quarta-feira, 12 de junho de 2013

COQUETE



Depois de um peixe, um pássaro, um mamífero… vem mesmo a calhar. Calhou olhar-me ao espelho e ver que tenho mamas, sou mamífero, mamífera. Fiquei fera, mostrei as unhas para o espelho. Depois cedi à coqueteria, tornei-me coquete. Penteei-me, só desisti quando pensei como seria – dizer que me penteava para sentir – festas no cabelo, passando da cabeça a todo o corpo. Ainda estou a pensar, sempre pensando, à falta de uma ideia melhor, posso voltar a escovar o cabelo.

3 comentários:

  1. [ah... Roger Rabbit irresistível! ;)]

    Mina mira-se no espelho e pode ser tudo, até mulher! muito bom!
    a autonomia afectiva de produzir suas próprias festas na cabeça, ao pentear os cabelos, é um sonho de consumo! rs fico aqui pensando: como a Mina é moderna. :)


    adorei o texto, sua versatilidade encanta ao leitor. ;)


    um beijo.*.

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  2. É possível. O cabelo. Ou a escova. Quando a palavra não é punhal, ou a fera (ainda) não está ferida. Mesmo assim, há a opção. Da história ser ficção ou realidade. E mesmo sendo realidade, de mudar o cenário. Da floresta. Ou do penteado.


    Bom fim de semana.

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    1. Ficção da realidade/realidade da ficção:
      Bom fim de semana!

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