sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

+ NADA

Descrever a sensação que procuro, dar-lhe nome, escrever sobre ela. Esta é talvez a maior virtude da arte, neste caso, da escrita, procurando transcender e ascender a uma sensação ainda inopinada, indescritível. Isto neste momento avançado, quando a descrição está a atingir o ápice. Uma imagem que, para cada um, em si mesmo, o consegue fazer/ser (ampliando) +

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A RESPOSTA

Quando comecei a resposta ainda não tinha formulado uma pergunta, havia só uma certeza, o que era mais que suficiente. Não ter certeza nenhuma, era essa a certeza. Quanto ao que já aí vinha chegou sem surpresa, fazendo-me presa dela. Ela, a surpresa, sempre pronta a surpreender, não surpreende: vem de surpresa, dá-nos a certeza, envolta em voltas de uma dúvida para obstetras (tretas).

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

NADA FICA

Quando uma folha cai, nada fica no lugar dela. Fica o lugar onde ela estava presa, pelo pé que se soltou. A inserção do pecíolo no ramo, se for este o caso, é observação possível. Sem ela, nada fica onde tenha tido lugar. A observação, anterior à ausência, só na ausência se faz sentir.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

VIAGEM NO TEMPO

A gentileza junta gente e beleza em proporções onde uma porção tem por quantidade a qualidade subtil, tempo a ganhar contornos fluidos, permitindo olhar as horas em diferentes quadrantes, não há mostrador de relógio capaz de dizer horas melhor: sentir o pulso escrito num impulso.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

PALAVRA A PALAVRA


Este "Ano Corrente" tem origem num livro que li, "Ano Bissexto" foi escrito por uma personagem que conheço. Se essa personagem existe e fui eu que a escrevi, é algo que desafia ser eu personagem duma pessoa que imaginei. Este tipo de questionar transforma, talvez seja outra a palavra adequada, aceita a literatura como campo fértil de psicanálise pessoal. Completamente entregue, não a um conhecimento do que seja a psicanálise, antes… à imaginação fértil do que possa ser. Pesquisei palavra a palavra...


domingo, 26 de janeiro de 2014

CULPADA

Enche-me de poesia, pode ser densa, espessa macia, apelando para toda a fantasia. Ser culpada me faz viver do tudo ao nada, pois tanto a exaltação quanto a carência me fazem sentir tua proximidade ou afastamento, os limites da nossa existência. Acrescento uma última palavra e não tenho como não repetir, culpada. Sem me desculpar, quero ser aplacada (o que será?...)!

sábado, 25 de janeiro de 2014

CIDADÃO E CIDADÃ

Entre o ão e ã, masculino e feminino, menino e menina, homem e mulher, somos a soma da sociedade do cidadão à cidadã da cidadã ao cidadão... Havendo aqui um gozo vocabular digno de dele nascermos, como se de uma vulva materna, vindo no seio da língua (imagem absoluta e total)!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

FAXINA

A ideia da imagem a percorrer o texto, tornando-se presença tutelar, lar à ideia: ponto assente... Deixando vogar ao sabor do vagar com que vai tomando forma, a sentir a inspiração, procurando do perfume a essência. Estilizada, quase – grafismo! 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CHU-CHU DE ESTIMAÇÃO

Um coração vegetal, de plantas nascidas da terra, bate ao compasso do tempo de bater este conto. Onde um herói desconhecido, rói uma côdea seca e saborosa. Molhando no café a côdea do pão cozido em forno de lenha, não há engano, se não me engano, invento! Só falta ponto (o) final, à imagem de à um chu-chu.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CONTINUO SEMPRE

O verbo e a acção dão: continuação. Surgem palavras, a imagem acompanha-as, qual botão de rosa. Uma Rosa mística, transformadora, sol_t_ando… perfume. A inspiração torna-se mais fácil, acompanha o devir, vem e há-de vir até ficar. Continuo sempre.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

OCUPAÇÃO

Procurar a imagem certa onde a palavra se revela acertada, como a seta a vibrar, acertando o alvo. Com esta vibração própria da acção, quando é certa e acerta(da): seta no alvo. A mosca, no seu centro, viva, insecto voador voa provocando a atenção: provocação! Cem imagens, a palavra voa. Uma, apenas uma, percorre a frase a caminhar, imaginada.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A SÚMULA DAS COISAS

Vou continuar escrevendo em antecipação, usando o sumo das palavras para as usufruir, fruindo do seu uso. Quanto às imagens tento passar pelas literárias duma forma muito lateral, mas literal, completa tangente ao ápice duma exclamação!
A imagem escolhida surgiu na pesquisa, é actual…

domingo, 19 de janeiro de 2014

LAMBER SABÃO

Enquanto converso com os meus botões, o Ano Corrente corre. O dia é domingo, depois de ler a história "Três anõezinhos ou lamber sabão", fico com "lamber sabão"; limpando a língua… na água do dia.

sábado, 18 de janeiro de 2014

ESQUINA

É muito bom vir, no dia de hoje, dizer:

– Hoje é aqui e agora! 

Num momento é como se tivéssemos vinte e quatro horas, mil quatrocentos e quarenta minutos, milhares de segundos, como se tudo se somasse, somam-se todas as sinergias – pura energia – numa esquina de todas as faces.




