, como?" - na epígrafe do dia 1 ou da página 1 - surgem diferentes situações a partir duma mesma citação. 

Voltei a 1

"Pêssego, logo existo!", faço a citação dum pensamento. Quando transcrevo, uso um sinal sinónimo «Penso, logo existo». A citação inicial, a que me trás a fazer esta nota, ocorreu ao abrir um lata de pêssegos em calda, a outra é muito antiga e conhecida, a Descartes se deve.
Tudo isto por me ter detido a ler com atenção "O que eles disseram antes do último suspiro" (deixei em 1), fui comer convencido que morremos e renascemos a cada novo instante. Por instinto, vai de "dizer" as últimas palavras, nu momento: - Pêssego, logo existo!
Ainda me falta escrever um poema, prometi na etiqueta inicial da publicação. Vou ver se leio Assim, desligo o pensamento e o momento é... Assim & Mim + R se ele quiser pronunciar-se.

MORRO


amor morro de saudades
de você convidando
sua presença

com nossa idade
tudo é bom

puro como versos verso!
Assim

MORO

chegou aqui a meu morro
e para me abraçar
logo deixou

sua poesia quente
como a gente

verso puro como versos!
Mim


MOR(R)O

a cada momento em que sinto
os dois nos meus dedos
coço-os, escrevo

da esquerda Assim
à direita Mim


eu sou então o meu centro.!.
R

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

22

Boa prosa! Falando a língua das pessoas que a sabem usar para comunicar o que pensam, sentem e dizem. Uma perfeita réplica duma linguagem coloquial, eu aqui sentado ouvindo, ao ler, o meu amigo a contar um facto real que acontece e ainda bem acontece pois é, fornece, tem, tudo o que alimenta e entra na reflexão. Onde, como cada vez se sabe mais e melhor, muito do nosso processo de decisão se baseia na nossa emoção.
Grande abraço meu amigo e xará,
Francisco Coimbra

Minhas preocupações políticas vão sendo outras, por aqui andamos a "cair na real"!... Alimentando a escrita, continua quase sempre a Prosa e Poesia e o que as dá e vivência.
 
Depois duma mensagem pessoal, tentarei fazer uma outra personalizada, mas aqui publicada sem a ter antes dado como pessoal; algo que ainda irei escrever, logo regresso.

O Luís Nogueira do blog "ENE COISAS" faz o que eu gostaria de fazer se me organiza-se em torno desta vivência riquíssima que é a hiperleitura (através do hipertexto)... Eu (des)organizo-me em torno de leituras variadas, mas creio que no computo geral ainda uso menos o computador e mais os livros, mas tem dias.
Hoje destaco a entrada poema é a flor abrupta, devolvo o destaque e volvo ao tema, pela leitura da palavra "abrupta" que, só como flor, adjectiva bem o poema.
Não é de forma abrupta que volto ao tema, aproveitando leitura actual:

 «O mais perfeito dos sons humanos é a palavra. A poesia é a forma mais perfeita da palavra», Han Yu (768-824), epígrafe a “Poemas de LI BAY”.

Brincadeira...
“O poema é uma composição em versos”, Alexandre Dumas Bis_treta do séc. XXI

Composição::

BIOGRAFIA & BIÓGRAFO

Admirado Silva teve um nome onde a poesia brotou, como amor_a silvestre em silvado campestre. Foi mestre, passando a ser conhecido, quando passou a Passado.
Hoje é meu mestre e fico passado ao lê-lo, daí dá-lo a conhecer como Admirado Silva Passado.
Na parte que me toca, as palavras tocadas pelos toques nas teclas dum teclado, sou como a nuvem vazia que desaparece depois da tormenta quando o céu se abre, o Sol brilha, deixando ver do céu um infinito azul; seja esta a introdução a “infinito azul”.

