conta uma história para ti mesmo
começando por escrever
a morte não existe
não precisamos de procurar
dar-lhe uma forma diferente da vida
estabelecido um ritmo
está escolhido um padrão
cuja possibilidade vem variar
está lá e varia mesmo se
ficarmos quietos a escutar
versos ao vir-se escrevendo
na formulação da sua construção
de versos que se vêm escrever
como as ondas na praia
onde desagua a poesia
ela é a maré dos nossos dias
a correr para a praia dos sentidos
toda a beleza é um objectivo
maior que a vida e, por isto, a vida
só acaba na morte para quem morre
escrita a imortalidade
só falta definir o que seja
escrever a poesia que se faz
por isto, o poema tem
uma duração que retemos
enquanto a procuramos sentir
até não sobrar nada por dizer
por isto também já ter sido dito
escrito pode voar como as nuvens
condensando o sonho na aragem
onde viajam as formas duma fantasia
de quem se senta a ler o que se vislumbra
da natureza ao natural
dos nomes às coisas reais
onde se explica o que se quer
quando se quer explicar o que é
um verso a vir-se como uma onda
a dar à praia… longo poema desejado
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