sábado, 20 de novembro de 2010

Dia 20

OXALÁ

aqui ali ou acolá
acolhi um oxalá
tanto se me dá

haja a hipótese
à falta da tese

tempo o Futuro
R

NÃO OU SIM?

- Fez-se luz! Fico iluminado em palco e falo, cego pela luz, para uma plateia que sei existir mas neste momento não consigo vislumbrar. Preparo-me para um longo monólogo, mas eu mesmo me interrogo fazendo uma voz diferente:
- Hei-lá... aqui há gente! Podeis falar, confiante de ser ouvido.
- Dou por mim a pensar (voltando à minha voz inicial, a mesma com outro timbre):
- Não estaria mais tranquilo se soubesse não ser ouvido, apenas sendo escutado pela imaginação com que povoo a plateia?
- Não sei, tudo depende duma ideia, tens alguma?
- Não reconheço a voz que me responde!?
- Não tens a certeza, é isso que dizeis?
- Sim, suponho seja.
- Sim, vamos no bom caminho!
- Sim, vou supor que sim.
- Sim?... 

O Teatro é uma arte tão antiga como a palavra transformar-se em representação do mundo através de Mitos transmitidos oralmente naturalmente, ao calor da fogueira, à sombra de bananeira, numa clareira ou não. Quem terá sido o primeiro actor, alguém que dançou enquanto cantava? Alguém falando, enquanto gesticulava e dando-se conta, sentindo uma sensação de ridículo, ridicularizou os gestos e acabou a falar perfilado, primeiro rindo, depois chorando? Como é fácil calcular, é pura especulação falar dos primórdios desconhecidos de seja o que for. Não deixa de ser uma boa intenção, capaz de valer a atenção dada à questão.

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