INFINITO AZUL

quando o sonho ganha asas
olhando uma galinha a debicar
do chão/ levanto a atenção
para poder voar no Infinito Azul

Admirado

Entre uma quadra e uma quintilha, o poema ganha quilha e sulca a linha, onde os versos levam a p_rosa in_s_pirada!
Só os mestres dão a conhecer o conhecimento que têm, eu remeto-me à ignorância e Passado deixo, onde o encontro e onde volto envolto no mistério.
R

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

21

NO SÓTÃO/ NU DIZER

escrevo porque... se não escrevesse, o que poderia dizer do que faço neste momento antecedente da escrita (?) onde a_penas... penso, imagino, crio "macaquinhos no sótão" desejosos de conhecer a vida e ler os pensamentos que se procuram/encontram nu dizer

ALIMENTO

escrevo porque
a palavra se suspende
e pende como fruto maduro

onde levo a minha fome
atrás do apetite

perseguindo es_se alimento
Assim

ALI TENTO

esse lugar indecifrável
onde a escrita se destila
como um néctar a inspirar

a presença do poema
em dedicação à poesia

onde me persig(n)o d'alma
Mim

INSPIRADOS VERSOS

dar à língua é tentação
de canção que quero surda
e muda como uma porta

aberta ou a flutuar
nas ondas

como se inspirados versos
R

CIVILIZAÇÃO

o mundo nasce mais cedo
para não acabar logo
nem se esgotar

no esgoto dos dias
onde corremos

esta "civilização" humana
FC

Porque escrevo acho que consigo perceber melhor toda a gente, mesmo se esta afirmação a faço apenas... porque escrevo. Todos os personagens do mundo, todas as pessoas que conheço, cada um dos que me lê, espero possam muitos e muitas ainda não ter nascido, são testemunhas esfíngicas deste enigma. Resolve-lo, é o motivo porque escrevo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

20

FLOR ABRUPTA

poema é a flor abrupta
brotando na terra
das palavras

plantada na planta
é um mapa

do interior dos versos
Assim

ABRUPTA FLOR


a poesia nasce sempre
florindo os versos
que me fazes

a rir ou chorar
vivendo

cada emoção da alma
Mim

Continuem a viagem... onde antes li:
POEMA E POESIA: TENTATIVA DE DISTINÇÃO
Continuei nas hiperligações!

FORMA EXACTA

 
Escrever é, de forma exacta, um desafio. Ora, a forma exacta, é algo que só pré existe à escrita se escrevemos algo que pensámos por palavras, decorando palavras, só então passando as precisas palavras à escrita. Mesmo assim, será que sabendo o que quero dizer, as palavras que quero usar, o modo como elas se escrevem, acabo escrevendo de "forma exacta"? Indo à origem, ao étimo da palavra forma e da palavra exacta, poderia concluir...
As dúvidas permitem-nos fazer perguntas, as certezas afirmações, qual destas situações quero presente em quem sente a presença do que sinto quando escrevo, eu gostaria de saber mas nem pergunto: deixo que o leitor se torne adivinho deste seu vizinho, também ele (eu) a ler o que não memorizou, nem escolheu previamente como dizer, disse.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

19

ROSA & MENINO JESUS

Eu adivinho as palavras que vou pensar a seguir, sem que isso me transforme em adivinho, procuro ser sábio! Lábia não me falta nestas ocasiões, tento convencer o leitor da enorme vantagem que pode tirar do seu contacto com uma prosa onde a Rosa é o menino Jesus nas palhinhas dum presépio onde pode ser Natal todos os dias. Vou então pensar "Problema Einstein", sabendo que não há nada para pensar nas palavras. Apenas, e como isto é importante!, a partir delas.
PENSAR*
(...)

Enquanto fico a pensar como responder à questão deixada pelo intitulado "Problema de Einstein", ainda não é agora que dou trabalho a quem quiser trabalhar os dados da questão, de modo a saber responder à pergunta de forma compreensível no seu como, porquê, e, porque não?, quando. Eu estou a trabalhar o quando, enquanto como o como e penso expor o porquê, porque é ele o responsável pela resposta ser pensável da mesma maneira por quem perceber a maneira que usei para pensar a resposta que irei dar. Sendo esse o desafio a deixar, eixo da atenção à atenção de quem se aplicar a procurar uma resposta responsável. Disse, para já. O menino Jesus tem um riso de barro, à espera dum sopro divino? A Rosa, inspiro-a e inspiro-me!
Nota: * no mês de Novembro, será ainda Outubro todos os dias! Tenho esta fisgada há muito tempo, será já a partir do Dia 1. Juntarei à data a palavra, formando um todo, todos os dias: dia 1 e seguintes até dia 31, este último será pura reencarnação, 31 de Outubro em Novembro.

