segunda-feira, 30 de abril de 2012

SURPRESA


A vida reserva muitas surpresas, para quem é apto para se surpreender. Tenho dito, escrevi. Nada mais ou melhor que já foi dito e redito, a surpresa contudo está aí, ela existe e está sempre pronta, para nos surpreender!

Yuri

domingo, 29 de abril de 2012

EVOLUIR DOS ACONTECIMENTOS


Tirou o nome numa rifa, como se fosse a Sorte Grande. Não foi, mas faz de conta. Quem se lembraria de incluir uma rifa num envelope com um nome? Só eu!
Acho que isso aconteceu para imaginar a história, este conto. Como estava a ficar falho de imaginação, escrevi no envelope: Sorte Grande.
Com o evoluir dos acontecimentos, o envelope acabou por me calhar. Fiz o maior sucesso, ao mostrar a “Sorte Grande”: Ficas Xico! Disse uma, O Xico tirou a Sorte Grande, disse outro. Acabou por ser assim.

sábado, 28 de abril de 2012

VINÍCIUS A CORES DADO


Vozes, vagidos de bebé chorando, sons trazidos pelo vento, meu entendimento vago, difuso, vagueando. Incerteza, mesmo assim, fui abrir a porta. Aguentei a lufada de ar, os sons não se tornaram mais precisos, voltei a fechar a porta.
No dia seguinte, por mero acaso, encontrei na escada do prédio uma vizinha a contar a outra como o Vinícius acordou a meio da noite, chorava com dores de dentes que estão a nascer e não a deixou dormir.
O mais interessante da história, que agora acha final, a consciência dos nomes (acho eu).

Vinícius

sexta-feira, 27 de abril de 2012

DIACHO


Deram horas, o diacho entrou eram quatro horas da tarde. Com este pormenor, aconteceu; tudo o mais parece secundário. Pondere-se saber, a sensação não é partilhável. Ao darem as quatro horas, não vi ninguém entrar, senti! Imaginar a cena, alguém a imaginar a cena? Em cena, o diacho!
Seu lado cénico, parede toda branca, relógio preto na parede, o diacho… invisível.

Wenceslau

quinta-feira, 26 de abril de 2012

ASSIM OU ASSADO


Quando acabei de escrever o comentário no blog da amiga, veio este súbito entendimento dum porquê, capaz de fazer jus a um porque sim, assim asado! Uma frase complicada, um conto desenvolvendo-a a ponto de a tornar simples, compreensível, aceitável.
Reconhecidamente a ficção tem vantagem sobre qualquer outra situação onde maravilhoso e fantástico se queiram idealizar, no sentido de converter a ideia em qualquer facto.
O facto era um fato, a vestimenta dada ao corpo da ideia. Eu estava nu, ia desfilar para a rua e dizer: – Meu povo, sou o Rei e levo vestido um vestido real, dum conto inesquecível!

Urbano

quarta-feira, 25 de abril de 2012

(E)LABORAÇÃO


Ela escrevia pequenas histórias, deixava de si particularidades curiosas, observações, a construção das frases, o gosto evidente por algumas palavras, uma forma bem pessoal de desenvolver o que, à falta duma maior precisão, chamarei de raciocínio.
Esta falta de "precisão" é uma proposta, para dela fazer um conto. Raciocinar até dar, como se fora resultado de um pensamento elaborado, uma simples história. A beleza da coisa, a meu ver, está na forma como o enunciado, em qualquer momento, parece ter acabado de acontecer.

Thiago

terça-feira, 24 de abril de 2012

RASTO


O bichinho andava no chão, era muito pequeno, parecia não saber onde ia. Prendeu-me a atenção, pois não havia maneira de se esconder, ir á vida, desaparecer. 
A sua presença esteve a dar matéria para uma história, mesmo se não consegui imaginar um conto para ela. Pois, se tinha um início, parecia não ter fim.
Resolvi sair, ainda era de manhã, voltei ao fim do dia. Do bichinho, nem rasto.
Tal como chegara a desejar, acabei por conseguir contar um conto. O bichinho andou comigo o dia todo, agora já o posso deixar em paz.

Santiago

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SENTIDO FIGURADO


Nunca tinha pensado poder gostar de ser... Querêncio!? Vou contar como esta ideia me entrou na cabeça, como se fosse Iluminação do Espírito Santo!!!
Querêncio é autor dum conto que li, logo aí me apeteceu descobrir a palavra… Assim pensei, cá "o" estou a fazer. O o aplica-se ao pensamento, a palavra dá e tem até "sentido figurado".
Houve qualquer coisa no conto do Querêncio, apeteceu-me escrever. No final vou escrever meu nome, quero ter um conto sem nenhum sentido figurado. Ao qual, no final, possa dar: a ideia inicial...

