sábado, 25 de fevereiro de 2012

25

ENCAIXE

chegas sempre
se eu estou
já alerta

a pensar
escrever-te

nu encontro(!)
Assim

ENCAIXO

quando entras todo
toda eu vibro
contigo

antenada
sintonizo-me

no nosso encontro(!)
Mim

ENCAIXA_R

alerta/aberta
ele/ela
eu

olho
espantado

o próprio espanto!
R

14 comentários:

  1. ENCAIXO

    quando entras todo
    toda eu vibro
    contigo

    antenada
    sintonizo-me

    no nosso encontro(!)
    Mim
    http://diariodedetrasii.blogspot.com/2012/01/encaixo.html

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    1. como notas na música, como em jogo de quebra-cabeças, com em montagem de lego, como em resolução de palavras cruzadas, charadas, como em reunião de elos de corrente, como os dentes de um pente, como as duas partes a concha fechando a ostra, como na colorida babuska russa, como a boca ao se fechar para morder, como o concavo e o convexo, como a tampa de um pote, como um tanto de sorte, como latas na prateleira, como as mãos entrelaçadas do casal de modena, como as rimas justas de um poema, como de shakespeare os temas, com as duas bolinhas da trema.

      encaixa-os com tuas letras e encaixa-nos na garupa! viagem!!!!

      encaixe, a única coisa realmente necessária a um casal para a felicidade do acasalamento(!)

      um beiJÃO*** querido francisco

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    2. Mimo, caricioso amor...

      ainda bem que, como na geometria de Assim e Mim nos encaixamos em perfeita figura espacial!

      yin e yang a boiar em nossas paragens amorosas....

      como em teus poemas, no casal sublime dos sonhos "heterônicos" dos ecos reais. fantasia e realidade vestindo as mesmas pessoas!!!

      com em Pessoa!

      felicidade e contentamento por nós, meu docinho tão querido♥♥♥ todos nós que estamos em tua barca que abarca o destino.

      te amo.

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  2. Cada um é… quem quiser.
    O estranho fenómeno da despersonalização, mais tarde ou mais cedo, há-de ser descrito, como um fenómeno físico. Mental, passado no cérebro, na mente, mas… exclusivamente físico. Como tudo, como os ossos. Que, quando partimos, são o que mais resiste.
    Há quem faça grandes viagens sobre o que acontece depois que: parte/imos… Eu estou permanentemente a partir, sou um viciado na morte, um viciado na vida! Na permanente descoberta do sentido de estar vivo, de ser vivo!
    Então… não encontro a mais pequena diferença entre as “nossas diferenças” e as diferenças de todos os demais seres vivos, é-me muito fácil irmanar com toda a matéria orgânica, o que leva a referir, sem qualquer falso pudor, os excrementos excretados do corpo: urinas ou fezes, somos também essas “fases” em disrupção, resultantes da nossa separação de nós mesmos.
    Foi este o meu ponto, os… três ponto, as reticências surgidas há partida. Desenhando um estado de suspensão onde nos projectamos, isto quando conseguimos fluir. Esse estado fluido do pensamento que… nos permite ser, quem quisermos. No caso, quem ‘se’ escreve.
    Então… é como se a escrita (se) escrevesse/escreve-se sozinha. As sinapses entre os neurónios do cérebro se fazem da forma mais incrível, saltando feito loucas entre a memória e o Futuro… a imaginação precógona do que se virá a materializar. Nesses momentos conseguimos descobrir os números da Sorte Grande, assim… sonhemos com eles! Coisa que me nego a fazer, para não estragar a Sorte, tornando-a uma coisa “sabida”, matreira, viciada.
    O tal… viciado na vida, na morte, na morte, na vida… é parte duma imagem recorrente da espiral, rodando de forma centripta. Em qualquer altura posso sair... ser projectado! De forma lateral, este é um fenómeno central. Ele permite sentir o equilíbrio orgânico do cérebro, mesmo quando ele se está a desfazer em fezes ou urinando até retirar do sangue a própria vida, filtrando até a nossa “sina” dando as nossas senhas para entrar no Céu, Paraíso, Changrilá, Xangrilá, sem grilos… como quem vai ao Parténon e vê aquele monte de pedras ruídas, partidas, acabadas… e tem uma epifania e vê a suprema beleza e o caralho a quatro enterrado por trás, pela frente e dos lados na imaginação oferecida (!) Mim & Assim surpreendidos a mocarem à frente do leitor como dois grandes senhores na cavaqueira, só que, eles, alimentando, não as ideias, os seus próprios corpos.(!). Nós, por uma noção de pudor, a transformarmos suas falas em ideias, soltando ao vento… pensamentos!
    Somos então… puros e purificados ser(es)… [ser/seres] Isto, leitor/a, se entras neste ‘se’ e nele encontras esta escrita. Podendo/fodendo com ela fazer o que Assim & Mim se fazem quando querem e sempre que querem. Por isso… eles são a nossa ficção, a nossa feição de vermos a realidade, como julgamos que ela não é… quando, na realidade, ela é precisa_mente… o que pensamos que ela não é… ela é mente/demente… o nosso sonhar de ser gente, a nossa imaginação. Então… mais uma vez, julgamos estar a sonhar e não ser isto realidade, e não ser possível viver assim… em imaginação. Falsa fals_idade, fale-se esta idade e te-la-á. Viverá o espírito como um poeta, peta? Experimente ser poeta, filosofo, pensador e será! Será a bosta que quiser, o mais maravilhoso diamante lapidado, deixando-se atravessar pela Luz! Sentir-se-á… fantástico! O seu cérebro parecerá elástico, mutável, transmutável… assumirá todas as formas que assumir. Não faça merda desta capacidade e… dará conta de que a beleza não é mais bela à sobremesa, ela acompanha cada bocado de pão que mete à boca. Tenha ou não ensopado ele no mais saboroso molho do ensopado de peixe, de borrego ou dum qualquer “prato” vegetariano.
    Viu, a palavra “prato”. Nós, nas palavras, já estamos habituados a comer a ideia de comer comidas, as mais físicas: é deixar-se ir nestas idas/ideias e viajará… transfigurado!
    Sejam Assim & Mim… e assim… serão.
    Beijos do coração!
    (continua)