A história neste blog é (o que o) dita, de modo que a palavra - deve ser imaginada - dita quando escrita. Acabo de me aperceber de ter três "seguidores", merecem a minha atenção, ver no rodapé das páginas, dá para seguir os blogs.
Ainda ando a tentar incorporara a presença dos anúncios! Eles mudam durante o dia, desaparecem dos dias anteriores, abrindo apenas em páginas visualizadas. Não são uma grande maçada, valha-nos isso.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

18

ACTO INICIÁTICO

Houve finalmente quem me perguntasse pelo PROBLEMA - do Einstein! Fiquei tão emocionado que quis es_tender... até amanhã a possibilidade de escrever sobre esse tema que nos irá levar à problemática de três dias antes, no dia 15. Antes de mais terei de apresentar o "Problema de Einstein", o que obriga a passá-lo.
Escrever tem esta dificuldade, em si mesmo, é um acto iniciático: põem-nos à prova, é uma passagem!
Amanhã publico isto, com "data valor" de hoje. Hoje, agradeço sigam esta ligação a "O ERRO", ainda continuação à problemática dos comentários. Seguindo a ligação, temos mais Assim & Mim.

VIR SOLTO

a palavra que passa
de boca em boca
procuramo-la

na mola do coração
a vibrar diapasão

a vir nu verso solto
Assim

VOLTO SIR

meu riso é como água
tem a forma solta
pela sua taça

o que quer que eu sou
nos devemos nus

onde quer que caia Sir :)
Mim

domingo, 17 de outubro de 2010

17

MARCA(S)
Ler marca sempre presença, é uma marca da escrita. Dar à Rede (Net) acção (Redacção) de hoje o nome do que marca presença neste Diário, desde este mês, leva-me a valorizar os comentários recebidos:
É sempre um prazer poder desfrutar dos seus textos e poemas, ficamos querendo mais, a continuidade do ontem, seguindo o hoje e o amanhã,
Efigenia
(2)
Mirze Souza disse...

Francisco!
"És esperança e Esperança sou"!
Dois poemas que complementam o anteriormente dito. Acredito nesta união imaginária de memórias que se unem.
Muito BOM!
Abraços
Mirze
(3)
Excelente poema, amigo querido.
Fosse diferente, não teria o teu cunho.
Bjito amigo
Lindo poema. Adorei. Beijo. Ibernise
(5)
tecas disse...
Bom? Não chega. Muito bom? É insuficiente. Excelente? Mais do que isso...subime. Expressão máxima de expressar por palavras em dois magnificos poemas: < Retiro a mão > < Sonho a mão> do Assim e da Mim.
Como comentar um génio da escrita?
Bjito amigo
Tecas
(6)
Mirze Souza disse...
Que beleza, Francisco!
Não sabia que escrevia tão bem! Lindo demais. Agora vou ter vergonha das bobagens que escrevo!
Parabéns, poeta!
Beijos
Mirze

O que espero desta Red_acção... leitores(/as) sigam as hiperligações, leiam as respostas que dei, sigam quem fez os comentários, tornem o mundo maior, permitindo uma proximidade que de forma inversa aumenta, mostrando que con_versar... aproxima as pessoas.
Curioso o que nos chega de quem, por vezes, não conhecemos. Vamos ver o que nos reservam os "anúncios" da Google Adsense, depois de subscrever apareceu o primeiro no dia de ontem:
Microfinance Empowers

Join us in enabling the poorest of the poor to improve their own lives

www.GrameenFoundation.org
 Public Service Ads by Google

Publicidade à "Microfinança"*, com o slogan «Junte-se a nós permitindo que os mais pobres dos pobres melhorem as suas próprias vidas» subscrevo!
*responsável pela atribuição do Prémio Nobel da Economia no ano passado

Amanhã é Segunda, já é hoje - no agora das horas - chegando a novo dia. 
Ainda não foi hoje que descobri em que fuso horário está a funcionar este blog!? 

sábado, 16 de outubro de 2010

16

A minha palavra escrita é escrita um SE ideal/ ideia com a sua palavra sublinhada  ̶  se  ̶  palavra como um sólido de revolução projectado no movimento sobre a sua geratriz! Exclamação na vertical dum ponto: onde aponto o equilíbrio do ponto na recta de infinitos pontos... infinita como uma fita apanhados os cabelos duma menina  ̶  ondulando quando ela corre ao vento  ̶  solta.

