Há uma
altura qualquer em que nos sentimos em casa, quando descobrimos estar onde
reconhecemos os cantos. O espaço, sendo conhecido, geralmente transmite uma
noção de calma e tranquilidade. Sendo verdade para espaços físicos, é-o
igualmente para universos mentais ou virtuais. Como este, onde me desloco tendo
como foco a existência dum meio onde publico o que escrevo, de modo a poder ser
lida.
Trata-se duma experiência completamente nova, inesperada e
inexplorada, a explorar. Faço-o com a facilidade de quem sabe o essencial,
estar viva e viver.
Ser personagem e personificar (um)a pessoa, é o mínimo que podemos
ser. Pode exigir o máximo, ser de modo a ter um reconhecimento de quem somos.
Uma coisa que só faz sentido profundo, completo, radical, acontecendo sem, para
tal fato, termos de fazer mais do que ser.
Uma das coisas que procuro pôr no meu modo de exteriorizar o meu
ser, a racionalidade. Entrar na idade da razão, emitir juízos sobre as coisas
sem me abandonar por completo à subjectividade das impressões como acontece
quando falamos do quente ou do frio.
Ser mulher como se pudesse ser homem, sem me entregar aos
estereótipos do género. O fato de introduzir esse elemento no meu perfil
ficcional, ajuda-me a encarar a escrita como um desafio. A qualquer hora, em
qualquer dia, neste momento, a qualquer instante, há uma ocupação onde Assim
poderia registar uma ideia, ter um pensamento, ser quem eu gostaria.
Admirando o perfil do autor do blog, vendo como o partilha com um
heterónimo, apetecer-me-ia ser heterónima. Mas, nasce-se heterónima, não se
decide ser heterónima.
Até pode ser que esteja completamente enganada, não me interessa
nada. De acordo com o meu perfil ficcional, só me preocupo com o que me
interessa de forma veemente. Apanhar a veia duma ideia, circular no seu sangue,
entrar na linfa, estar na fauna e flora da língua.
Geralmente escrevo até preencher uma folha de caderno, chegada ao
fim recolho a recompensa de… acabar.
Vou deixar o… rascunho? Um agendamento, para ser publicada qual
Cinderela… depois da meia-noite!
Mina,
ResponderEliminarvocê vai gostar de fazer de um blog a sua casa. vai perceber, com o tempo, que a vida virtual e a real não tem muita diferença, encontramos pessoas que nos amam e as que nos odeiam, a vantagem é que podemos deletar as que nos odeiam e adicionar as que nos amam! :)
espero que prossigas na publicação pois aqui é o blog ideal, há espaço para os heterónimos, os personagens e os leitores e no fim das contas, acabam se misturando todos nós!
boa sorte!
sua escrita é ótima de ler e você parece gostar muito de escrever! :)
gostei da ideia do agendamento, sempre me esqueço que isso é possível...
quanto ao texto, destaco:
«só me preocupo com o que me interessa de forma veemente. Apanhar a veia duma ideia, circular no seu sangue, entrar na linfa, estar na fauna e flora da língua.»
gostaria de ter escrito isto!
beijo.
EMD
ResponderEliminarComo vai você?
Ter uma personagem devia ser uma coisa perfeita, acho que este é o tema. Só vim para dar um beijo (*)
;)