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    1. Como se todos vós, cada um de vós, fosse a mais única, a mais genérica, a mais geral das pessoas, a minha Mãe ou o Nosso Pai, Deus regressando ao(s) cérebro(s) que o pariu!
      Não tenham medo de se sentirem sós, inseguros, finitos, terrenos, coisa pouca… a beleza nasce desta entrega, desta partilha com as mais pequenas coisas. Descobrir que somos coisas, isso é uma sorte, permite-nos partilhar a Sorte de todas-as-coisas-do-Universo, é uma boa… é a melhor abordagem dos versos. Vivam deste modo os poemas e conseguiram, aos poucos, viajar ao cerne, ao interior, da Poesia.
      Boas leituras, caros e queridas, leitores!
      R(realize-se! ;)


      ENCAIXA_R
      http://www.youtube.com/watch?v=BeJI9weVxTM
      Sinfonia nº40 de Mozart
      («oiça, deixe-se levar...»

      MozaRt

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    2. R,

      fui aos mozart's
      levando os poemas.

      sensação das sensações!

      obrigada por narrar a teu modo os encaixes geniais da criação.

      um beijo***

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    3. Francisco, meu caríssimo e mui estimado poeta,

      Senti a necessidade de dizer em longo comentário alguns pontos impossíveis de serem deixados isolados em uma caixa de comentários, sobre o seu tratado existencial e filosófico.
      Em primeiro lugar quero, como escritora e leitora de sua obra, agradecer muitíssimo a sua partilha de valor inestimável para qualquer um que queira se dar ao destino da escrita, aqui está uma espécie de “bula” ou “manual” de como e quando a poesia e a existência se misturam e se propagam unidas e indissolúveis. É assombrosamente belo o teu discurso de amor ao ofício e a vida. Aplausos!!!!

      Como em um desencadear de ações aparentemente aleatórias, você traz ao texto Mozart! Haverá o leitor que perceber imediatamente e de uma vez por todas, correndo o risco de não entender a trama que se desenvolve em tua escrita se deixar passar tal percepção, que tudo o que acontece em sua obra é pensado por um filósofo das letras, alguém que se presta a desenvolver incessante a escrita como questionamento sobre a vida e sobre a arte da escrita, e que as conclusões a que chegas vêm se misturar a sua obra na voz de teu narradoR, o imaginado personagem que aborda as questões pela ótica cRua da Realidade e teus heterônimos, que vivem as tuas conclusões pela verve da ficção de um casal apaixonado. Aqui já mereceria um tratado sobre a sua obra, pois se trata de belíssimo mosaico exposto aos olhos dos leitores como sendo uma obra divina, mas que ao contrário do que se apregoa e vejo dizerem, não tem nada de divino ou sobrenatural, é resultado do seu trabalho minucioso dia a dia em teus diários pessoais e de sua busca íntima por responder-se antes de um acaso te jogar para fora deste tabuleiro a que chamamos Vida. É urgente que se entenda a respeito de sua escrita que ela é a soma de um espetacular talento lírico com a dedicação de um artesão sobre as letras, que vive dia a dia a estudar e a se aprimorar, sendo antes de tudo um leitor estupendo, pois não haveria a qualidade que aqui encontramos se não fosse a entrega que você tem para com os livros e o respeito que você tem pelo conhecimento acadêmico. Por tanto, eu quero ressaltar que tua escrita não vem de um divino acontecimento que parece mais obra e graça de um Deus talentosíssimo, mas do resultado da soma de tuas experiências de vida e de sua capacidade ímpar de dar a elas a inteligência de sua caneta.(continua)