Publiquei o dia 14 passando um texto manuscrito como ele foi escrito, o Assim nunca assina a prosa. Publiquei sem introduzir uma virgula, reli pontuando, republico. A riqueza da escrita está toda na leitura, vou agora passar o que o Assim e a Mim escreveram. Parece terem adivinhado que ia passar um texto donde se solta...
Deixo Assim&Mim, sem mais comentários, de hoje.

S & V

a sensação que se liberta
para navegar solta
assim de volta

entre um olta e uma olta
do s ao v

saindo cada verso vindo!
Assim

V & S

volta sempre bem solta
a emoção que toca
tua em nós...

onde a tua voz
me chega

rasgando veia a nova ideia
Mim

Eu passaria «entre um olta e uma olta», mas o que se passa é o que está escrito; assim fica, como Assim deiXou. Salto ao eixo, brinco, mas «entre um olta e uma olta/ do s ao v» é uma solta volta...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

15

MOMENTO  INICIAL

Isto é uma história, só precisa de um pouco de atenção e capacidade de ler por parte de quem tentar seguir as palavras, de modo a poder perceber o que se se_gue... cegue :))) Feche os olhos e leia sem qualquer ideia.
Pertenço aos dois por cento da população capaz de resolver o PROBLEMA de Einstein, sobre o qual ele ditou a sentença que faz de mim um ser inteligente. Pelo menos no sentido etimológico, de alguém capaz de resolver problemas. Num sentido mais específico do termo nunca saberemos, pois um ser inteligente pode ser alguém que cheira a mijo de cão e só outro como ele o poderia reconhecer, esse tipo de psicologia mergulha numa probabilística duma probabilidade tão improvável como posso provar a natureza do apetite perante uma pessoa saciada. Afinal a atenção é uma realidade partilhada até pelos estúpidos, algo que faz de qualquer ser vivo um ser inteligente quando se trata de dar resposta positiva à sobrevivência sobrevivendo a esta introdução.
Agora tenho de equacionar se consigo continuar a escrever ou se, pelo contrário, vou já dormir. Este "pelo contrário" é o capítulo da história onde "pelo direito" viro do avesso o momento, enquanto o resolvo. Falta-me apenas escrever um poema, depois deito-me, tento ler e o mais certo é apagar a luz e adormecer de imediato. Fica então a questão de conseguir dar continuidade a

INFINITO LIMITE DA RAZÃO

já não me consigo lembrar
do poema que germinava quando
deixei do pensar para ocorrer
a uma necessidade fisiológica
capaz de determinar o curso
do momento que antecedeu este

dito isto deste modo descritivo
de fazer a escrita escrever-se
espero seja visível o improvável
provando-se a sua natureza
através duma metafísica pura
onde o empirismo se afirma este

primado da razão súbita e nunca
súbdita seja do que for e porque
quer que seja mais do que este

afirmar da forma de forma a formar
a dialéctica duma poesia precisa
sobretudo pela ausência deste...

Quem quiser saber como isto começou, só tem de acabar e recomeçar, do começo.
Amanhã publico o dia de ontem pois, como será Sábado, terei tempo para passar o que ainda não passei.

Farei o que vou fazer agora, atribuir uma "data valor".

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

14

A minha palavra escrita é escrita um SE ideal/ ideia com a sua palavra sublinhada se palavra como um sólido de revolução projectado no movimento sobre a sua geratriz! Exclamação na vertical dum ponto onde aponto o equilíbrio do ponto na recta de infinitos pontos infinita como uma fita apanhados os cabelos duma menina ondulando quando ela corre ao vento solta.
14.10.10

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

13

Venho a tentar fazer história, deixar registo dos dias do mês. Escrevo para publicar amanhã, onde esta terça terá dado lugar à quarta e eu, procurando uma quinta potência, repito e multiplico = isto x isto x isto x isto x isto = até ficar visto!

