quarta-feira, 5 de junho de 2013

PALAVRAS IMPROVÁVEIS


Tenho uma dessas coisas às quais espero um dia dar nome, enquanto vou pensando palavras improváveis. Deste modo, desde este momento, aguardo inspiração. De certo modo, o modo incerto, inserto em meus pensamentos: viajo.
A luxúria sempre foi o meu pecado favorito, nem sendo pecado, ela não peca em sua qualidade virtuosa de voluptuosa fonte de imaginação. Já em relação à acção, vamos lá, pedem-me uma história, procuremos um casal.
A. e M., A&M, uma parceria apetitosa, capitosa…
A. escreveu, M. respondeu, conheceram-se. Desde o primeiro momento souberam que o futuro de um seria o futuro do outro, deste modo encontraram-se prontos para ter um futuro comum. Uma coisa se sabe, a resposta de M. à pergunta de A. sobre esse "pecado mortal", a luxúria: É um luxo.!.
A resposta de M. de tal modo exaltou A. que este perguntou, pedindo: Posso ir visitar você? Para mim a história acabava aqui, pois ela só tem valor com a imaginação vivida por quem a tem de viver: você.
A. não conseguiu esperar a resposta de M., teve de ir acasalar com Y.. Aquela história romântica e impoluta, sem traição nem dúvida, já não levanta mais duvidas, não existe. Mas é mentira, M. adorou saber como A. era realizado.!.
A partir daqui é que julgo já não ser preciso acrescentar muito mais, acabaram todos por se encontrar, sendo K. apresentado a M., foi a promiscuidade total.
Quanto à luxúria, em si mesma, essa é uma outra história. Ela não resiste à sua definição, podendo ser uma qualquer, aceitamos a seguinte definição:
«Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade; desrespeito aos costumes; lascívia.»
Não queria acabar esta narrativa, mesmo vazia de descrição de actos que não pertençam apenas à sua natureza duma ficção fictícia, sem dizer como a lascívia é uma delícia. Provar?
M. no seu dia-a-dia não mostra a lascívia que tem ou sente, passou a guardá-la para A. e é esta a mensagem do amor romântico desenvolvido entre A. e M. a ponto de formarem a parceria A & M.
Terá ficado a faltar saber sobre Y. e K. notícias seguintes, a seguir no futuro? O futuro já aconteceu, já é passado. Felizmente para todos nós, o futuro a todos nos espera. Uma frase um pouco esdrúxula, digna de cartas de amor já escritas e a escrever.
Descrever quanto tarda para o quando chega o final, já não falta nada, ele chegou. Sei que é uma descrição demasiado sucinta para que a consiga saborear com luxúria, é um luxo a que não me posso dar. Ainda tenho muitos outros pecados, a bem dizer… todos os pecados ficam por contar. Pergunto-me, o que conta é a intenção?
Então não acabo, recomeço.
M. mete a língua dentro da orelha de A., acariciando o seu ouvido. Acaricia, sem conseguir penetrar o que perpetra… na sua boca. Eles acariciam-se de língua, de forma lasciva, vão-se despindo das roupas. Tocam-se nos respectivos sexos, não param por aí. Envolvem-se abraçando-se, atrasando a penetração que continua por acção da língua de cada um na boca do outro.
A coisa fica tão deliciosa que se torna difícil acreditar que se possa manter por muito mais tempo o atraso onde já se adiantaram, em proporções transcendentes para a capacidade da língua servir para dizer tudo que duas línguas conseguem dizer e fazer em simultâneo.
Insatisfeito, aguardo o desfecho improvável com que deve culminar este conto, está pronto, pronta? O final apronta, como não podia deixar de ser.!. É do sexo, começaram e não vão acabar, não querem acabar. O que acontece é tão prosaico que obedece apenas à prosa, este conto não se prolonga para o verso. Acaba porque tem de acabar, onde esta página irá acabar. Porém, para não nos ficarmos por um determinismo tão seco, A. massaja de sémen M. e de que forma isso tem maneira é o final do conto, dá-lhe tempo para acariciar a ideia sugerida: introduza os dedos até sentir plenamente a introdução, nela me comprazi sobre o teclado. Agradeço, faça sua esta conclusão. Se quiser acrescentar mais alguma coisa, tenha toda a luxuria do mundo!

4 comentários:

  1. que texto, heim?! ufa!

    o que fica em mim é o Voyeurismo literário de leitora, a fome de letras, a luxúria de imaginar a história em pormenores. :)dizer mais é sair da luxúria e entrar no erotismo verbal. :D

    ah, sim, e o bonequinho fazendo tudo o que lhe apetece é a cara da luxúria!




    grande retorno ao blog, com textos bastante criativos. gostei :)))


    beijo.

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    1. Quem diria eu vir incentivar e agradecer "o Voyeurismo", Beijão (*)

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  2. Respostas
    1. Oi Teca :))
      Deu-me a tentação de pedir um beijo ou um abraço, ainda bem você sabe como é inspiradora!
      Beijo

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