domingo, 8 de julho de 2012

POR DENTRO

"eu apenas queria deixar você saber quanto eu realmente me divirto",

Esperando apoderar-me por dentro da citação em epígrafe, vejo/veja como o autor retoma a foto usada ontem. Do dia de hoje, a pedido de CC, um dueto onde Mimo sou e Mima é quem quer ("apenas uma mulher")…

ARRANQUE/ SUAVE

Tuas pernas me suspendem
deixando-me ficar no ar
como macacos hidráulicos
bem alto subindo desejo
erguendo um carro parado
à boleia de um beijo seu

Calibro a boca no meio delas
os lábios carnudos abrem
encho meu corpo de tesão
numa profusão de sentir
sentindo o motor de propulsão
num arranque suave voo.!.

No vai e vem da língua passeio
a língua no falo num falar
sinto o calor da tua combustão
nu na pele, no palato, o céu
que não me deixa puxar o freio…
da boca aberta tão desperta!

Seu carro é todo sensualidade
me leva pela auto-estrada
conforto, prazer e velocidade,
pelo gozo e na felicidade
é meu transporte de explosão.*.
leve onde a palavra serve!

Mima/ Mima


10 comentários:

  1. Poeta,lindo num Arranque Suave dá aos leitores a liberdade de personagens e ainda diverte. Assim a poesia cumpre-se perfeita.Beijos no coração!

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  2. Está a descambar!... Mais um pouco de carne e isto vira talho!... Pelo comentário aí de cima da Olara Sonhos em castelo, dá para vislumbrar a patinagem da aderência!... Quando se fala de sexo, poeticamente, o sexo até pode envolver o ambiente com uma camada ilusória de ácido inconfundível, no entanto, deve manter-se essa envolvência numa forma indelével de beleza e subtileza, senão... é uma história "brejeira" de pescador, caçador e outras sinceridades!... Essa treta aí do Mima é uma cadência de contrapesos e atropelos a bater no aço da própria vaidade descrevendo uma forma de calor já muito batida nas gretas do ferro frio; não passa de um minete mal feito em que o corredor de fundo foi mal passado e deixado abandonado às nódoas secas de uma língua de papel de lastro!...
    Está a descambar... e a qualidade é um risco que pode não aguentar-se no risco que arrisca o próprio processo!... E é pena!...

    Abraço

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  3. Hum... Ora bem.. Chego ao diário e encontro um dueto que muito provavelmente é uma brincadeira entre amantes. Ficção ou realidade? Amantes reais ou criados? Pouco importa, o que me parece importante é a epígrafe: "como me divirto" e é nisso que está o contexto do post, afinal, não há distâncias entre as mulheres nuas e os automóveis em alta velocidade, nós homens enloquecemos na mesma por tais coisas. O que não deve jamais descambar é o entendimento da proposta: diversão! Vejo que o A coloca em cheque a qualidade do verso, eu, macaco velho em tretas sexuais, aponto a minha seta (sem trocadilhos) para a óbvia brincadeira dos amantes. Chego-os a ver, nus, depois de terem se dado um ao prazer do outro, combinando entre eles umas metáforas que pudessem dasafiá-los a descrever a potência de um amante... Bem, mas para mergulhar em tal visão é preciso que já se tenha tido um namoro sem reservas, onde o erotismo atinge aos mais variados tons e os mamilos sejam mutuamente lambidos e o "estar entre as pernas" um do outro seja tão natural quanto gozar e sorrir depois! Amantes assim podem dar-se ao luxo de metáforas com motores, foguetes, cavalos, escafandros e etc, podem tudo! Mimo e Mima são tais amantes, ele enfia-lhe a mão dentro da calça como se o sexo dela fosse o dele, tamanha a intimidade e nessa atmosfera, escrevem poemas provocativos, vulgarizados propositalmente para dar o tom do sexo de rua, de libertinagem, de furor! Estão tomados pela sublime entrega de poderem fazer tudo, até sexo em público. O que é uma delícia e eu nada tenho contra...rs

    Francisco, obrigado pela parte que me toca e por expor as partes tocadas do Mimo. Essa Mima é uma gata a cem por hora na autoestrada do prazer...

    A foto mostra que é uma celebração, uma máscara de ritual, um personagem!


    A, és um homem interessante e bastante inteligente, gostaria de pedir que olhasse a postagem acrescentando os detalhes de minha visão. Queres tentar? Um Abraço para si.
    Francisco, um outro para si.

    Mima, não és carro, és avião. Rurururuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!
    Mimo, tu tens a gata da hora, como dizem os paulistas!