AS COISAS QUE TE QUERO DIZER

Há as coisas que te quero dizer e o que digo, tentando nesse dito deixar "as coisas que te quero dizer". Ontem não tive tempo de te escrever, quase nunca tenho tempo de te escrever... Prefiro saibas que todos os dias penso em ti, sempre que pensas em mim e antes ou depois, cruzamo-nos nus duma presença material. Fieis à procura pró e pré existencial, conhecidos de uma outra vida, esta: onde a ficção se fixa na fixação duma memória transformadora, memória da imaginação.
Hoje é o meu dia da sorte, todos os dias, a qualquer hora, sempre que penso em ti. Para to provar amanhã volto ao que hoje te escrevo e lerás que "é sempre como da primeira vez" lendo o que vês e revestes com a emoção e sensibilidade capaz de te fazer escrever uma resposta. Espero não deixes para amanhã o que podes fazer hoje, amanhã haverá um novo parágrafo, escrevê-lo-ei a itálico, sublinhando?
O que escrevo de novo está permanentemente em jogo, é o jogo.

ÉS ESPERANÇA

a linha azul
do céu deixado
neste verso escrito

onde o olhar
poisa a esperança

esplêndido pássaro!
Assim

ESPERANÇA SOU

meu canto ateu
é dum teu espanto
o espelho nosso

de cada dia
a ver-se

verso em poema(s)
Mim

terça-feira, 12 de outubro de 2010

12

Os dias intersectam-se, cruzam-se... A memória, a toda a hora, faz história; vou passar Mim & Assim, do dia de ontem:

OBSERVANDO

observo a calma da árvore
plantada no quintal
tentando tê-la

aqui onde escrevo
cada verso a_o vir-se

no belo de vê-lo e dizê-lo!
Assim

OBSERV...AND...O

telho a atenção de tê-lo
nu poema vindo
no vivê-lo

uma beleza do belo
descrito assim

com teu nome a trazê-lo
Mim

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

11

Será que tenho alguma coisa para dizer aos outros, assim ditos "outros" duma forma genérica?
Sim: - Boa tarde!
Aqui a tarde não está má, abriu o Sol.
Se cada leitor se distrair com a escrita como a leitura aqui o terá trazido: amigo, está comigo.
Olha para dentro da minha cabeça e vê como ela pensa... vou actualizar o blog e tenho de ir trabalhar, seguindo o exemplo do estômago a fazer o quilo do almoço que vai passando ao intestino delgado onde começa o quimo. Estas coisas acontecem mesmo para quem só faz equivaler o Kilo ao Litro, está certo e muito bem.
Medindo apenas o tempo, este foi o que tive. Logo volto para deixar um poema, ou um conto? Depois conto, ou seja, dou a ler.

domingo, 10 de outubro de 2010

10

Os dias sucedem-se aos dias, a sua ordem só é cronológica, por vezes, em retrospectiva. Os lados do tempo? Só há tempo para a frente, o que ficou para trás? Ao nosso lado? O tempo é linear? A sensação de espacial_idade?...  Esta é a especialidade da História, dar espaço ao tempo narrando-o, contando-o, interpretando, lendo... Proseei, publico. A seguir, voltarei ao dia de ontem com "data valor", voltarei às 14:30h às Furnas, à "D. Beija" onde antes eram as "Águas Quentes"; como ainda serão, na memória dos mais antigos...

sábado, 9 de outubro de 2010

9

RAZÃO E CORAÇÃO


recebendo a água quente
o nosso corpo tem razão
nu no bem que se sente
ele aquece seu coração

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

8

E É ISTO

Nada fazer pareceria ser a resposta apropriada, própria em si mesma, não sairia de si, ficaria onde se encontra. A menos que... não (querer) fazer nada seja este enorme trabalho de cogitação! A ser assim, fico plenamente satisfeito e deixa de haver dualidade: é deixar de fazer o que estou a fazer e... nada fazer. O problema só preciste pela dificuldade em saber o que se está a fazer quando não apetece fazer nada e se pensa nisso, e é isto.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

7

Hoje a minha ideia era escrever uma ideia... corporizarei já de seguida com "Palavra da Sorte", uma iniciativa de Dicionário inFormal.
Hoje saiu [um beijo] quenco, de seguida um poema que escrevi:

SOS

Amor, dá-me a beleza
para fazer o poema,
deixa-me entrar
dentro de ti

Nunca esqueças,
a luxúria não é luxo
ela é nossa,
necessidade pura.!.

