«Ninguém fala para si mesmo em voz alta
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo»
«Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo»,
Rumi (1207-1273)
1
lembra-me de quem sou
para não me esquecer
de como existes em mim
fazendo da fala a fazenda
dum véu por onde vês
olhar uns olhos olhando
2
foi sem querer quero crer
aconteceu um princípio
agora desconheço um fim
este que me espera logo
ali no aqui daqui a pouco
onde a fala se vai esgotar
3
espera de mim sem pressa
pois vais ver como resulta
no fazer desta promessa
passe de magia e fantasia
onde passo o que posso
e toda a vida se faz poesia
Em fascínio me curvo! Que magnifico... uma Oração!!!
ResponderEliminarMaravilhoso! Simplesmente sem palavras.
ResponderEliminarUm êxtase!
Parabéns, Luli
Obrigada, Francisco Coimbra, por estes belos momentos de repouso. Aqui, tudo o que aconteceu hoje tornou-se especial, começou a circular na alma, descobriu outras rotas...
ResponderEliminarE é assim... "passo a passo", que o Poeta se vai afastando da morte, ou seja, da "escuridão que oculta a água da vida" (Rumi),e vai escutando a mensagem de um silêncio único, onde a ruptura não tem lugar e onde é possível tentar compreender tudo. Aquele tudo que existe por detrás do silêncio que fala.
E "onde a fala se vai esgotar", "(...) conversemos através da alma/Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo".
Obrigada também por me teres dado a ler a sabedoria e a beleza de que é feita a Poesia de Jalaluddin Rumi.
Parabéns, Poeta!
Um abraço
Maria João Oliveira