«O que eu chamo de paixão pela forma, se é que estou
interpretando Whitehead
corretamente, é a parte central do que ele chama de experiência de identidade», Rollo May (p.113) A Coragem de Criar
«Talvez, para contrabalançar tanta pressão de
sermos garotos-propaganda de nós mesmos, aumentando nosso capital de
convencimento na internet ou nas relações de trabalho, deveríamos trocar dicas
e experiências sobre práticas de auto-esquecimento. Algo como: "Hummm...
Que máximo... Foi como entrar num filme ou ser personagem de um livro», Marta
Barcellos em Esquecendo de mim
ALVO DO BRANCO
Quando comecei
a respirar soube que era um pássaro, trazia as asas às costas e gostava de
voar, mesmo estando poisado. Ao descobrir pensamentos humanos, comecei a
regurgitar pelo bico e passei a ser esferográfica. Desde esse momento voo, não
quero outra coisa.
Quando
encontrei o primeiro poiso, ao passar o bico nas flamulas do peito, descobri na
emoção um segredo desconhecido, uma revelação ainda por revelar. Estava pronto
para enfrentar o primeiro paradoxo, saber que ele se prolonga e projecta, até
poder ser a sombra do último.
A identidade formou-se por acção da luz, o mais alvo
do(s) branco(s): nem sombra de sombra, nada s_obrando!…
Otávio
Otávio
Homem-pássaro ou Pássaro-homem projetado em seu próprio eu buscando as contradições.
ResponderEliminarTenho dúvidas quanto a identidade formar-se e nada sobrando.Acho que os paradoxos são sempre a sombra do último.Beijos no coração!
francisco,
ResponderEliminarfico imensamente feliz ao ver a sua integração com o livro que propus! escolheu um trecho iluminado, além de casar com o teu “Alvo do Branco”, ajuda a “ilustrar” bem o momento que vivemos aqui no Diário: personagens, busca de identidade, criações colectivas… além servir como legenda para a busca pessoal que vivenciamos ao te acompanhar, a sua insistência em buscar o ato lírico perfeito: leitor e autor e sintonia, sobrevoando a cidade no tapete dos sonhos da história.
depois vem o trecho da Marta Barcellos, segui o link e li tudo. destaco mesmo o trecho que você escolheu: «Foi como entrar num filme ou ser personagem de um livro» é exactamente o que você nos dá aqui, a chance de vivermos a história, de sermos personagens de um filme colectivo e criativo.
por último e extremamente belo, o texto, a sua escrita! que metáfora perfeita a do pássaro e da esferográfica! vi cada detalhe da cena. achei muito criativo o seu argumento: continuar gostando de voar, mesmo poisado, isso sim é mesmo ser pássaro! o que somos de verdade não nos esquecemos de sê-lo nem por um segundo… teu pássaro trouxe-nos do voo palavras mastigas e as derramou, derrama, sobre o papel luminoso do ecrã e nós, teus filhotinhos, esperamos pelo alimento de tuas liras imaginadas.
•uma identidade que se forma por acção da luz é a própria Luz.•
quando todas as cores se unem e se movimentam em alta velocidade, nasce o branco! o mais alvo dos brancos é o branco absoluto! não há sombras para quem cria com a força do talento inconteste da união de todas as cores!
parabéns pelo texto e por todas as belas metáforas aqui contidas. é um texto para guardar.
um beijo.*.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBetina, a ideia de perfeição me assusta. Associo-a ao fim e rejeito possibilidades finais. Por isso prefiro o Poeta sempre pássaro, mesmo em pouso disposto a voar. Beijos no coração!
ResponderEliminarE foi mesmo uma surpresa agradavel que me tenha encontrado numa busca!!! hehehe
ResponderEliminarLindo post aki, Fran...
beijos grandes...
Francisco,poderia começar dizendo que aqui és um pássaro. Homem-pássro. A primeira sensação que tive foi essa e imediatamente associada ao voo puro e limpo. Alvíssimo. E uma certeza. A de que te procuras nessa alvura desde tempos remotos. Ave,que substitui a inocência primordial pela esferográfica. Instrumento precioso para um pássaro invulgar e criativo.
ResponderEliminarEsse voo aponta para uma constante busca de identidade/s.Um pássaro, buscando identidades. Um eu poético/narrativo, sempre em devir, do seu galho inesgotável.Ave de arribação. Em permanente flutuação num espaço etéreo e branco. Um espaço como que suspenso, volátil.
A criação, o ato de criar, numa metáfora recheada de voos, de bicos e de asas.
Voar, no sentido mais amplo que esse conceito possa encerrar.
És artista! ... e Ave! beijinho