A beleza, meu amor,
é fazer contigo
o que sós
nus nos fica em SOS

(Só Onanista Sou,
sonha_dor...)

Agradecer comentários recebidos, destaco:
... mãos de poetas + CÉU IMPOSSÍVEL

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

6

Já hoje o dia é o final da noite, antes da noite começar a ser noite noutro dia que dela sairá na aurora. Nome de fenómeno que tão pouco tenho acompanhado, a não ser cansado, antes de deitar.
Não estou para a prosa, vou ao Assim & Mim, passando do caderno onde ontem estaria a ler por esta hora:

RETIRO A MÃO


a disposição do candeeiro
faz com que a luz ilumine
as costas à minha mão

o que escrevo fica assim
fazendo versos na sombra

até iluminar o poema! se...
Assim

SONHO AS MÃOS

I

escrevo de olhos fechados
a ideia do que quero dizer
antes da primeira estância

entrar na estância escrita
onde aqui me descrevo

com mãos sobre as teclas

II
as tuas mãos envolvem-me
quando te leio sentindo
todos os sentidos!...

escrevo o prazer de beber
com água na boca

o sabor onde tu ressumas

III
dás a essência da poesia
onde sonho as mãos
às quais estendo

as minhas com que digo
os sentidos todos:

em cada verso onde te beijo
Mim

Vale a pena escrever para ter e dar, receber e retribuir, podendo tentar reter do ter a leitura e do dar esperar resposta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

5

VIVA A REPÚBLICA!

NA(S) ALTURA(S)

Estava na altura de darem uma... micro narrativa: se ela abris_se as pernas... eLe entra(ria...) de cabeça.!. como um deus

O ANEL

Óssana nas alturas, ouçam-na e rendam-se; tudo se foi, anéis e rendas... eLes formam o Anel: um, nu outro [(O) outro]... os dois

SAMBA

Assiste um gato, assusta-se e corre, passa um carro e mata-o (imortalizando)... "ficou na contra-mão atrapalhando o tráfego", "Samba" o gato; toca, na rádio, uma música do Chico [Buarque de Holanda]

O OUTRO

Virou novela, o sequestrador, não só não soube dizer o seu nome como disse mais, afirmando ser "o outro" e agradecendo ser tratado como "o outro" (o que faz sentido)

VIVA O 5 DE OUTUBRO!!!

"A poética do conto"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

4

Todos os dias escrevo um poema, quando não me contento em tentar escrever apenas isso, é isto...
Não estou para ficar à espera de sentir "a emoção poética" visitar-me, procuremos a imaginação através de imagens. Imaginemos...
Um homem erecto, sonha com a lua: fá-la levitar como se ele fosse um falo e ela... a imagem: a gota de água!...
Com a ajuda da imagem que fui buscar, ilustro.

PINGA

o homem é um falo
erguido.!.erecto
como erecção

ejaculando a Lua
dando vida

com enorme poesia

II
pode não querer
mais do que
ter isto

breves instante
no momento

nu e ele_mentar...

III
o seu canto
este meu canto
ergue-se do mundo

desce até à terra
talvez pingue

pinga se chover!...
Assim

Quem conhece um mestre e com ele pode aprender, medita e deixa-se ficar a ler, a tentar... apreender. Tem de tentar, tem de sair do seu ser para entra no seu ser. Vejamos então... "desejo" é uma palavra-chave na poética do Assim. Mais tarde ou mais cedo, temos de nos tornar mestres de nós próprios. Conhecer o mestre como heterónimo meu, é um modo de transcender a realidade. Aqui a deixo, aqui a dou a ler, até que me doa a Língua... que doa a música que procuro para o canto.

DESEJO

claro como a água
o meu desejo
Assim

ENSEJO

eu sou uma gruta
à tua espera
Mim

Os mestres às vezes tiram-nos espaço, o que faço?

