Um Diário é
habitual ser um registo pessoal, ao ser feito em público, sendo partilhado,
ganha outras características. Ontem esse aspecto foi levado à evidência
possível, transformando a publicação num conjunto de respostas a quem vem
partilhando o blog.
O título "FEITIO(S)",
remetendo para uma leitura deixada em epígrafe, sem dúvida chama a atenção para
como são os "feitios" a característica mais notória da caracterização, quando incide
sobre qualquer aspecto envolvendo um carácter descrito através de caracteres
onde, letra a letra, palavra a palavra, cada um se ocupa de si mesmo ou dos
outros tentando desvendar a realidade do que são, do que sejam, do que desejam?
Pessoalmente escrevo
para ter um registo pessoal, através do qual me revejo numa forma plástica de
me religar com o mundo. Esta última característica é dada etimologicamente à
religião, de forma religiosa a procuro e pratico.
As imbecilidades
próprias e dos outros, curiosamente também ligam as pessoas. Tanto que lhes
permitem engalfinhar-se, guerrear, pelejar, lutar. Nada que nos deixe de luto
me trás, mas luto por evitar desavenças onde as mesmas não são desejadas.
Uma coisa percebo,
é mau quando as pessoas não são capazes de se identificarem, nem para terem um
personagem. Quanto a esta última característica, é uma forma de caracterização,
tem tudo a ver com o teatro, faz parte do universo da escrita, muito dela um
pôr em cena, uma encenação.
O ter tido
necessidade de dizer que não me desmultiplico em personagens, explica o porquê
de não me agradarem pseudónimos. Se a isto acrescentar uma explicação, tenho o
que vou tentar fazer. Acho que tudo que fazemos, para ser valorizado, tem de
ter uma explicação. As explicações podem ser difíceis e complexas, não me
parece deva ser o caso dum pseudónimo. É pseudónimo para não ter de ser ele
mesmo, podendo ficar resguardado e mantendo a posição de observador.
Não tenho nada
contra os pseudónimos, já o anonimato é completamente diferente e não tem mesmo
nenhuma explicação aceitável. Querer ter opinião, sem ter coragem para ser
alguém que assuma responder por ela? Participar numa história, sem fazer parte
dela? Ser parte, sem arte? E por aí vai…
Estou a falar
depois de ler uma opinião perfeitamente aceitável, feita sobre a capa duma
situação que me recuso a justificar. Dito isto, como dar isto a assinar a um
autor tão anónimo como o pode ser um "nome próprio"?
Os nomes quase
nunca os temos de justificar, foram-nos dados. Deixo que esta seja a situação,
assinando com o nome que veio com a história que me trouxe. Neste caso, um nome
que pode levar à história. Fica então esta curiosidade de ver como se casa o
nome com a história, tudo que neste caso se foi escrevendo.
Divertido...
ResponderEliminarBeijo de hoje ainda! :)
francisco,
ResponderEliminarbrilhante consideração!
eu já havia me posicionado na questão da inutilidade intelectual que é receber um comentário "anônimo" realmente não faz sentido dar-se ao trabalho de comentar um post, emitir uma opinião e desvincular uma identidade daquela opinião! é anular-se! mas, considerando um aspecto que me parece bem pertinente, aqui é como um micro cosmos do macro que é a sociedade, as relações se dão no mesmo campo, então eu penso que as pessoas que tem necessidade de esconder-se no forçoso anonimato são por natureza inseguras e superficiais. sendo assim, pouco realmente importa quem seja, pois não fazem a menor diferença na soma que é o diálogo. viva a identidade, viva a possibilidade até de nos renomearmos com o nome que mais nos identifique, com a grafia que mais nos descreva!
uma outra coisa que gostaria de destacar é o fato de teres se pronunciado quanto a questão. parabéns pelo posicionamento e clareza.
um beijo.*.
Francisco, penso que já consegui o tão desejado blogue!Tive, com a ajuda do meu filho, de recriar um endereço eletrónico novo.
ResponderEliminarEsta tarde vou tentar iniciá-lo. Obrigado pela tua ajuda!
Quanto ao teu "nome próprio", acho que fizeste bem clarificar ideias. Agora, vou ver se já consigo chegar até aqui sem ter de recorrer ao anonimato forçado! Boa tarde, Jacira(já sabes que és meu convidado número um.Volto mais tarde. Vou ter de sair.)
Francisco, estou de regresso para ver se já sou aceite através do Google, com o meu nome próprio, claro!!! jacira Amaral
ResponderEliminarFoi uma questão de sorte e de tempo. Já me estava a afligir este problema técnico.Vou sentir-me muito melhor assim. boa tarde!
ResponderEliminarPoeta, assim que estiver numa internet boa venho comentar NOME PRÓPRIO. Beijos no coração!
ResponderEliminarTentei comentar mas apareceu uma mensagem de erro...
ResponderEliminarO que escrevi se apagou. Volto depois para comentar.
ResponderEliminarAbraço.
Interessante Poeta a sensação que tenho do anonimato.Do Escritor, Poeta , Professor Francisco Coimbra eu tive de fazer um anonimo. Só assim consigo manter um diálogo virtual, escrever um comentário. Tivesse na minha emoção só o Francisco Coimbra real eu não teria coragem. No recanto das letras tenho dificuldade em ouvir suas poesias recitadas, sinto a presença real mais forte e isso me dá mais respeito ainda.Quando eu penso no Francisco Coimbra mais como um personagem, mesmo meu consciente sabendo nítido da sua existência, sou capaz de manter uma cnversa, uma relação.Beijos no coração!
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