quinta-feira, 12 de julho de 2012

FÓSFORO

De onde partem as histórias? Onde vão? Quando voltam? Quando voltam, ainda encontram o mesmo sítio? Nasci num barraco com uma lâmpada desenroscada, pendurada no tecto, sem haver um interruptor. A luz acendia-se enroscando a lâmpada que ficava quente demais para ser apagada, se demorasse muito tempo a acender uma vela com os fósforos guardados numa lata enferrujada. Volto num belo carro, a um sítio que nem sei se ainda existe. Gosto e tenho comigo, quase sempre, fósforos. Uso as chaves num porta-chaves, um parafuso com rosca, uma argola. Às vezes, acendo um fósforo, conto uma história!

12 comentários:

  1. É Poeta, às vezes vamos lá no fundo da vida e reacendemos as chamas.Interessante que nunca contamos com revolta e sim lembramos com doçura.
    Acho grandioso não nos perdemos das raízes.Lindo! beijos no coração!

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  2. Francisco, Voltei para completar meu comentário.
    Artista, Escritor, Poeta nos dão as cenas: cheguei a visualizar o gesto de virar a chave e ouvi o barulho do motor.És um Gigante! beijos no coração!

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    1. bbrian, é uma alegria agradar-te, embora sempre te dê a parte maior no mérito :)
      Beijos do coração!

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  3. francisco,

    a volta ao umbigo. :)

    há a tradição de jogar o umbigo em cima do telhado, quando se nasce de parteira... teria sido o caso do personagem?

    belo retorno ao lugar de origem.

    o fogo da ideia, a chama da criatividade!

    a foto do fósforo está muito interessante, muito bonita com o fogo e a fumaça.

    um beijo.*.

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    1. Grato por partilhares uma tradição, com consequências que enriquecem a leitura. Beijo

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  4. Gosto da sua criatividade... com palavras e cenas...

    Beijo carinhoso.

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    1. VELA ACESA

      Explicando um conto conseguirei fazer um conto, se conseguir. Desejei ter esse efeito, transmitir a cena, encontrar a criatividade que permite criar a ambiguidade. Fazer nascer várias leituras, a partir duma cena com várias. Uma delas, pensei encontrá-la na imagem do fósforo, soltando um fumo. Como se idealiza... a materialização do génio guardado na lâmpada!
      O narrador, acenderia um fósforo, quando escreve um conto? Se sim, para quê? Imagino vê-la, uma vela ardendo, como se o narrador, travestido na pele de autor, fizesse uma refeição romântica, alimentando-se das letras, à mesa com a imaginação incorporando o quê, do quem, de qualquer coisa melhor que... ficar em branco. Um algo/alvo desconhecido, onde acerta: até descobrir... a história!

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  5. Uma história puxa outra, lembrei da minha Mãe que era parteira. Beijos nos corações!

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    1. Um comentário puxando...
      Beijos do coração!

      PS: a informação pede um pedido, porque não contar uma memória, ou um conto, associado ao tema: ajudar no parto ;)

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  6. Poeta, tem três contos que eu pretendo escrever sobre minha mãe, um deles é nesse tema mesmo, ou juntarei 2 em um, já que os dois referem à vida.Ensaio faz tempo mas é dificil prá mim falar sobre.
    Tentarei! beijos no coração!

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    1. Poetisa, às crianças davam fósforo para ajudar no bom desenvolvimento cerebral, a si lhe digo para usar outro tipo de fósforo, apenas para acender uma vela; deixando a sua imaginação pairar, envolver e trazer, essas histórias.
      Beijos do coração!

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    2. Poeta, que as velas acendam o estreito entre almas e corações.Os partos concluam em vidas felizes e cintilantes.Beijos nos corações!

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