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    4. É óbvio que o resultado belíssimo que aqui nos deixa é matemático: Conhecimento + Sensibilidade = Tua Escrita. Escrever não é milagre, é trabalho duro e dedicação integral! Entendida a parte dos méritos de seu ofício, vou agora aos comentários sobre o teu belo presente para nós, o texto!

      A filosofia se baseia em exaurir o pensamento sobre uma questão aparentemente infinita até restar apenas um número, como em uma equação matemática. Sua súmula é geralmente determinada em uma frase que defina a conclusão a que se chega após longas horas, (anos?) de imersão em uma dúvida latente, seja sobre o processo de formação das pétalas de uma flor, seja sobre os mecanismos físicos que nos permitam atingir a um orgasmo, mas todo o processo é resultado de um exercício minucioso de observação e conclusão. A súmula do teu discurso aqui é a primeira frase: Cada um é… quem quiser ou o fenômeno da despersonilização. Percebes que estás a ser visionário e pragmático? E que a tal ação te tornas oficialmente um filósofo contemporâneo? Não à toa em entrevista concedia aos blogs roxo violeta (http://roxo-violeta.blogspot.com/2011/11/imagem-de-uma-mulher-tecendo-em-uma.html) e mínimo ajuste (http://minimoajuste.blogspot.com/) eu elejo a você como o meu poeta preferido, junto de Ramos Rosa. Veja que o que mais me interessa então na obra de um poeta é o lugar onde esta obra chega no exercício do pensamento e assim deveria ser para todo o leitor. Deveríamos nos dedicar ao desencadear do pensamento de um escritor, obra a obra e ir dando com as entrelinhas nas conclusões a que ele chega com seu exaustivo mecanismo do pensar.

      O homem habita a Terra mas não se encaixa nela, em tua conclusão há que se encarar tanto a escrita quando a vida como um processo que deve ser vivido junto a todos os outros processos e assim fazer parte de uma existência real e partilhada com todas as formas manifestas de vida e da criação. despersonalizar-se, despersonificar-se é atingir a personificação coletiva, ser do todo e para o todo convergir, não ser fragmentado ou dividido, entender que se é parte mas também se é o todo e assim deixar de prejudicar a qualquer manifestação de vida para não prejudicar a si mesmo. É a pedra filosofal, por certo. Aplicas em teu trabalho este processo do abandono do ego em favor de um grande ego coletivizado e sem identidade, apenas assinado como: TODO. Dizes: Eu sou o TODO. Ensina-nos que apenas assim poderemos ser definitivamente tomados pela luz dos teus versos e ir além das palavras, viajando através delas rumo ao coletivo amor universal e benéfico de sermos todos a mesma energia. Assim sendo, nos dá a fórmula da felicidade, nos diz que a poesia é a alma do mundo e que nela somos os mais belos e mais fortes seres, da mesma matéria que a rocha ou a estrela marinha. Se nos entregamos a leitura assumindo o processo de despersonificação, então podemos ser quem quisermos e quem nos melhor vestir. Somos o que pensamos que somos e a tua conclusão vem de encontro a minha frase exposta em meu blog versos e ideias (http://betinamoraes.blogspot.com/) desde 2007: nós somos um pouco da coisa que veio antes, mais um pouco da coisa que vem depois. ...porém todos, sem exceção, serão sempre o que acreditarem ser. Talvez hoje eu tenha compreendido exatamente a extensão de minha admiração por tua escrita, ela nos redime, nos reagrupa e nos liberta.

      Se eu pudesse dar um conselho a todos os leitores deste blog seria: Não leiam Francisco Coimbra como um escritor que escreve para quem o está lendo particularmente, mas leiam Francisco Coimbra como se ele escrevesse particularmente para cada um. uni_versa_lizem-se, coletivizem-se, sejam também o próprio Francisco Coimbra a desintegrar-se através de seus heterônimos e a reintegrar-se ao Todo através deles! Libertem-se de serem vocês mesmos!

