Nós, ao escrevermos, podemos não saber as respostas mas temos como nossa questão saber como fazer perguntas. Todas elas têm de partir daquilo que tomamos
por certo, o aspecto mais difícil. As certezas são
crenças, não podemos medir e ter uma unidade física, são toda a experiência
metafísica. São as que formam, criam, exigem, dão como dom – Fé; fazem
parte do mistério humano: saber o que somos, o único animal capaz de se caracterizar
por coisas intangíveis, benzer com água benta, levar aos sentidos todas as bênçãos.
Acho que estou no bom caminho, não chega. O caminho dá uma
direcção, não garante o sentido certo. Fazer a pergunta certa não é
querer saber onde fica o ponto de chegada, para que lado está em relação ao
ponto onde estamos vem primeiro. A geografia por onde orientamos as ideias é
muito curiosa, vai da mística à idiotia, da transcendência à coisa. Exacto,
enquanto acto, é um desiderato onde não precisamos desidratar a desatar seja o que for. Embora esteja a
fazer algum esforço, a calma é a alma (de tudo e coisa nenhuma, em nós). Isto para
dizer, enquanto escrevo, como quero ler o que escrevi; ao mesmo tempo, é outro
tempo e o mesmo.
Enquanto a mudança não se torna definitiva, quero antes de
publicar escrever sobre o que escrevi. Conseguindo, ao fazê-lo, qualquer coisa semelhante ao que conseguirei depois de publicar, uma leitura. O que publico já não é só meu, é nosso. Um osso duro de roer, o
esqueleto feito com ideias sobrando das palavras. Uma ideia que tenho sempre
presente é a de que a ficção existe na medida em que se pode tornar realidade,
o que nos leva dos personagens às pessoas e a nos descobrirmos actores. Quanto ao
circo onde ontem me sentava, é hoje um palco do teatro onde a representação se
apresenta hoje e sempre. Tendo como pano de fundo a fala, basta pensar. Quando
não dizemos nada e mesmo assim escrevemos, é como se "eu" fosse o
ectoplasma dum fantasma... a desfazer-se num ataque de asma.
Escrevi frases, histórias, contos breves, com a ideia de poder no
conjunto dos dias acabar por apresentar, primeiro uma personagem, depois mais
para o fim personagens para, com tudo isso, imaginar ter escrito um romance.
Quem gostou, ouvindo a música certa, a imaginação tocando o silêncio, avance,
dance, lendo lentamente ou correndo ao encontro dum prazer, sem prazo. Registando dias do ano, horas do dia,
minutos na Hora!
Ana
("eu" em árabe)
As certezas não dão Fé nenhuma. As opiniões valem o que valem, a fé de cada um, o valor da auto-estima? Certezas... todas com z, no fim do alfabeto! Vale o que vale, uma certeza.
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ResponderEliminarComo vai você?( ao falar com uma mulher) AC para homens Ic para mulheres Eu estou com sede=aná atchán
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