ARCOS
DA LAPA
Ilustração retirada da Net por EMD –
Eleonora Marino Duarte
RUA
DAS PUTAS
na "rua das putas"
não há disputa,
está doendo;
doida para dar,
só quero…
ouvir "Vem puta!"
CALADA
DA NOITE
Saio sozinho para a parte menos iluminada
da cidade, onde as ruas são estreitas e silenciosas. Algo, pela calada da noite,
me faz aqui sentir em casa: querendo ser… proscrito.
CANÇÃO
na canção de prostituto
não a quero eu fazer
sem amor humano
despejada numa sarjeta
dum lirismo agónico
dela não há mais a dizer
FALA(S)
EM SILÊNCIO
A construção de personagens só tem um
limite, a palavra a desenhar falas em silêncio.
P (pois proscrito prostituto puto…)
VAZIO
IMBECIL
Ando na margem negra da folha branca caída onde
a noite é caiada de breu, no antagonismo antagónico de ser agónico, entregando
a alma ao criador sem vontade. Mesmo sendo ela, vazia e imbecil.