sábado, 24 de setembro de 2011

OUROANA DOS CABELOS DE OURO

Sou um cubista circular, vou explicar. Cubista pela necessidade de perspectivar uma vertente conceptual, onde a arte não é parte, antes (futurista!) será uma procura da totalidade. Circular como um palhaço que monta o seu circo, gozando com o simples faccto de poder acrescentar letras às palavras e todo o contrário.
Fazer deste circo um lar, é circular cubista dum cubismo da esfera que não será um esferismo, nem um circulismo. Um circuito onde, sim senhor ou sim senhora, o Senhor ilumine o caminho de quem precisar D’ele e se faça caminhando lendo/escrevendo como está… v_end_o!
Tudo é mostrado, o artista vendado sobRe o arame, f_ala:
‒ Hoje trago para o meu espectáculo
OUROANA DOS CABELOS DE OURO
(três cantos/contos)
R

A PASSAR O ESTAR

Ouroana chegou à cidade montada num burro, num tempo em que burros e cavalos ainda eram comum modo de transporte. Sendo possível em poucas palavras dar conta deste começo da acção, fica difícil dizer donde vem, para onde pode ir? Antes de poder ir, tem de passar o estar, é aqui que se colocam  todos os problemas que se nos colocam.
Como este é um conto sem a ambição de ter uma história maior que um enunciado onde nos entretemos a ler o que possamos ser levados a pensar pela sua leitura, Ouroana recebeu o seu nome da sua cabeleira cor de ouro e viaja em zona de meridionais onde a sua cor de cabelo e a sua pele branca se demarcam da cor morena dos homens, mulheres e crianças da região.
Ouroana pode procurar uma casa de hóspedes, estalagem ou albergue onde pessoas de passagem são paisagem rotineira. Saberá falar a língua, terá dinheiro para pagar a sua alimentação e estadia. Como evitar ser abordada pelos homens? Essa seria uma fórmula feita da forma distante como se comporta, para já vai resultar. Não tarda irá deitar-se, ninguém a irá acompanhar.

A PASTAR O CAVALO

Ouroana não pode ficar muito tempo, isso ela sabe por experiência própria. Caso contrário será importunada, coisa que procura evitar. Já aconteceu: ao sair da cidade no seu burro, dá-se conta de ser seguida. Trata-se dum homem apenas, aparentemente não procura apanhá-la, segue-a. Parou longe, em sítio nenhum, saltou do cavalo; este capina nas ervas da berma da estrada. O cavaleiro parece procurar algo nos alforges, está por ali, ao sol.
Como este é outro conto sem ambição de dizer seja o que for de forma mais informada do que estar de forma informal a informar do que sabe da história quem a vai inventando, Ouroana bebeu duma fonte e senta-se à sombra olhando para o cavaleiro desmontado que foi enrolando um cigarro que acendeu usando uma pederneira. Um desses isqueiros onde o combustível é apenas uma mecha facilmente incendiável, acesa por ação das faíscas duma pedra friccionada lançando chispas.
Ouroana viu como num único gesto acendeu a mecha, soprou para ela ficar em brasa, depois acendeu um cigarro. Olha para ela a uma distancia suficientemente grande para não poder ver onde param os seus olhos, mesmo se é sobre ela que julga incidir a sua atenção. Pode ser sobre a fonte? Estar à espera que ela deixe de estar junto à água, para de seguida vir refrescar-se. Essa seria uma delicadeza que não faz grande sentido, não há como saber de momento.

IMAGENS PRÓXIMAS

Ouroana só irá parar quando encontrar junto à estrada uma casa de pasto, onde possa ela pastar a pasta da casa. Gosta de massa e está numa região onde ela é famosa, faz um bom tempo que ouve música. Foi fazendo o seu burro retardar a marcha, parece que o cavaleiro que a segue fez o mesmo ao seu cavalo pois não se aproxima. Parece isso sim ser trovador e não haver qualquer dúvida sobre estar a segui-la, quando se deixa seguir e vai meditabunda sentada sobre uma albarda com as duas pernas viradas para a berma da estrada, mais sobre a direita do caminho seguido.
Este conto vai acabar aqui, à hora de mais uma refeição e já no dia seguinte àquele onde a história teve inicio. Mesmo se os dias se podem confundir, um ontem que estava de sol com um hoje igualmente ensolarado. Tanto que Ouroana pôs um lenço garrido a cobrir o cabelo, sem conseguir cobrir a farta e longa cabeleira ainda visível onde não è coberta pelo tecido avermelhado, muito leve parece ser, debruado com uma faixa verde. Larga, pois tem franjas feitas no que parecem ser pequenos encordoados.
Ouroana vai imaginado ser seguida por um trovador a compor uma letra para ela, sem da mesma a sua voz ainda ter deitado mão. Tenho na minha esta história, penso eu na altura em que decidi ir abrir mão dela. Acaba onde o leitor(a) a poderá continuar, compondo na sua imaginação a letra que mereceria haver, para a música imaginada dos sons dum bandolim que talvez seja mais uma viola, cheia de doces sons macios com seu som vibrando no ar - a sofrer o efeito do ar quente - onde a luz parece mover-se criando imagens próximas duma miragem.

Quem quiser saber mais, faça clik!

8 comentários:

  1. Nã clica, arruma ai! Beijos no coração!

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  2. Não entendi nada de nada! Você ta dizendo que eu poderia ser o anonimo? é isso?

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  3. Ainda bem leio teus comentários ainda antes de ir, vou já tratar do "clik"

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  4. Nã vai antes de responder com todas as letras se estou sendo acusada de ter escrito aqueles comentários anonimos. Isso não é brincadeira não.

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  5. "clik" tratado, já respondi à questão do anónimo/a, não é você, pode continuar a ser quem quiser. Se não quiser ir além, deixa-nos sem sabermos quem seja, o que deseja, Deus lhe proteja!?...
    bbrian,
    Vou apanhar Sol, beijos do coração!

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  6. Deus proteja você também.Mas não é assim nao Francisco, acusar e sair.Eu sou o que sou e com muito e muito orgulho! Tanto orgulho que buscarei minha dignidade até o fim.

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  7. O que hoje acabei escrevendo e publicando, dedico como comentário e agradecimento a estes comentários. A_braços!!

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