terça-feira, 5 de julho de 2011

UM(A) GATO

UM(A) GATO

Apontou e disparou, só depois parando para pensar. Não havia nada a pensar, não iria esconder o corpo, não iria fugir nem se esconder. Ia ficar, enquanto ficasse, ia escrevendo. Inescapavelmente, sem capar a mente, a mente deu-se como solução, pensar noutra coisa. Comer? Não, nada de bulimia, nem as coisas inanimadas bolem, nem o gato adormecido mia. Respira, o corpo movesse mesmo na imobilidade de não ir a lado nenhum.
Depois dum parágrafo tudo devia ser diferente, mas é como são as histórias. Se não mudam, continuam, apesar de todas as diferenças possíveis. Depois que nascemos, só há dois estados definitivos da vida enquanto elementos básicos: estamos vivos ou mortos. Continuo vivo, falar da morte, dizer porque carreguei no gatilho. Isso interessa, na perspectiva de argumentar o gatilho como uma peça chave na arma, talvez a mais importante de todas!
O corpo, um péssimo desenho da gata, colado na parede. Isto porque, nesta série de “contos realistas”, só se deve dar um tiro depois de ter, de forma objectiva, visado um alvo. A fonte de inspiração? Sim, a necessidade de mudar a areia à gata, o gato que melhor conheço. Agora que já cacei um gato para este painel de história hilária, o Hilário disse um dia… Vou ouvir cantar, um fado.
Não querendo terminar sem deixar o inicio ainda mais intrigante, o batismo da história deveria ser feito durante um daqueles mergulhos nas piscinas donde os crestes saem renascidos. Só consegui foi desconseguir, inescapavelmente…

1 comentário:

  1. Qualquer coisa, qualquer palavra é como uma causa no gatilho, a escolha de dar o passo, o miado, o gato... o salto do gato....dá-se muitos gatos por aí, de todos os tipos, você sabe, tantos gatilhos postos, em postes em mais o quê! Meu gato, não ficamos desengatados do inescapável. Isso é intrigante e hilário.

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