ARCOS
DA LAPA
Ilustração retirada da Net por EMD –
Eleonora Marino Duarte
RUA
DAS PUTAS
na "rua das putas"
não há disputa,
está doendo;
doida para dar,
só quero…
ouvir "Vem puta!"
CALADA
DA NOITE
Saio sozinho para a parte menos iluminada
da cidade, onde as ruas são estreitas e silenciosas. Algo, pela calada da noite,
me faz aqui sentir em casa: querendo ser… proscrito.
CANÇÃO
na canção de prostituto
não a quero eu fazer
sem amor humano
despejada numa sarjeta
dum lirismo agónico
dela não há mais a dizer
FALA(S)
EM SILÊNCIO
A construção de personagens só tem um
limite, a palavra a desenhar falas em silêncio.
P (pois proscrito prostituto puto…)
VAZIO
IMBECIL
Ando na margem negra da folha branca caída onde
a noite é caiada de breu, no antagonismo antagónico de ser agónico, entregando
a alma ao criador sem vontade. Mesmo sendo ela, vazia e imbecil.
poucas vezes você publica textos com a crueza da realidade, mas quando o faz
ResponderEliminarconsegue enxertar lirismo e beleza!
versos cercados de nudez e exposição da palavra.
adorei
«A construção de personagens só tem um limite, a palavra a desenhar falas em silêncio.
fico excelente.»
volto para dar resposta ao desafio. :)
um beijo.*.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNossa Poeta um dia já escrevi sobre, gostaria de encontrar e trazer aqui. Nada comparado à sua brilhante canção! Beijos no coração!
ResponderEliminarSenasacional, sensacional!
ResponderEliminarPoesia com a glória dolorosa da sarjeta.
Já foste atá a Lapa, amigo?
Poderia jurar que sim pois descreves o clima exacto dos seres que por lá habitam, não os turistas, mas os homens e mulheres que por ali moram. Fui e se puder, volto, é enriquecedor.
Parabéns!
Minha biografia breve do P.
Sou Puto, Proscrito, Pós escrito em uma sociedade feita para os Perfeitos. Sou Podre repúdio aos olhos morais, mas aos meus ideais, sou mais podre do que o mais podre dos mananciais das Urbes degradadas. Sou eu a degradação da solidão.
No entanto: "tenho em mim todos os sonhos do mundo" e por ser tão Puro na alma, por erguer dentro de mim tantas contradições, a minha amada sociedade baptiza-me com um P definitivo, como uma marca no gado. Meu P Principal é de Patético!
Abraço Poeta,
beijinho para as moças.
PS ainda não consegui recuperar meu blog!
"tenho em mim todos os sonhos do mundo" Fechou Coelho!
EliminarA terra é povoada de Lapas, as almas caminhantes.
Vivi perto de uma Lapa, Lapas me reportam a Lambretas. Lambreta era a prostituta mais encardida da cidade e a mais requisitada, diziam.Beijos nos corações!
Poeta,
ResponderEliminaraceitei o desafio, publiquei aqui:
http://poesiafalsidadeideologica.blogspot.pt/2012/09/madrugada-no-guedes-ii.html
MADRUGADA NO GUEDES II
▪ Peguei a bolsa da “filadaputa”▪ Vazia ▪ Cheirou a féria ▪ Disse que deixou cair da bolsa a grana do dia de trabalho ▪ Disse com aquela boca mole e o olho vidrado ▪ Não sei se meto a mão na cara dela ou se meto ela daqui pra fora ▪ E agora? ▪ Vou ser eu a fazer a noite ▪ Me safo no Guedes ▪ O Guedes alivia nas cervas ▪ Estão ali os playboys doidos por um amasso dum cabra ▪ Sou o cabra ▪ Me “planto” na porta ▪ Tô cheio de dor no joelho ▪ Tenho atenção aos carros ▪ Aos que passam devagar ▪ Quem vem pra "pagar um pega" não entra ▪ Piscou um farol ▪ A Lapa é sombria ▪ Brilha a luz do poste ▪ Vou dizer que encoste ▪ «Por menos de vinte não tem jogo», jogo ▪ Entro ▪ Fico ▪ Faço ▪ Saio ▪ Guedes quer um “troco, dou ▪ Em casa um rato rói o sapato da vaca ▪ A vaca dorme ▪ Eu me armo em Puto e vou dar uns tapas na guenga ▪ Ela dorme ▪ Que merda! ▪ Se eu prestar atenção nela dormindo imobilizo ▪ Ela é lisa, toda lisa, a pele lisa, a cara lisa, parece que nunca levou porrada, mas levou e muita ▪ Me perco ▪ Respira calma ▪ Dorme serena ▪ Têm as mãos pequenas ▪ É pequena ▪ Sou pequeno quando a vejo tão de perto ▪ Parece alguém a quem se deva amar ▪ Marimar ▪ Por um segundo no mundo um anjo me salva ▪
Ando um pouco atarefada... mas vim agradecer a visita no Sedimentos (sua e da olara) e deixar um beijo carinhoso para todos.
ResponderEliminarO povo aqui anda criando... mil e uma!!!! :)
São belos e fortes poemas, como devem ser!
ResponderEliminarBom demais.
Abraços, Francisco!
25 de Setembro, 5 de Outubro! Agradeço os comentários, dá para perceber que fiz folga. Fiz um desafio e não fiz de júri, também não fugi... O júri foram e são os intervenientes, grato por terem participado.
ResponderEliminarPorque amanhã é sábado... vou voltar, ou tentar ;)
A_braços!!