O
MAR E OS JASMINS
– PABLO NERUDA
DE TUA MÃO pequena em outra hora
saíram criaturas
debulhadas
no espanto da geografia.
Assim voltou Camões
para deixar um ramo de jasmins
que continuou florescendo.
A inteligência ardeu como uma vinha
de transparentes uvas
em sua raça.
Guerra Junqueiro entre as ondas
deixou tombar seu trovão
de liberdade bravia
que transportou o oceano em seu canto,
e outros multiplicaram
teu esplendor de roseiras e cachos
como de teu território estreito
brotassem grandes mãos
derramando sementes
para toda a terra.
No entanto
o tempo enterrou.
O pó clerical
acumulado em Coimbra
caiu em teu rosto
de laranja oceânica
e cobriu o esplendor de tua cintura.
Diário II
Leitura de blogista que sigo com proveito, do Blog Panorama para aqui trouxe Pablo Neruda no poema que
dá nome à publicação.
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