Renato

domingo, 22 de abril de 2012

QUERÊNCIO


Gosto de histórias que têm um segredo, este é bem simples. Podia ser uma combinação numérica, para abrir um cadeado. Na verdade isso é pouco, escapa-lhe desejo e sensualidade. Nesta combinação, a desejada para este segredo, vive um corpo. Maravilhoso, um corpo adormecido. Ela gosta tanto da combinação, resolveu usá-la como camisa de dormir. Agora não é segredo, mas tem um que não conto, o que a faz tirar a combinação.

Querêncio

sábado, 21 de abril de 2012

O VIDENTE


Estou num daqueles dias em que não conseguia ser bom leitor, queria por força saber como acabava cada conto. A solução, é bom de ver, levava-me a ler o final. 
Em que ponto procurava o final? Essa a história pela qual resolvi, também eu, escrever um conto. Na resposta procurei o como descobrir o final, ser o autor, vir_ar... vidente.

Patrocínio

sexta-feira, 20 de abril de 2012

(O.) CONTRATO


Indemnizar alguém indemne? Como os danos nem sempre são visíveis, não há como saber. Ainda com o conto por concluir, sou ameaçado de obrigação moral, indemnizar um personagem. Segundo ele, tem contrato onde assina, O.. Para não me incomodar muito mais com este assunto, vou escrever (o conto). Se ele quiser, o personagem é dele. Fica concluído o contrato! A modos de dar tratos à imaginação, sobre quem é quem.

Otávio

quinta-feira, 19 de abril de 2012

CAIAR O BRANCO

Este conto é tão curto que acabou antes de começar, não chegando a ser. Com tudo, o Ser, afinal se manifesta agora!
Vou apanhá-lo, da exclamação caída… a caiar o branco, desenhando o vazio no interior dum bacio, limpo e pronto.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

1º DE ABRIL

Era aquele dia em que uma coisa muito boa podia criar dúvida(s), caso nos lembrássemos da data. Toda a gente brincava, era um Dia de Enganos. Escrevi nesse dia este conto, contando pensasses fosse uma brincadeira.
Ris-te em riste, em guarda, sem mostrar os dentes, interiormente. Ninguém dá conta, nem tu? Bom, tudo bem! Nem sempre o criador é Criador, não é?

Newton

terça-feira, 17 de abril de 2012

SEM REPETIÇÃO

"Meu amor, igual a uma lesma (deixo a baba das palavras) arrastando-as sobre uma folha". Gostava de encontrar quem escrevesse um parágrafo destes, deixando-o… levantando voo! Criando um micro conto por contar desse modo, deste modo. Apetece-me escrever, uma vez: sem repetição!

Manolo

segunda-feira, 16 de abril de 2012

VOLTO ATÉ AQUI

"Vou até ali, dali volto até aqui" copiei essa frase para o caderno, a ela volto. A ideia de contexto sempre a achei da maior importância, perdi de vez o contexto inicial desta frase. Algo me deve ter influenciado a passar estas palavras: "vou até ali, dali volto até aqui".

Mário

domingo, 15 de abril de 2012

LUÍZ ZITO

Luíz Zito era órfão de pai e mãe e fora um juiz quem lhe dera o nome de Luíz, porque quis. Zito foi dado por uma freira, a Madre Superiora do convento ao lado do orfanato. Cresceu até ficar com a idade de usar o nome no Mundo, tinha a ideia de tudo ser maior fora do orfanato. Não teve tempo para tomar uma decisão, ainda é pequeno já assina (isto). A ideia de tudo ser maior… Quem sabe.

Luíz

sábado, 14 de abril de 2012

POR ESSE MUNDO

Ia viajar e não levava bagagem, estava de mãos a abanar, escrevia este conto sobre um teclado e ele iria viajar por esse mundo fora. Ele o conto (iam viajar, ele ia com o conto: Ele e ele, um novo Deus existia: o conto). Sorria na beatitude de uma atitude budista, sentado sobre a bunda, indiferente para a atemporalidade deste instante iluminado!

Juvenal

sexta-feira, 13 de abril de 2012

UM VERSO

Acabou de acordar transformando sonho em realidade, escrevia no sonho, escrevia agora. Não se lembrava do sonho, apenas queria escrever: escrevia.
Deu conta de ter dormido, havia acordado e começava o dia, "de repente, não mais que de repente"…

Isidro

quinta-feira, 12 de abril de 2012

ESPETADOR

Um espectador do Novo Acordo Ortográfico acordou, deu conta de como retirar o c mudo da palavra a mudava, com consequências transformadoras!
Espetou, expectou… experimentou, foi experimentar ser um experi-mentador, até se tornar "espetador".
A nova grafia fazia-o entrar numa tourada, virava campino, munido de vara: espeta_dor!...

Hipólito

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ERUPÇÃO

Entrou em erupção às 00:00h dum dia zero, sem dar acordo da cor para o calendário inexistente do dia. A hora não chegava, o minuto durava, ficou no segundo inicial. Em vão tentou contar a vida e beleza da erupção, bela de mais! Ininterruptamente, o segundo não mais terminava. Teve uma das mais diversas necessidades habituais, tudo se resume… indo neste parágrafo.

