domingo, 6 de maio de 2012

RUGAS NA ALMA


Enquanto olhos nos olhos, eu olho-te nos olhos. Os nossos olhos não se olham, nós sim, olhamo-nos. Tenho agora tempo de imaginar os meus olhos a olharem-te, tirei-os, são de vidro.
Quando nos olhávamos, ainda eles eram eu e eu devia aceitar serem eles a olharem-te. A nossa intolerância em relação às coisas faz-me rugas na alma, coisa de palavras.

Celestina

12 comentários:

  1. Deu-me a impressão de uma velhice de sentires que vem junto, geralmente, da velhice dos sentimentos e de compreendermos o que se deu.
    Celestina vê além dos olhos.
    Gostei tanto....

    Beijo.*,

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    1. Ver além dos olhos, tem tudo a ver com a visão de quem usa olhos de vidro! ;)

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  2. É poeta,
    Às vezes perdemos o tato das almas e atemos as coisas insignificantes.E insignificancias realmente faz rugas na alma.
    Foi assim que li.Beijos no coração!bbrian.

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    1. As rugas,lidas pelo tato, ganham outra vida; sem dúvida.
      Beijos do coração!

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  3. "Rugas na alma..."; extremamente poético! Extremamente limpo!
    Celestina toca ao de leve o celestial... Olhos de céu...
    Olhos interiorizados,transparentes... Jacira Amaral

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    1. Bom dia Jacira, boa semana!
      Registo o comentário «Extremamente limpo!» e poético! :))
      Obrigado!

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  4. Eu é que te agradeço a tua alegria contagiante, neste princípio de semana.E os teus contos no feminino.
    A intolerância que provoca rugas na alma! Uma lição! Lindo!Um alerta, parar mais um pouco para pensar os outros... jacira Amaral

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  5. Francisco,
    pelos vistos as mulheres de tua idealização criativa são mais filosóficas do que os homens, pelo menos é o que aparenta o início da tua série, embora eu ache mesmo, de verdade, no fundo da minha intuição clínica, que tu escreves se divertindo e que a maior parte das observações aqui feitas em comentários em nada correspondem a tua ideia inicial, pois leio comentários que captam uma profundidade existencial que penso não ser em absoluto preocupação que tenhas enquanto autor...Mas bem, vá lá, sentir sinta quem leia, já disse o mestre. Eu por exemplo vejo Celestina descrever o simples ato da retirada de uns óculos e só, mas muito bem descrito por si, com a assinatura de sua escrita, que pela minha leitura mostra que és apaixonado pela descrição de gestos e detalhes, preferindo abrir mão de descrever a psiquê do personagem, acreditando talvez que um indivíduo é a soma dos gestos que tem. É uma forma de escrever e a mim é muito agradável a leitura, embora eu goste do traço de um Ionesco, que prefere descrever as reações, não as ações, fico também consigo pelo jorro criativo que aqui percebo.
    Foi gentil de sua parte ir até a fluox, gostei, mas não a recomendo para casos de anorexia, já vi reações desagradáveis de euforia em pacientes que utilizaram.
    Quanto a questão de género, não me importei em pensares que sou fêmea, o género é uma bobagem sem tamanho, o que conta é a alma.
    Yuri está muito bom também, mas uma gostosa diversão. Tenho a impressão de que o amigo é um tremendo "boa praça".
    Boa semana.
    Carlos Coelho

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    1. Retirar das mulheres a propriedade natural de amantes de uma boa DR é injusto. Esta não dou ao Francisco não.
      Enfim alinho quase completo ao comentário do CC.
      Escritor, Senhor das Letras, Gigante, Mestre, Poeta e detentor de uma inteligência acima, Ele é mesmo um "boa praça" "gente fina". Sempre detctei assim, posto em nossa estória, estória que considero minha e não Dele.
      Gosto mesmo é de provoca-lo, assim pego o sumo. Tentei todo tempo mas Ele não mexe nem um pêlo.
      Houve de tudo, desde omeleta recheada, passando por espantalhos,deus, ateu e até "pedido de casamento e etecetares...
      Passo do meio dia dando boas gargalhadas.E com todo respeito ajoelho-me aos pés do meu Mestre! beijos no coração!

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    2. Bonitas e sábias palavras, Bbrian!
      Só para deixar registado, sou a favor e dou o maior apoio ao acontecimento que é uma DR! Minha esposa diz que eu não segui a profissão que segui sem um motivo, gosto de falar mas principalmente ouvir e acho legítima a necessidade de se dialogar com profundidade numa relação, afectivamente, mas com entrega real e sinceridade de ambas as partes. É a receita do sucesso, até para o sexo.
      Gosto de ver a tua exposição franca, Bbrian, tem humor e verdade.
      Um beijinho para si.

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    3. Esqueci de assinar Bbrian: Carlos Coelho

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    4. Conversados e entendidos Carlos Coelho!Até! Beijos no coração, beijos no coração da sua amada esposa!bbrian.

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