      Com a admiração máxima, tua fã e leitora assídua, Eleonora Marino Duarte (EMD)

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    5. Discorrendo sobre as palavras, sem destino prévio…


      As palavras são lenços de chiffon lançadas numa noite de agosto, quando as aves ganham brincos e pétalas, em vez de asas, nos bicos.
      As palavras têm pouco tempo de vida, mas no exato momento da sua morte, elas ressuscitam muito de repente, assim do vazio, e revolvem os areais mais tranquilos.
      As palavras são fonte, maré ou cais à ré. Matam, destroem, flagelam, porém, no instante seguinte, reacendem fogueiras, lareiras e beijos e a criança mais tenra, mais doce, mais nova arrasta-as nas suas mãozinhas macias, conchas pequeninas, minúsculas conchas de falar rindo. As palavras são princesas estranhamente adormecidas e têm o peso todo, do tempo todo, por falar. Mal o jovem príncipe lhes dê o suave beijo molhado e florido, elas as palavras, irrompem em catadupas pelos palácios reais, acordando todas as princesas de lume embevecidas. As palavras mentem e falam verdade, todavia nunca deixam de dizer.
      Há palavras que nunca são ou serão ditas ou pronunciadas, porque pessoas há, que nunca tiveram nem têm coragem suficiente para dizê-las…
      Pessoas há que dizem de si, dos outros e do mundo, juntando palavras e encorajando-as a caminhar pelos desertos brancos de ninguém. É aí que elas se transformam em enseadas ou folhas tão singulares e minúsculas, promessas de mais uma primavera que desperta. A primavera tem a sorte de ser a estação da gestação, da recriação. Quis deus ou a natureza que fosse essa perene estação, garante de vida ano após ano… haste após haste…
      Tal como as palavras a primavera é o tempo e o lugar das rebentações, arrebentações, renovações, reiterações… E cada pedúnculo, cada sépala, cada cálice é um outro distinto do ano anterior a este...
      As palavras vivem de antecedências.
      Referências.
      As palavras trazem nas ancas sensuais todos os amores dos casais.
      Tendências, disposições, atrações.
      As palavras são pomares e cemitérios. Uns não existem sem os outros.
      As palavras são unas e fragmentadas, são partículas e galáxias, são fonemas e enciclopédias, são gotas e borrasca, são esgar e pesadelo, são frágeis e corpulentas, robustas, como o ferro ou as algemas.
      As próprias palavras desorganizam a gramática mais vernácula e consciente. Assim como as próprias palavras se perfilam muitíssimo bem alinhadas, respeitando a sintaxe mais rigorosa.
      Palavras
      Palavras
      Inchadas do mel das sílabas
      Quando a abelha resolve cantar como a cigarra.

      Palavras cabisbaixas
      Sem esperança no verde verdoso da própria esperança.
      Palavras abortadas, estafadas, perdidas…

      Palavras amortalhadas
      metralhadas
      Palavras sofridas de tanto doerem.
      Palavras
      Tão
      Somente
      Palavras…!

      jacira, boa noite!










      22 de fevereiro de 2012

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  3. No dia 25
    Mozart - sinfonia n°25
    http://www.youtube.com/watch?v=5lnry2PpJfY&feature=related
    MozaRt

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  4. Retribuindo... Beijos*** ^.^

    Bom fim de semana.

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  5. Francisco, seu blogger está de arrepiar.Li o texto e comentários,excelentes.
    Leitora assidua que sou nunca senti o Escritor e Poeta Francisco autor de obras divininadas, sempre o vi extremamente culto, inteligente e sensivel a poesia.Capaz de criar personagens como Assim e Mim que a mim se fazem divinizados sim.É a minha leitura e sensibilidade. Sem nunca confundi-los com o homem Francisco.
    Não existe uma pessoa mais beneficiada pelo seu poder de doação, generosidade, partilha e amor do que eu.Sou muito agradecida.
    Poeta e cultura fica mais bonito.
    Aplausos sempre! beijos no coração! bbrian.

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  6. Um dia especial este que, a esta hora, já foi antes-de-ontem!
    Deixarei para outro dia voltar, agradeceR
    Agora visto de letra meu personagem:
    Boa noite e muito obrigado!
    Abraços, a_braços!!
    R

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  7. Volto como prometi, dizendo teR manuscrito! Te direi leitor/a o que escrevi, deixo para o final do mês o como. Com o como não sei se virá o porquê, já vou deixando dito um quando :)
    Abraço, a_braços!!

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Os comentários que receber serão pessoais, para receber resposta pessoal. Só divulgarei se contiverem esse pedido, justificando o seu motivo. O meu motivo é este, transformar a comunicação numa intenção íntima e (bem) pessoal.