Nada aproxima mais as pessoas que sentirem terem
em comum uma cultura, sempre algo variado, incompleto, efectivo, afectivo,
variado (repito). O que há de variado na cultura é a variedade,
a diferença, as diferenças, é uma das coisas que as caracteriza, que a
caracteriza.
Chego ao blog trazido pela frase deixada em
epígrafe, nela deixo ligação. Agora escrevo duas frases, talvez três. As suficientes
para fazer uma moldura ao torso, ao rosto…
Como o dia já é outro dia, apresto-me a deixar do dia... passagem.
«A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
ResponderEliminar– Por favor… cativa-me! – disse ela.
– Eu até gostaria – disse o principezinho –, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
– A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
– É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
– Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração… É preciso que haja um ritual.»
Vim procurar os comentários, irei encontrar no dia anterior... dia 2. Antes, segui a ligação, para a_pro_fun_dar...
Poeta,a linguagem é uma fonte de mal-entendidos mas o sentir aproxima.
ResponderEliminarEncantei com a ideia do ritual, acho que é mesmo assim.Bom domingo, beijos no coração!
Chegando, para começar pela primeira comentadora ;) agradecendo! Sendo agradecido, claro. O ritual, sua chegada o é, para este blog :)
EliminarBeijos do coração!
Impressionante é a complexidade dos pensamentos que vão desenrolando da cabeça...
ResponderEliminarBom domingo.
Beijo carinhoso.
Cada um contribui trazendo à leitura mais p_rosa ;) Sua presença deixa perfume! ;)
EliminarBeijo carinhoso
Foi muito bem aprofundado, meu caro! O Pequeno P é um tratado de afectividade, um manual de conduta amorosa, um livro para quem quer aprender sobre a ética de amar de verdade e respeitar as delicadezas a que o amor impõe a quem por ele se aventura. Não houve uma única vez que o livro tenha deixado de me conover. Em várias etapas da minha vida já fui quase todos os personagens! Já fui a egoísta Rosa, que usa o amor do outro para o escravizar, já fui o piloto tolo e incrédulo nos sonhos, já me preocupei demasiadamente com as sementes de Baobá a nascerem em meu quintal e hoje busco, com toda a minha exigência em torno do meu aperfeiçoamento como ser humano, ser a afectuosa rapousa.
ResponderEliminarSó na transcendência, com a morte, poderei ser o Princepezinho, mas aí já é a perfeição!
Belo post, belo texto, belo gesto em resposta ao meu apelo. És amigo, és afectivo, uma qualidade ímpar, que eu peço, preserve, pois é admirável! Bom domingo, camarada. Abraço.
Belo, belo, belo... essa é uma leitura que toda ela mostra o que é e pode ser o aprofundar duma leitura, uma deli_ciosa... forma de abordar a escrita dando-lhe a outra vertente do triângulo isóscele símbolo do conhecimento (o terceiro vértice, a terceira aresta, o lugar hermético, este exotérico/esotérico parênteses :)! Vou adiantando votos: uma boa semana! Abraço
Eliminarfrancisco,
ResponderEliminar«É preciso que haja um ritual.» acredito piamente.
fabulosa citação do livro e de antológica cena entre o pequeno e a raposa. visitei o link também, muito bom o blog de onde extraiu o texto.
o coelho já bem disse as maravilhas do livro, concordo com o que ele disse.
faço um paralelo entre a maquiagem do rosto da moça e os rituais: sem me pinto vou a festa, se me mascaro vou a guerra. mais ou menos assim.:)
na foto a moça tem uma máscara pintada na face, é uma festa, por certo! assim com uma boa amizade é sempre uma celebração de emoções!
nada aproxima mais as pessoas do que a linguagem cultural, as afinidades. os rituais são boa linguagem cultural, de aproximação, de socialização e inclusão. onde dançamos, por exemplo, a linguagem dos corpos nas festas, seja em tribos indígenas, seja em festas have, é sempre algo que nos aproxima e estimula ao contacto.
no texto e na citação, bons paradoxos, boas associações.
um beijo.*.
Sempre enriquecendo com seus comentários, fico sem comentários :)) Bela desculpa para me sentir com culpa, mas procurando me desculpar no arrastar da prosa, procurando ela abrir o aroma da rosa para te dedicar ;)
EliminarMuitos beijos***