quarta-feira, 30 de março de 2011

MAR MOR

ESTA COISA

aprendo o poema
apreendendo o silêncio
em silêncio

é uma forma de dizer
uma escrita

esta coisa dos versos
R

MAR MOR

Redactor = actor em Rede; de redactor a actor, a Rede está cheia… Net!
Depois dos versos, ensaio a prosa. Esta que uso sem rebuço, dando-a às palavras, nas palavras que se dão a ela. É um encontro e uma entrega, uma espécie de história de amor onde o amor não é Amor e pode ser no tanto faz como fez do Era uma vez…
Esta coisa das histórias que fazem história sem precisar entrar na História, por falta de propensão. Apenas a propulsão, uma vocação onde se convoca a acção e se dá à voz a escrita. O registo do silêncio, feito como um canto do canto, onde o canto não chega. Não chega aos versos, não se procura a récita duma Poesia, a Prosa é mesmo prosa, básica e essencial como palavras pensadas para serem pensamento a ocupar o momento. Depois de pensar, sabe-se lá?... Fica o agir agido, movido, como mó parada junto da farinha moída ou, quiçá apenas, farinha feita.
A matéria dos sonhos acordados tem cor de dados sem marcas nem pedras onde fossem marcados, simples figuras de retórica, onde a sorte se joga branca no branco da cor da tinta, se com tinta se escreve ou imprime. Quanto ao que se exprime, é o actor e o acto: ator e ato. Ato o ato ao ator: nu que se exprime, despindo as palavras, vestindo-as de sentido, dando-lhe sentidos, sentindo-as.
Disse, exprimiu-se.
Digo-me R a Rir, o que corre como um rio. Haja mar e amor, a correr do ri(s)o.
Mar Mor, o mar maior.

2 comentários:

  1. Nesta tua prosa, não entrou a rosa! Texto bem elaborado com a técnica ( continua a ser assim , ou com o acordo ortográfico já não o é?), que te
    caracteriza. Um ator no palco a divagar...sem vagar as horas.«A matéria dos sonhos acordados tem cor de dados sem marcas nem pedras onde fossem marcados, simples figuras de retórica, onde a sorte se joga branca no branco da cor da tinta, se com tinta se escreve ou imprime. Quanto ao que se exprime, é o actor e o acto: ator e ato. Ato o ato ao ator: nu que se exprime, despindo as palavras, vestindo-as de sentido, dando-lhe sentidos, sentindo-as.
    Disse, exprimiu-se.
    Digo-me R a Rir, o que corre como um rio. Haja mar e amor, a correr do ri(s)o.
    Mar Mor, o mar maior.»
    Encontrar poeta maior do que tu na prosa, meu amigo Fran,dificilmente se encontra.
    Um aplauso, ao ator e ao autor.
    Bjito amigo

    ResponderEliminar
  2. meu querido, as palavras encenam um teatro vivo na leitura da prosa descrita... Adorável!

    Instigante e lindo....

    ResponderEliminar

Os comentários que receber serão pessoais, para receber resposta pessoal. Só divulgarei se contiverem esse pedido, justificando o seu motivo. O meu motivo é este, transformar a comunicação numa intenção íntima e (bem) pessoal.