    Percebo que o poema foi realmente escrito por duas pessoas, minha curiosidade só se satisfaria totalmente se me fosse dado o prazer de saber se escreveram juntos, nus e ainda recuperando o folego, ou se escreveram na memória de um sexo memorável.

    Gostei do poema e da mulher que está nele, levantando a saia para satisfazer seu par em uma ruela escura, depois de uns goles de cerveja e um bom blue...

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    1. Se para o pleno gozo a necessidade de fazer uma trança com duas madeixas mal entrançadas, é um acto promovido ao dissabor da leitura, por mim...sem nada mais a dizer!... Gosto de cada madeixa bem entregue à sua beleza, esteja ela com mais ou menos óleo, mas sempre cada tufo na sua leitura!... Evitava-se a necessidade de colorir os corpos e dos contrapesos desregulados e a bater em falso... causa um ruído perturbador... estraga aquele tesão de vidae, enfraquecendo a dureza dos diamantes, mesmo que brutos!... Um deslizar em cada mão, em cada língua, em cada voo entre o encaixe de cada um, mas nunca à bruta da martelada, batida em falso!... Fica muito bem, cada coisa no seu lugar... ou no lugar do coiso.Juntos, ainda assim, para quem o quiser!... Mas sempre na exploração do perfeito, ainda que descambe numa perfeita anedota para mais tarde recordar!...

      Agora vou sacudir umas moscas do pelo, ali para um canto e louvar a Deus pelo jeito que um "rabo-de-cavalo" me faz!... As orehas, essas minhas fiéis companhias a um canto, já não me bastam!...

      Abraço

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    2. A,
      caro escritor de mãos que se atrevem ao comprometimento de um aceno,

      acabas de ganhar um leitor. Não propriamente pela resposta, mas por vires a ela.

      A diferença de opinião não gerou só guerras, gerou a ciência! Viva a divergência pacífica!


      Obrigado por expor.

      Abraço.

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    3. "Codéborah", sou de cútis quase transparente, branca por assim dizer, mas quando quero ser mais claro do que a nudez que me reveste, visto-me de um branco ofuscante e acabo por não ser claro para uma grande franja das cabeleiras que por aí vão crescendo e proliferando!...
      Mimo(a) é claramente um mecânico em plena função do seu calendário de coelhinha... e vai levantando versos intercalares como cargas demasiado leves para a rudeza do que não compreende!...

      Tuas pernas me suspendem,
      Como macacos hidráulicos,
      Erguendo um carro parado,
      Calibro a boca no meio delas,
      Encho meu corpo de tesão,
      Sentindo o motor de propulsão!...

      No vai e vem da língua passeio,
      Sinto o calor da tua combustão,
      Que não me deixa puxar o freio…
      Seu carro é todo sensualidade,
      Conforto, prazer e velocidade,
      É meu transporte de explosão!...


      A força hidraulica acaba por afogar, não os intentos mas a própria força e sua tentativa; leva tempo a entender, mas acaba por emergir!... Há quem goste!...
      Mas não deixa de ser brejeirice de mecânico a entregar-se à mecânica do sexo em desperdício impregnado de óleo queimado!...
      Já o vermelho é fogo!...
      E não ganhei nada.

      Abraço

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  4. francisco,

    impressionante como o coelho acerta sempre, na minha opinião!

    um dueto divertido, uma brincadeira entre amantes. não sou muito fã do explícito na poesia erótica, mas achei o resultado muito bom e percebi um entrelaçar de desejo e doçura, uma viagem de sexo e ternura, adorando ver as duas coisas juntas.

    achei ótimo você ter posto a moça anterior para ilustrar o post pois eu já havia pensado em pintura para uma "festa" e agora compreendi qual é a festa: sexo com a alegria de divertir-se um com o outro.

    outra coisa, as epígrafes nunca são junção de palavras que flutuam ao léu, ao contrário, são um resumo de tudo o que será dito depois. aja visto o seu significado:
    «Título, palavra ou frase que serve de tema a um assunto.»


    :)

    adorei!


    beijo.***

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  5. Que beleza de comentários Coelho e Eleonora. Assim a poesia cumpre-se. Continuo a ressaltar a maravilha quando o Poeta da aos leitores a liberdade de personagens e ainda é feliz escrevendo poesia.
    Cada um com suas necessidades psicologicas e físicas depositam a leitura.Beijos nos corações!

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    1. Então e eu???!!!!!..., Olara!... Cadê mim?!... snif, snif...
      Você não gosta de A..................:)..........

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  6. ops! a palavra vi_aja, viajou nos meus dedos e o agá se perdeu do H_aja...

    o certo é haja vista,
    mas se o agá quiser agir sem o aja... dou liberdade até para as letras se reagruparem nos significados que quiserem. :)

    beijo.

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