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

CANTO À CAPELA

Apenas a voz em nós se faz canção sem som, dando à escrita dança, movimento, presença. Procuro imagem para imaginar esse canto que se faz da voz, instrumento sem outro acompanhamento. Tocando a corda da emoção, deixando-a vibrar nas cordas… vocais, todas as vogais e consoantes, indo para além delas em vocalizações sem palavras. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

EVIDÊNCIA

Estamos na terceira semana do ano, aproveito o fim-de-semana para acabar de publicar os dias da semana. Procuro encontro entre texto e dia, escrevendo-o ao encontro duma evidência para a qual procuro uma imagem. Encontro-a à lupa, pormenor… desta vez deixo ligação à imagem.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CROCHÉ

A imagem há-de ter autor, o objecto retratado também. Nas palavras o croché tem por linha uma linha narrativa? Esperemos que sim, passando deste modo a ler Ano Bissexto. Depois de duas semanas, dum outro modo. Tem por base a palavra e a imagem, pro_move…  nova viagem, outro tempo: Ano Corrente... ente no nu colorido das letras.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LUGAR DE ENCONTRO

As palavras sempre, palavras de novo. Depois da ressurreição de "Ressurreição", a vida é nova vida. Se não é assim, assim deve ser. Em Lugar de Encontro, o reencontro com Ano Bissexto diferencia-se. Faz-se, fazendo de si uma releitura, com nova escrita para Lugar de Encontro.
Imagem para ressurreição, subida aos céus…

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

13

RESSURREIÇÃO


O saboroso gosto do prazer, como gosto dele! Discutam-se os gostos sem discussão, até à consumição da consumação. Gostando do gosto até esgotar, renovado sempre, até ao desmaio final ou quando Maio passa a Junho ou acordando do dia na noite ou na hipérbole da parábola, na geometria quântica dos quantas, quantos se queiram… crendo na ressurreição final (quando se dá título ao texto)!

Abrindo os braços ao Céu!!

domingo, 12 de janeiro de 2014

12

CONSEQUÊNCIA 

(ordenha)


Ordenhando a imaginação enfiei a teta na boca para mamar, mas em vez de chupar soprei. Sem saber o motivo, faço-me consequência (inconsciente).

sábado, 11 de janeiro de 2014

11

A IMPORTÂNCIA DO PROJECTO

(jogo e gozo)


No tempo dos lilases gasto tinta tentando afinar a tinta, encontrar a cor capaz de reproduzir o real com a maior realidade possível. Acontece o mesmo quando escrevo, procurando naturalidade. Na verdade, é algo complexo, capaz de me deixar perplexa. Aquilo que sinto, transposto para as palavras, é quase exercício misto – místico e fascinante. Mistura-se o som, a forma, fundo e objecto, sem abordar ainda a importância do projecto: o gozo deste jogo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

10

PINTURA

(flor soltando esporos)


Enquanto me entretenho a pintar, tento pensar em tudo, sem fixar em nada. Desenho uma flor soltando os seus esporos no ar, esperando que a vida continue a partir das suas sementes. Em cada gesto semeio meus genes, deixando a vida ficar, passar, continuar.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

9

A SEDE



Entre ser Mina a água da mina ou as suas paredes, procuro ser a sede que visita a realidade. Passo do nome para o sentido sem fazer ideia do sentido, até se formar uma ideia, é quando a sede aperta. Corro para a min(h)a e mato-a, a sede volta a ser palavra sem nome. Mina apenas, ser por ser, existência a pensar-se, sou…

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

8

LOCALIDADE


Vaz era o nome de família da minha mãe, sinto-me irmã do Luís Vaz de Camões. Camões deve ser uma localidade perdida em Portugal, onde o gato perdeu as botas. Má sorte, amor ardente?...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

7

VAZ


Vivo num vazio de ideias que se concretiza como as areias no deserto, formando dunas varridas pelo vento. Só o vento define a tua superfície, no interior és pedra erodida. Opinião erudita, dita-a um coração de pedra!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

6

PROBLEMA DE CONSCIÊNCIA 


O trunfo dos copos é a alegria do bêbado ao ficar ocupado, sem se sentir culpado! Culpado não tem trunfo, só ganha problema de consciência.

domingo, 5 de janeiro de 2014

5

TEO (DEUS) RIA

uma teologia a_teia…



A vida é ordem, mas o caos já é existência. Logo, a vida, nasce do caos. Saber como se forma a ordem, é conhecer a explicação da vida. Já… deter o caos é… como regressar à existência.
No caos, sem vida própria, não há vida definida: só o nada, no tudo. Existe o geral, a gerar-se… indefinidamente.

sábado, 4 de janeiro de 2014

4


FILME MUDO



O palhaço tinha um fato de Charlot com chapéu a condizer, mais a bola de plástico vermelho no nariz. A bola no nariz é que o tornava palhaço, o resto ficava bem num filme mudo com seu personagem silencioso.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

3

LEITURA

A noite, a leitura e a vida. Estas três coisas parecem conciliar-se duma forma própria, fazendo da última qualquer coisa de tão intemporal como a primeira, digna de servir a segunda. Esta surge de molde a verificar-se o ditado popular "no meio é que está a virtude". Está feita a leitura, a vida continua as noites com os dias.
1ª – a noite
2ª – a leitura
3ª – a vida

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

2

I (primeira semana) 

BEBENDO DA CONCHA


Agrada-me deixar feita qualquer coisa ainda por começar, disto fazendo mais um conto quando feito. Contanto o gozo de qualquer começo, temendo o trágico que é um fim. Enfim, uma história à moda da Mina, directamente da mina: igual a meter a mão na água, bebendo da concha.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

1

(domingo)

NO PRAZO DO ANO

Começo um ano com a perspectiva de realizar algo de diferente, não deixará de ser uma tentativa para a qual tenho objectivo detalhado: preencher os dias!

(di)versão

Começar um ano com a perspectiva de nele realizar algo de diferente, só pode ser inova(do)r. Não deixará de ser uma tentativa, tenho por objectivo manter a cronologia.