Guedes

terça-feira, 10 de abril de 2012

A FERA

Mal tocava nas ideias elas liquefaziam-se, escorrendo da ponta da sua esferográfica. Suava ele do calor tropical, ela derramava a tinta, as ideias surgiam expostas.
Quando parava de correr tinta, ia tomar banho e voltava limpo. Não tardou a escrever em honra da fera que vivia dando tinta, mágica!

Francisco

segunda-feira, 9 de abril de 2012

(QUASE)

Alguma coisa há-de ser alguma coisa, esta coisa é só alguma. Alguma… parece coisa pouca mas cresce (fica de fora?). A primeira palavra trouxe as outras, outras a trazem agora. "Alguma coisa é isto, não me limito a pensar, também escrevo", trata-se dum pensamento quase perfeito, falha o significado final. O que possa ser, mostra como a natureza abstracta, quando aplicada às palavras, não tem um motivo ideal. Apenas a ideia denúncia, quando surgem as palavras escrevendo, um pensamento (quase) prefeito?

Eliseu

domingo, 8 de abril de 2012

DEODORO

Deodoro, é este nome herdado duma carta dum bisavô, para a bisavó. Já essa mãe do avô morrera e dissera ao pai do meu pai, filho dela, não perceber a assinatura na carta. Carta de namoro, normal, duma ocasião em que viajara o namorado.
O avô nunca conhecera o pai dele por Deodoro, os papéis haviam ardido; desaparecidos. Ir a um cartório perguntar pelo bisavô, seria outra história; fiquei assim, com o nome herdado duma carta.

Deodoro

sábado, 7 de abril de 2012

SERENATA

Coimbra é uma cidade que funciona, como um lugar diferente onde volto sempre, para renascer. O que me transforma, como se fosse uma planta sazonal, nela deixando as minhas raízes, sempre que viajo. Uma história, passível de contar depressa, é cada regresso. Possível imaginar o Universo em expansão, sentindo o pulsar da mão abraçando o braço da guitarra, à palheta ou à unha, as cordas tangidas no coração do instrumento, sentir a guitarrada. Para o fado se fazer ouvir, só falta soltar a voz, fazendo serenata. Desta deixo, esta prosa em a©ta do coração, pulsar do peito. Meu preito, está feito!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

VERDADE

Que ontem não é hoje era o costume, até ontem ser hoje que continua a ser ontem. Como sei? Essa é a questão e a sua resposta, é a resposta à questão.
Como não encontrei resposta, continuo a pensar que hoje é ontem. Na verdade, não vejo motivo para mudar de verdade. Conto assim o conto, deixo a verdade em letras grandes.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PENSAMENTOS

Geralmente não escrevo sobre o que me acontece, vou sempre escrevendo onde aconteço. Nem antes, nem depois, a história a nascer. Como se ela mesmo precisasse de estar viva, para ganhar vida.
Não há muito a dizer sobre o que não temos nada a dizer, basta-nos pensar e ir pensando, esquecer e recordar.
Enquanto acordarem, os pensamentos, dão cor e iluminam.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

NADA

– São pequenas histórias estranhas, as que escorrem da garganta e não chegam a alimentar o corpo, desaparecendo no Nada! O padre entrara em delírio, as mulheres tinham medo e admiração nos olhos, os homens não sabiam se haviam de lhe arrear no final da missa ou batiam palmas. Era a coisa mais estranha que alguma vez lhes acontecera, assim o registo.

Casimiro

terça-feira, 3 de abril de 2012

O OUTRO

"Há o orgasmo, existe essa coisa imensa, que vai para lá, além do que se pensa, e se faz o se da escrita". Assim pensava Bruno, distraído sem saber muito bem o que pensava, apenas pensando, por ser natural pensar. Quando pensou e escreveu o que pensara, deu-se conta de, depois de ler Assim, também ele era assim, apetecia-lhe ser "outro".

Bruno

segunda-feira, 2 de abril de 2012

MÁXIMAS EM MASSA

"Estou como estava ontem, com mais um dia", pensava António e ria para a ideia. Se todos os dias, em cada noite, conseguisse registar um disparate… Dessa díspar arte, talvez resultasse a produção dum livro de máximas produzidas em massa. "Nada me massa mais que ter de perder a noite a dormir", pensou.

António

domingo, 1 de abril de 2012

1 DE ABRIL

Era aquele dia em que uma coisa muito boa podia criar dúvida(s), caso nos lembrássemos da data. Toda a gente brincava, era um Dia de Enganos. Escrevi nesse dia este conto, contando pensasses fosse uma brincadeira.
Ris-te em riste, em guarda, sem mostrar os dentes, interiormente. Ninguém dá conta, nem tu? Bom, tudo bem. Nem sempre o criador é Criador, não é?

Newton