terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

RESSACA

Na ressaca da incursão política de há dois dias, um tríptico com uma trip ficcional de ontem. Rés... vês a coisa a vir, se... ler(es) com atenção.

CACA
Depois da política:

CAÇA AOS GAMBUZINOS

Com tempo, ao longo dos anos, fui-me apercebendo da minha verdadeira natureza. Quanto mais a intuía e melhor a conhecia, mais ela me pertencia. Isto até ao dia em que decidi escrever o que pensava dessa intuição, a intuição falhou.
Desagradado com esta situação, achei que, se continuasse a escrever, acabaria por acontecer alguma coisa. Deste modo me fui convencendo de ter entrado numa caçada, apontei a um gambuzino. Quando já o tinha na mira, percebi que estava nu, não quis disparar. 
Convicto de ser um disparate disparar, a minha verdadeira natureza veio ter comigo; e, fomos felizes para sempre! Sempre resolvi dis_parar...

UM SEGUNDO...

Apanhado o primeiro gambuzino! Os gambuzinos precisam de levar tiros para ficarem mais vivos, cheios de saúde, plenos de felicidade. Quando se dá um tiro num, ele recebe-o feliz. Se lhe atingimos o coração é o nirvana total, o xangrilá, o céu e coisa e tal, transcende toda a realidade conhecida, sonhada ou imaginada, é mais que o tudo e o nada juntos, é o presunto da perna, uma saborosa realidade fumada, curtida, vivida de forma concentrada. Um sei lá do tamanho do Cosmos, o seu como com os esses aos saltinhos como testículos no escroto em movimentos permanentes, involuntários. O verdadeiro coração da coisa, a revolução da natureza hu_mana!
Manando este manancial de Iluminação, fui.

TERCEIRO

A minha verdadeira natureza dá puns de satisfação, tem "flatus voicis"! Cada Pum! acrescenta e deixa no ar um perfume insuspeito, o som das palavras na sua vida sensorial de formas com vida que convidam à leitura. Transformei-me em monge, mugia a teta da inspiração e mugia enquanto a mungia, mugíamos os dois. Tornei-me um touro, ela é a minha vaca! Lançamos cada pastel mais quente, maleável, eu sei lá... Apetece tocar, besuntar a pele, fazer presuntos das coxas da porca; a minha vaca é uma porca! Eu escrutinei a minha loucura, nunca mais quis outra coisa: é loucura para lá e loucura para cá (exterior_mente... acredito pareça uma mariquice pegada) até ao dia do Juízo Final, sabe-se lá quando!?
A loucura é um património dos Iluminados, o Segredo dos segredos.

1 comentário:

  1. Depois do exagero, vem a ressaca. "Ressaca"? Consumiste substâncias tóxicas demais na "incursão política de há dois dias"?
    É caso para dizer: "sem saber que era impossível, ele foi lá e fez". E fez o que estava na sua "verdadeira natureza", embora se tivesse apercebido, pelo menos durante alguns momentos, de que na nudez, não se dá tiros...
    A imaginação permite pensar que tudo é possível. Caçar gambozinos, por exemplo. Não é fácil, mas com a ajuda dos pirilampos, que são um grande "manancial de Iluminação", o impossível torna-se possível.
    Se voltares a escrutinar a tua loucura, conta com o meu voto, ainda que tenhas o destino do reino, nas tuas mãos.:0) Mas... que loucura é esta? A loucura de escrever por outros que são, afinal, tu próprio?

    Um abraço
    Maria João Oliveira

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