Quem gosta de gatos seria o leitor/a ideal para uma crónica sobre as capacidades psíquicas destes animais, na sua vertente doméstica ou selvagem. Perguntar-se-ão, o que sabe sobre este assunto o cronista?
Deixei a pergunta no ar… enquanto ela vai poisando, sem uma resposta imediata. Deixo que uma gata, meio selvagem, vivendo nos quintais desta rua e das que fecham o quarteirão, entre em transmissão psíquica.
Vejo-a adormecida, de olhos entreabertos. Ela dormita, descansada, mantendo-se alerta. Veio procurar companhia, é a este nível que o psiquismo funciona. Poderia deixar-se domesticar, em troca de companhia e bons tratos.
Essa é proposta minha para o leitor/a, acham impossível, difícil, desinteressante? Pois esse é o interesse da crónica, passar a curiosidade e o interesse. Esta gata é descendente de gatos divinos, só temos de fazer apelo ao que em nós há de adivinhos.
Ao nível da adivinha vou acabar, chegando finalmente ao inicio. A gata respira no meu cérebro, as suas ideias são coloridas. Parece o ar iluminado pela luz onde, uma poalha luminosa flutua, filtrada pela árvore que me cobre.
MEUS TOQUES
minhas mãos percorrendo seu corpo
procuram fazer esse perfil em versos
esculpindo-o com a riqueza do tropo
capaz de pedir sentidos mais diversos
boa sensualidade dessa pele intensa
onde a conversa para ser tem pressa
de chegar-se a corpo de quem pensa
fazendo com as ideias sua promessa
acasalam como as quadras e tercetos
na composição poética de um soneto
procurando filhos para ter seus netos
enquanto isto a razão se despiu toda
e entregou-se com paixão e prometo
as palavras já celebraram a sua boda
as palavras já celebraram a sua boda
Bonito
ResponderEliminarli várias vezes, sendo cada uma delas diferente....
não sei se falas de uma mulher, ou da poesia, ou mesmo da própria alma. Bem, não importa..... me cativou.
Que coisa linda! Esse poeta de além-mar é cativante e um tanto sensual nos versos de hoje.
ResponderEliminarEu li no blog indicado no PRAXE... "Delírios incessantes":
"O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia."
(Anaïs Nin)
Beijocas de cá. :))
Wal,
ResponderEliminarBelo comentário, ele enriquece o texto, dando as várias dimensões que se abrem na leitura, mostra como a escrita pode e deve ser feita para lá da tridimensionalidade! Obrigado.
Teca,
Juntei o poema, fico satisfeito por ter encontrado comentário!
A_braços... abertos!...!