ARDENTE

claro como o vinho...
quero bagaço

Deixemos arder a água nas nossas células, quando nos mata a sede; nessa sede, não temos mestres, somos nós mesmos?
Viajando à procura de conhecimento:

BELEZA

desvenda tua poesia
fazendo-me
poeta

recebendo dando
seu desejo

nu verso.!.do poema
Assim

CERTEZA

I

beleza
o que dentro
de nós nos toca
com toda a certeza

II

a beleza confunde-se com a certeza
porque ela é nossa substância
e garante de subsistência
tanto mental como
espiritual
tanto das ideias
como dos nossos ideais
ela alimenta sentimentos reais
mas também a fantasia e a pureza

não é de definição fácil de se fazer
pois não é finita e fita o infinito
para bem longe do bonito
conceptual
pois existe viva e comovida
faz parte da experiência é vida
como mostra tudo que se dá a ser

III

distinta de tudo, em tudo presente
ela é da vida a maior das dádivas
feita do que se sente é improvável

alicerçada no gosto bem confiável
alimenta o juízo possível das divas
a quem as escuta crendo-as gente

domingo, 3 de outubro de 2010

3

BEIJO RUBRO

procuro com a alma
as palavras que chamo
até ficar em calma acesa

neste labor procuro
teu beijo rubro

até ser n_osso...
Assim

RUBRO BEIJO

a alma cresce-me
a bater dentro do peito
a canção do amor

a água dum beijo
a brotar na boca

a abro às nossas línguas
Mim

CANÇÃO DO AMOR
esta agitação
feita agir móvel
em meu coração

é em poesia pura
a pura poesia

esta tentativa a ler!
R

HUM?...

quando o poeta
se esquece do poema
para se entregar às palavras

pego num rolo
de papel higiénico
para folhear...

desfolho o cilindro
num amontoado branco
duma lista vazia

gera-se uma imagem
tão pura e cristalina
como uma bolota

sou sempre assim
sem batota
digo

essa poesia
de todas as coisas
para qualquer pessoa

no fim
acrescento
o meu nome à lista

Um!... Francisco Coimbra

(!... assim, é a ejacular.!.)


Chamo a atenção para a poesia da Mim, onde de pequenos beijos "a" entra num final e imenso "a" (linguado). Uma poesia cuja interpretação nos coloca como intérpretes, chamando-nos... para o poema (nus). Com esta alma também, Assim mais uma vez começa, sempre onde as palavras nos tocam...
Bom Domingo!


A PURA POESIA

estou em apuros,
os pardais puros afastam
os canários

não tenho quem cante
no meu quintal

O Professor Pardal
(inventor da banda desenhada)

Sinto-me provocador, se não é do Outono, não será do tempo. Coisa imperdoável e estranha, possivelmente impossível:  ̶  O tempo é causa de tudo, assim falou um mudo. @

sábado, 2 de outubro de 2010

Acabo de ter de decidir como publico um texto já publicado, no caso vai ser no dia em que o escrevi! O endereço da publicação prévia:
http://nanquin.blogspot.com/2010/09/vassoura-indecisa-francisco-coimbra.html
De seguida, a publicação pretérita...
http://diariodedetrasii.blogspot.com/2010/10/vassoura-indecisa.html

2

O mês começou ontem, tentarei ir à procura de qualquer coisa: vir todos os dias. Em relação ao dia de ontem, hei-de fazê-lo, passando do que fiz.
De hoje?
Tinha acabado de escrever, dentro dum texto, dentro de aspas:

«
a dor do que não foi
é o que fica, seja adepto
do Porto, Sporting, Benfica?...
»
Adapta-se na maravilha!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

1


Dá-me jeito começar pelo fim, saber de antemão onde irei chegar quando concluir a história, não que sempre o faça. Dizer isto não é o mesmo que não dizer nada, mesmo nada decidindo sobre o que já tiver acontecido. Há uma ideia genérica, escrever as 24h dum dia. Começando hoje às 24h transformadas em 0h, charneira do dia, dobradiça do tempo, janela aberta a grande altura, num 24º andar onde não vale a pena ir à janela procurar a luz do dia quando este ainda é noite.
A perfeição dos parágrafos surge quando eles se transformam em versos, deixando pensar a prosa como um longo poema que não espera limitar a sua existência a uma linha, antes a desenvolvendo e dando em várias cuja essência faz parte da natureza narrativa do texto quando nele encetamos da ficção o rosto numa expressão que tentamos desencadear, na procura de arrancar alguma emoção do leitor que interioriza o que lê.
O “verso” anterior não me leva a lado nenhum, apenas colecciono boas intenções sem delas chegar a sair, a não ser que desenvolva uma ideia. Sendo racional e lógico, vou procurar desenvolver um silogismo.