domingo, 14 de outubro de 2012

BALOIÇANDO


3. A história que mais gosto de contar faço-a só para mim, procurando surpreender o seu segredo, o secreto – desejo de – perder e encontrar. 
Saber existir depois de registar, guardar, expor, possuir, compor e voltar na intuição ou no intelecto, ou viajar, incumbida de subir esta palavra até ao degrau de baixo, caindo para cima, deslizando na maionese, mergulhando a colher na boca, cheia de gelatina, tremente.
Experimente-se registar cada pausa, para sentir cada avanço. Um balanço de balancé, deixa-me satisfeita, baloiçando. 


(3.) O bom dos comentários, isso leva-me à consideração sobre o narrador presentificar o leitor: ser sempre, ou permitir, histórias dentro da história; sendo uma boa história muitas histórias, tantas quantas os comentários possíveis das possíveis leituras, até ao infinito? As coisas que um texto nos dá a pensar, como isso pode variar e varia, de dia para dia, de hora a hora, de momento a momento.
Se eu fosse personagem do autor, não vejo como não ser, inventava-me a pessoa que ele não sendo gostasse de ser. Lá está, seria seu personagem, sendo dela. Já que o narrador é ela.
Estou-me a "vender" à autora, a "vender a minha imagem?". Quem sabe não sou um vampiro, procurando o sangue da escrita!? Imagino um espelho, nele não tenho imagem. É a certeza de vampiro ser, é giro? Giro…»
Acabo de surpreender a Mina a escrever, cometo a maior indiscrição!
Obrigado por vires, seres, estares… presente. Estares, gosta desta palavra assim exposta, aparecendo como um morto-vivo, ganhando uma extra realidade? Vou deitar, para começar o Domingo a horas decentes :))

5 comentários:

  1. Mina,
    você narra as emoções num passo a passo que prende a nossa atenção!

    adorei o texto!


    beijo.

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    1. EMD,
      Acabei de acrescentar (3.) ;)
      Depois da meia-noite, Cindarela cirandeia de novo. :)
      Beijo (*)

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  2. O texto e o contexto são almas gémeas na boa literatura. Aqui encontro os dois e você, Fancisco, é um mestre da escirta contemporânea bem feita.
    Vida longa ao autor e seus personagens!


    Forte abraço.

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    1. CC
      Creio criar o texto no contexto, a personagem exprimindo a sua experiência. Coloco-me como "promotor", promovendo a sua vida/vinda da escrita para a leitura. Grato pelo comentário!
      Forte abraço.

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  3. Poeta, complexo e cheio de reflexos... eu eu aqui, totalmente sem nexo, te deixo um amplexo.

    Beijo carinhoso (marca indelével!!!)

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