A meu ver, trata-se de uma autoficção que dá o seu recado "... Morro sem incomodar muita gente ..." E, depois de morto, tem direito a foto no jornal. Pelo menos, não corre o risco de ser transformado numa marca de roupa ou de refrigerante (afinal, um "sem abrigo" sempre tem alguns privilégios...).
"Qual a categoria filosófica a dar à ideia de abandonar o mundo das obrigações familiares, sociais, amorosas, odiosas"? Para alguns, poderia ser, talvez, realismo mágico...:0)
Conto ou crónica? Rubem Braga deu uma boa resposta a esta questão. Quando alguém lhe perguntou o que era a crónica, ele respondeu: "repare bem: se não é aguda, é crônica".:0)
Francisco, gostei de encontrar, aqui, José Jorge Letria, o grande poeta do "labirinto sem Minotauro", "aquele que escreve, sempre/só para não morrer com a comoção dos livros adiados".
Obrigada pelo conselho. Vale a pena, sim (Natália Correia, desta vez!). Já não encontrei o "Coração sem abrigo", mas vou comprá-lo, em breve.
Um abraço
Maria João Oliveira
Maria João disse...
Depois do exagero, vem a ressaca. "Ressaca"? Consumiste substâncias tóxicas demais na "incursão política de há dois dias"?
É caso para dizer: "sem saber que era impossível, ele foi lá e fez". E fez o que estava na sua "verdadeira natureza", embora se tivesse apercebido, pelo menos durante alguns momentos, de que na nudez, não se dá tiros...
A imaginação permite pensar que tudo é possível. Caçar gambozinos, por exemplo. Não é fácil, mas com a ajuda dos pirilampos, que são um grande "manancial de Iluminação", o impossível torna-se possível.
Se voltares a escrutinar a tua loucura, conta com o meu voto, ainda que tenhas o destino do reino, nas tuas mãos.:0) Mas... que loucura é esta? A loucura de escrever por outros que são, afinal, tu próprio?
Um abraço
Maria João Oliveira
Maria João Oliveira
Eu escrevo AFINAL... o final do que escrevo, não querendo ser o final do que escrevo, "afinal" publico. Desinteressado, desinteressante? Afinal, escrever "afinal" é o que todos fazem, cada um à sua maneira. Afinal "afinal" é e não é, sendo este texto, é uma leitura: existe o texto, a leitura tem de ser feita. Afinal o que publico? Publico uma leitura, deixando um texto, nunca sei ao certo qual a leitura que terá o texto.
Há um filme, se não conheces inventas, onde o nome dum homem dá origem a todas as peripécias. Eu gosto de peripécias, são o que escrevo quando publico Assim, Mim, R e Francisco Coimbra.
Inventa(R)mo-nos a nós próprio: in_ventar, soltarmo-nos ao vento! Saímos das palavras, bom sair das saias da mãe, importante deixar as palavras, importante ser_á... amá-las tanto com à nossa mãe. A expressão do Amor... Há sempre uma religião desconhecida que (se não espera por nós: SE/se) é preciso inventar. A religião não se inventa, descobre-se! "Graças a Deus sou ateu" a minha teologia nem dá para ser tolo, mas chega perfeita_mente... dá para tudo, até para a descoberta do todo. É tudo, é (o) todo.
Se passar... venho deixar o que escrevi pensando publicar o comentário de dia 22, meu obrigado.
Afinal, é um texto com o teu estilo único. Seja o Francisco, o Assim ou a Mim. «Há um filme, se não conheces inventas, onde o nome dum homem dá origem a todas as peripécias. Eu gosto de peripécias, são o que escrevo quando publico Assim, Mim, R e Francisco Coimbra.
ResponderEliminarInventa(R)mo-nos a nós próprio: in_ventar, soltarmo-nos ao vento! Saímos das palavras, bom sair das saias da mãe, importante deixar as palavras, importante ser_á... amá-las tanto com à nossa mãe. »
Penso ser uma resposta ou a continuação do texto da Maria João Oliveira.
Se é loucura usares heterónimos, Fernando Pessoa era um dos loucos mais lúcidos, entre os poetas.
Gostei.
Bjito amigo
"Afinal", eu tenho um blog"! Tenho um blog? Não. O seu a seu dono. Obrigada, Francisco, por me teres recebido na tua "casa". Gostei de cá estar, até porque aprecio casas com muita luz natural e janelas amplas para horizontes largos.
ResponderEliminar"(...) existe o texto, a leitura tem que ser feita".
E se a leitura não for feita, o texto não existe.
"(...) nunca sei ao certo qual a leitura que terá o texto".
Ainda bem que não sabes. Um texto literário é um texto aberto que convida a várias interpretações, como se sabe. E o leitor preenche, livremente, os espaços em branco da sua linguagem ambígua. Penso que o leitor não tem que decifrar a mensagem, nos termos do emissor. Não há um código comum entre texto e leitor, não é verdade? É por isso que a sacerdotiza Bacbuc serviu um copo de água aos peregrinos e cada um deles encontrou, na mesma água, o sabor da sua bebida preferida. :0)
Foste um óptimo (ainda com p...) anfitrião, Francisco. Muito obrigada!
Agora vou até ao jardim.
Abraço
Maria João Oliveira
P.S.: "(...) a continuação do meu texto"?! Acho que a Tecas acertou num alvo interessante...:0)