terça-feira, 4 de outubro de 2011

VI IV

agora
mesmo

1 comentário:

  1. RESPONDA O DESTINO

    O que vai acontecendo enquanto se lê? É o mesmo que acontece enquanto se escreve?
    Há perguntas para as quais as respostas são, invariavelmente, diferentes. Nem sequer importa saber quem as possa responder, as respostas serão sempre diferentes. Basta a resposta não se poder ficar por um Sim ou um Não, só isso e a pergunta já será diferente. Não me refiro, isso é importante ficar esclarecido, a diferenças na forma. Trata-se mesmo de diferenças na substância, mexendo-a quente, ao lume.
    Assumo que contar histórias tem mistérios que não domino, nunca dominarei e quem domine já terá morrido e nunca terá existido. Esta condenação do saber só poderá ser condenável por quem acredite que a arte são os bordados aprendidos da mãe, os processos artesanais herdados do pai ou qualquer outro exemplo que nos mostre a aprendizagem como a via para dominar um qualquer conhecimento. O desconhecido é o destino desta história, ei-lo que chega!
    Afinal, entra mudo, senta-se calado. A sua presença acaba por me incentivar a continuar a minha história, «O que vai acontecendo enquanto se lê?»
    Volto ao inicio, tento lá chegar como se nunca lá tivesse estado, esperando poder dar o conto por acabado. Estava mesmo, mesmo, para pôr um ponto final na composição e não, não estava mesmo, mesmo, para por um ponto final. Ainda me faltava dar tempo ao desconhecido de levantar e dizer: – O que vai acontecendo enquanto se lê?
    Agora sim, vou poder responder: – É o mesmo que acontece enquanto se escreve?
    03.10.11

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